Penitenciária tem capacidade para 914 detentos, mas tem 1.926 presos em regime fechado. Local também comporta mais do que o dobro de detentos em regime semi aberto.
Por g1 SP e TV Globo — São Paulo
21 dos 28 presídios da Grande SP estão superlotados
A Grande São Paulo tem 21 dos 28 presídios superlotados, segundo levantamento feito pelo SP1 nesta segunda (22) com dados da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
No total, a capacidade de todos os presídios é de 25.013 vagas. Atualmente, a população carcerária é de 29.437 detentos – um déficit de 4.424.
Uma das cadeias com a quantidade de presos acima da capacidade é a Penitenciária I de Franco da Rocha, onde detentos fizeram um motim no sábado (20).
Segundo informações do site da SAP, a penitenciária tem capacidade para 914 detentos, mas possui 1.926 presos em regime fechado, ou seja, mais que o dobro da capacidade.
O local também tem capacidade para 108 detentos em regime semi aberto, mas recebe 265 presos.
Em nota, a SAP afirma que iniciou nesta segunda (22) a transferência de 161 presos da unidade de Franco da Rocha para outros presídios.
Sindicato aponta sucateamento
O motim começou por volta de 10h30. A polícia começou a dispersar os detentos por volta de 13h40. Um grupo ficou em cima do telhado da penitenciária atuando para reprimir o motim.
Os presos foram encurralados em um dos pátios da penitenciária. Eles foram enfileirados e colocados nus, sentados de costas.
Em nota, o Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado São Paulo (SIFUSPESP) afirmou que a rebelião em Franco da Rocha “é uma tragédia anunciada há anos” e que desde 2022 alerta o governo de São Paulo sobre o sucateamento de unidades prisionais e o déficit de policiais penais.
Ainda segundo o sindicato, esta é a primeira rebelião em quatro anos, mas foram 18 fugas do regime semiaberto somente entre dezembro de 2023 e maio de 2024, enquanto nos primeiros cinco meses de 2024, foram registradas 203 agressões a policiais penais, um aumento de 276% em relação ao mesmo período do ano passado.
“O número de assassinatos dentro das unidades prisionais quase triplicou no mesmo período, saltando de 5 para 14, evidenciando a perda do controle do Estado dentro de seus presídios”, alertou o sindicato, afirmando que “é preciso recompor o efetivo de policiais penais, investir em infraestrutura e equipamentos de segurança, além de promover políticas públicas que possibilitem a reinserção social dos presos”.
Em nota, a SAP afirmou que "atual gestão fará, neste ano, um concurso para a contratação de 1.100 policiais".
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