sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

8 pontos para entender NR 01 e fatores psicossociais relacionados ao trabalho

 


Atualização da norma regulamentadora deve entrar em vigor em 26 de maio. Fatores psicossociais relacionados ao trabalho presentes na NR 17 foram reforçados no texto da NR 01

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1. O que é a NR 01 e qual sua importância?   

A Norma Regulamentadora nº 01 (NR 01) estabelece as diretrizes gerais para a segurança e saúde no trabalho no Brasil. Publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, ela define disposições comuns às normas regulamentadoras e estabelece diretrizes para o Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), contribuindo para condições adequadas de trabalho.

2. Quais foram as principais mudanças na NR 01 com a publicação da Portaria nº 1.419/2024?   

A Portaria nº 1.419/2024 introduziu alterações no capítulo 1.5 da NR 01, reforçando a necessidade de considerar os Fatores de Riscos Psicossociais Relacionados ao Trabalho (FRPRT) dentro do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.

Além disso, trouxe modificações no levantamento preliminar de riscos, no plano de ação e na participação dos trabalhadores. Outras alterações podem ser conferidas no documento abaixo:

3. Como a NR 01 aborda os FRPRT?   

A NR 01 estabelece que os FRPRT devem ser considerados no gerenciamento de riscos ocupacionais, juntamente com agentes físicos, químicos, biológicos e acidentes, além dos ergonômicos. A norma também determina que o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) deve observar as exigências da NR 17 (Ergonomia), que trata das condições de organização do trabalho.  

4. Quando a atualização da NR 01 entrará em vigor?  

A previsão é 26 de maio de 2025.   

5. Existe uma profissão específica para elaborar o PGR incluindo os FRPRT?   

Não. A NR 01 não especifica uma categoria profissional para elaborar o PGR. No entanto, recomenda-se que seja conduzido por um profissional experiente em processos de trabalho, avaliação de riscos e visão integrada de segurança e saúde ocupacional. A norma também reforça a importância da participação dos trabalhadores no processo.  

6. Os programas de promoção da saúde mental substituem a avaliação de FRPRT?   

Não. Os programas de promoção da saúde mental são iniciativas voluntárias das empresas para melhorar o bem-estar dos trabalhadores, indo além do ambiente de trabalho. Já a avaliação de FRPRT é uma exigência da NR 01 e NR 17 para identificar perigos e avaliar riscos ocupacionais.

7. Como a nova NR 01 reforça a participação dos trabalhadores na gestão de riscos?   

A norma enfatiza a necessidade de consulta aos trabalhadores sobre a percepção de riscos, podendo contar com a participação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio (CIPA). Além disso, a empresa deve informar os riscos identificados e as medidas de prevenção adotadas, possibilitando que os trabalhadores tenham noções básicas sobre gerenciamento de riscos.

8. Como o SESI apoia as indústrias na implementação da nova NR 01?   

O SESI vem preparando seu time e sua operação de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) para ajudar as indústrias a se adequarem às novas exigências. Além de garantir conformidade legal, o SESI promove programas de promoção da saúde mental, entendendo que um ambiente de trabalho saudável é essencial para a produtividade e bem-estar dos trabalhadores.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

SOCOEDUCAÇÃO, MDHC anuncia instalação das primeiras Escolas Estaduais da Socioeducação e reinstitui Comissão Intersetorial Nacional do sistema socioeducativo

 


Para a criação das seis novas escolas, ministério fará investimentos de R$ 3 milhões, com intuito de fortalecer capacitação de profissionais do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase)
Publicado em 26/02/2025 17h35Atualizado em 26/02/2025 20h05
MDHC anuncia instalação das primeiras Escolas Estaduais da Socioeducação e reinstitui Comissão Intersetorial Nacional do sistema socioeducativo

Durante o II Encontro Nacional “Sinase Pra Valer!”, jovens atendidos pelo socioeducativo relataram que suas passagens pelo sistema foram fundamentais para sua emancipação (Foto: Clarice Castro/MDHC)

Lançamento de seis Escolas Estaduais da Socioeducação, reinstalação e posse da Comissão Intersetorial Nacional do Sinase e divulgação do Levantamento Nacional Sinase 2024. Foram estas algumas das principais ações divulgadas pela ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Macaé Evaristo, durante o II Encontro Nacional “Sinase Pra Valer!” e 1ª Semana Nacional da Socioeducação, nos últimos dias 18 a 20 de fevereiro, em Brasília (DF).

Para a criação das seis novas Escolas Estaduais da Socioeducação, as primeiras instituições neste formato, o MDHC garantiu o investimento de R$ 500 mil por unidade, em Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe, totalizando R$ 3 milhões. Estes espaços serão destinados à capacitação dos profissionais que atuam no Sinase, por meio de parcerias firmadas com universidades federais dos estados. Atualmente, cada uma das novas escolas passa pelo processo de formação de comitês gestores que irão definir as formas de atuação das instituições.

A coordenadora-geral de Políticas Públicas Socioeducativas do MDHC, Mayara Silva de Souza, destacou os impactos positivos que a medida proporcionará à sociedade. "O investimento na formação continuada e qualificada de profissionais que atuam no Sistema de Atendimento Socioeducativo é uma das diretrizes da Política Nacional do Sinase, mas é, antes de tudo, uma maneira de qualificar e valorizar as trabalhadoras e trabalhadores da socioeducação, e de garantir que os direitos de adolescentes e jovens sejam assegurados e implementados de maneira prioritária por todas as comunidades socioeducativas", ressaltou.

