Leonardo Vinci Alves de Lima era procurado desde fevereiro e deu documento falso, comprado por R$ 2.000 em São Paulo, aos policiais
SÃO PAULO|Do R7, com Isabelle Gandolphi, da Agência RECORD
A PM (Polícia Militar) prendeu Leonardo Vinci Alves de Lima, conhecido como “Batata”, na noite do último sábado (29) em Mongaguá, no litoral sul de São Paulo. “Batata” faz parte da alta cúpula do PCC (Primeiro Comando da Capital) e é apontado como “sintonia final” da organização criminosa.
Mais que isso, “Batata” seria o executor de um plano mirabolante de ataque a cadeias de segurança máxima para resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o “Marcola”, detido na Penitenciária Federal de Brasília desde janeiro de 2023, quando chegou transferido da Penitenciária Federal de Porto Velho (RO).
A prisão de “Batata”, alvo de um mandado de prisão por tráfico de drogas, foi feita por policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar).
Em sua conta no X, antigo Twitter, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou a prisão de Batata.
Como a polícia chegou a ‘Batata’, do PCC
A prisão ocorreu no bairro Jardim Marabá, em Mongaguá, depois que a equipe da Rota recebeu a informação de que, no local, estaria um procurado pela Justiça.
Ao chegar na residência, os agentes foram recebidos pelo sogro do criminoso, que indicou que “Batata” estava no quarto. À PM, Batata apresentou documentos falsos, do estado do Maranhão, em nome de Flávio Pinheiro da Silva, conforme informações dos próprios agentes.
Os policiais localizaram inconsistências nos sinais de identificação do documento, o que levantou a suspeita dos policiais. Quando questionado, Leonardo confessou o crime e relatou que comprou o documento falso, por R$ 2.000 no centro de São Paulo (SP).
Ao consultarem a real identidade do suspeito, os policias da Rota constataram que se tratava de um procurado da Justiça. Na carteira de “Batata”, foram encontrados R$ 4.076 em espécie e, depois, outros R$ 10 mil apareceram. O suspeito disse que escondeu o dinheiro ao perceber a chegada da equipe — ao todo, foram apreendidos R$ 13.044 em dinheiro.
‘Sintonia final’ do PCC e resgate de Marcola
A PM afirmou que Leonardo é integrante da “sintonia final” do PCC e ocupa função de liderança na facção. A corporação alega que ele possui envolvimento direto com o tráfico de drogas na comunidade de Paraisópolis, na zona sul da capital paulista.
Ainda segundo a Rota, o criminoso também é apontado como executor da operação de resgate montada pelo crime para resgatar Marco Willians Herbas Camacho, o “Marcola”.
Desde 2019, o MP-SP (Ministério Público Federal) indica planos para resgatar Marcola da cadeia, o que motivou a transferência dele e mais 14 presos da Penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, para cadeias federais.
Na ocasião, em março daquele ano, Marcola foi levado para a Penitenciária Federal de Brasília. Em 2022, Marcola foi transferido para a cadeia federal de Porto Velho, e voltou a Brasília no início do ano passado.
O que diz a defesa de “Batata”
O advogado de Batata, Pedro Andrey Campos Rodrigues desmente a versão da PM de que ele utilizou documento falso. Ele relata que seu cliente imediatamente se apresentou como Leonardo, por já ser conhecido da polícia, e que os documentos foram encontrados guardados em uma gaveta.
A defesa também relatou que, há cerca de 10 meses, uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) anulou a condenação de “Batata”, o que motivou a soltura dele. Porém, o caso foi reanalisado, e os ministros decidiram que ele voltasse ao sistema prisional. No dia 14 de fevereiro, a Justiça expediu o mandado de prisão — desde então, era considerado foragido.
O advogado alega que o cliente dormia no momento da prisão e que já estava próximo ao horário limite do cumprimento do mandado.
Rodrigues disse que fará a defesa de Leonardo em relação à acusação do uso de documento falso e que vai trabalhar para, novamente, anular a condenação em relação ao tráfico de drogas.
O caso foi registrado no 7° Distrito Policial de Santos e, posteriormente, ele foi encaminhado à carceragem do 5° DP do município, onde passou a noite antes da audiência de custódia.
A defesa de Batata acredita que ele será transferido para a Penitenciária de Presidente Venceslau.
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