O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Geaco) denuncia e investiga uma organização que explora jogos de azar formada por diferentes gerações da mesma família em Guarujá, no litoral de São Paulo. De acordo com os promotores, o grupo age como uma máfia e movimenta milhões de reais.
De acordo com a denúncia, os investigados investem em imóveis que já foram fechados pela polícia para a exploração dos jogos e expansão dos negócios ilícitos. Dessa forma, eles também mantém os clientes que tinham o costume de frequentar aqueles pontos. Além disso, a organização é suspeita também de corromper autoridades para continuar lucrando com atividades ilegais.
A organização é formada por diversos membros e gerações da família Verdério, de Guarujá. A família têm empresas que alugam mesas de bilhar e jogos eletrônicos e são responsáveis também por administrar centenas de máquinas caça-níqueis e casas de jogos de azar, que não são permitidas por lei.
Grupo formado por membros da mesma família agia como máfia, diz Gaeco — Foto: Reprodução/TV Tribuna
Segundo o Ministério Público, em 2013 um dos membros da família pediu para sair do negócio e alegou que queria sua parte, que correspondia a R$ 10 milhões em dinheiro e outros R$ 40 milhões em terras. O órgão teve acesso a uma conversa em que esse membro revela que a organização era composta por quatro sócios.
Na mesma conversa, o homem também cita ter ido para Porto Alegre (RS) e instalado mil máquinas caça-níqueis no local. Ele também aponta que seu filho, que seria neto do patriarca da família, estaria ganhando um salário de R$ 15 mil, e que ele deveria passar a receber R$ 50 mil, como o filho de um dos funcionários apelidado de Chokito.
Promotores descobriram, nas investigações, que a organização criminosa atuava na sombra do Gaeco. As autoridades fechavam as casas de jogos e apreendiam máquinas caça-níqueis de outros grupos. Assim, a família de Guarujá assumia o ponto. Dessa forma, ainda garantiam a clientela que estava acostumada com o local.
Diversos imóveis possuíam máquinas caça-níquel — Foto: Reprodução/TV Tribuna
Segundo o promotor do Gaeco Renato dos Santos Gama, somente na Baixada Santista, quase 700 pontos de exploração da família foram constatados. Ele ainda pontua que a organização se dividia em cerca de 30 zonas financeiras, e que cada uma delas faturava em torno de R$ 210 mil a R$ 240 mil mensais.
Além disso, o promotor revela que a organização teria crescido por dois motivos: pela derrubada dos concorrentes e pela conivência do poder público. "Temos indícios veementes de que houve corrupção policial", afirma. As autoridades receberiam propina para não proibirem a prática dos jogos de azar gerados pela família.
A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 25 milhões em bens, referentes às movimentações financeiras da família entre os anos de 2014 e 2017. Além disso, nove pessoas acusadas de participar da organização criminosa receberam prisão preventiva.
Gaeco diz que organização movimentava milhões de reais — Foto: Reprodução/TV Tribuna
Promotores do Gaeco enfatizam outros problemas familiares que os jogos de azar geram na sociedade, como denúncias que chegam ao Ministério Público de parentes reclamando de familiares que gastam fortunas em jogos de azar.
O promotor Sílvio de Cillo Leite Loubeh ressalta que informações relacionadas ao paradeiro de membros da organização criminosa podem ser encaminhadas via Disk Denúncias, pelos telefones 190 ou 181, ou pelo Ministério Público.
Organização funcionava em diversos endereços — Foto: Reprodução/TV Tribuna
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