Também integram as iniciativas anunciadas na última semana, a nova plataforma da Escola Nacional da Socioeducação, com o lançamento de cinco cursos online abertos ao público (MOOC) e dois cursos de extensão para capacitação de profissionais da área, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB).

As ações divulgadas no evento incluem ainda o lançamento da nova plataforma referente ao Sistema de Informação Para Infância e Adolescência (Sipia-Sinase); a assinatura da Carta Acordo com a Universidade Federal Fluminense (UFF) para a realização de uma pesquisa nacional sobre o atendimento pós-medida socioeducativa, com o objetivo de desenvolver diretrizes para a reintegração dos jovens; e o lançamento da segunda etapa de atualização do documento que orienta a implementação do Sinase, em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Emancipação para os jovens

Durante o encontro nacional, jovens atendidos pelo socioeducativo relataram que suas passagens pelo sistema foram fundamentais para sua emancipação. O adolescente Fernando* (nome fictício) afirmou que, quando estava na rua e ocioso, sentia que não tinha perspectiva de vida. "Depois que eu comecei a cumprir a medida socioeducativa, eu voltei a estudar e agora eu estou vendo o quanto é melhor eu estudar. Para nós é muito sofrimento, mas, ao mesmo tempo, é uma coisa muito boa em nossa vida, porque, se não fosse o sistema socioeducativo, eu nem sei o que ia acontecer, nem sei se eu ia estar vivo. Apesar de tudo que eu estou passando agora, no sistema eu voltei a estudar e sei que posso ter uma vida melhor", conta.

O jovem Diego*, que também estava presente no evento, relatou ter vivido uma mudança de mentalidade após ser atendido no socioeducativo. "Eu não quero ficar na mesma vida que eu estava, aquilo é só uma ilusão. Esses 'caras' que ficam assim, que se acham e tal, isso não é nada. Mais na frente só tem um destino, ou é vala ou é atrás das grades. E eu já fui preso, não quero voltar para lá não", disse.

Levantamento Nacional do Sinase

O Levantamento Nacional de Dados e Informações do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo – 2024, lançado esta semana, sistematiza todos os dados do atendimento socioeducativo das 27 Unidades Federativas. No período do levantamento, foram identificados 12.506 pessoas menores de 18 anos em restrição ou privação de liberdade no Brasil. Os dados são encaminhados pelas gestões estaduais de atendimento socioeducativo dos programas de atendimento de meio fechado (adolescentes e jovens em restrição e privação de liberdade).

O primeiro levantamento foi realizado pelo MDHC em 2008, quando ainda era Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR). No entanto, entre o período de 2017 e 2022, os dados não foram coletados nem divulgados, sendo retomados em 2023 por meio de uma parceria firmada com a Universidade de Brasília (UnB).

Encontro nacional

O evento contou com 237 participantes de todas as unidades federativas do Brasil, além de mais de 4,8 mil pessoas que participaram por meio da transmissão on-line pelo YouTube do órgão. Promovida pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do ministério (SNDCA/MDHC), a iniciativa reuniu entidades, gestores e trabalhadores que atuam no Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente (SGDCA) e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase); professores; psicólogos; atores do sistema de Justiça; adolescentes, jovens e famílias em atendimento socioeducativo; pesquisadores do tema; e integrantes da sociedade civil em geral.

Foram realizados ainda cinco painéis e uma mesa-redonda a fim de aprofundar e discutir cada uma das entregas realizadas pelo governo federal. Destaca-se que, nas discussões de todas as temáticas foram abordados os atravessamento da raça, gênero, sexualidade e classe.

No encontro, ocorreu também o primeiro treinamento presencial do Sipia-Sinase, que formou 39 profissionais da socioeducação para operar o sistema. Além disso, durante todos os dias foram realizadas oficinas de arte e cultura para adolescentes que cumprem medidas socioeducativas, realizadas no Instituto Peregum e facilitadas por artistas da cena brasiliense.

Sinase – 13 anos

A Lei nº 12.594/2012, que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), completou 13 anos no dia 18 de janeiro. Conforme a legislação, as competências da União incluem formular e coordenar a execução da Política Nacional de Atendimento Socioeducativo e contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas de Atendimento Socioeducativo. No âmbito do governo federal, as ações são coordenadas pela SNDCA, do MDHC.

Ainda de acordo com a Lei nº 12.594/12, o Sinase é “o conjunto ordenado de princípios, regras e critérios que envolvem a execução de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adesão, os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como todos os planos, políticas e programas específicos de atendimento a adolescente em conflito com a lei”.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Adolescente com extensa ficha criminal relacionada a furto de veículos é recolhido à Fundação Casa

 


26 FEV 2025 • POR Marcos Escrivani • 13h28

Um adolescente de 16 anos, com mais de 10 passagens pela polícia, todos relacionados a furto de veículos, foi, finalmente, tirado de circulação na manhã desta quarta-feira, 26.

Após a Justiça expedir um mandado de busca e apreensão, uma equipe do Comando de Força Patrulha, capitaneado pelo tenente Perroni, foi até a rua Thaynara Gabriele Pereira, no Planalto Verde, onde estaria o infrator, realizaram a abordagem.

Após ser encaminhado à CPJ para as deliberações de praxe, o adolescente foi recolhido à Fundação Casa de Araraquara.