Servidores concursados e instituição afirmam que empresa de vigilância não repassou salários a prestadores de serviço terceirizados, que abandonaram os postos. Unidade Casa Leopoldina, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, teve fuga de 8 internos por guarita e portão eletrônico.
Por Isabela Leite, Norma Odara, GloboNews — São Paulo
Unidades da Fundação Casa que apresentaram problemas — Foto: Reprodução/GloboNews
Fundação Casa: falta de vigias terceirizados faz agentes socioeducativos assumirem postos de segurança e fazerem hora extra
Servidores concursados e instituição afirmam que empresa de vigilância não repassou salários a prestadores de serviço terceirizados, que abandonaram os postos. Unidade Casa Leopoldina, na Zona Oeste da cidade de São Paulo, teve fuga de 8 internos por guarita e portão eletrônico.
Por Isabela Leite, Norma Odara, GloboNews — São Paulo
Unidades da Fundação Casa que apresentaram problemas — Foto: Reprodução/GloboNews
Agentes de apoio socioeducativo da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (Casa) estão em regime de hora extra depois que vigilantes abandonaram o posto por falta de pagamento de salários.
Os vigias terceirizados foram contratados pela empresa Porterc Segurança Patrimonial Ltda para realizar serviço de vigilância e controle de acesso em pelo menos oito unidades na capital, na região metropolitana e no interior.
A Fundação Casa, também conhecida como ex-Febem, presta assistência a jovens de 12 a 21 anos incompletos em todo o estado de São Paulo, por meio de medidas socioeducativas de privação de liberdade (internação) e semiliberdade. As medidas são determinadas pela Justiça de acordo com o ato infracional e a idade dos adolescentes.
A vulnerabilidade na segurança das unidades foi evidenciada durante a fuga de oito internos da Unidade Casa Leopoldina, na Zona Oeste da capital. O grupo conseguiu deixar a unidade após apertar o botão da guarita e abrir os portões eletrônicos do estacionamento (leia mais abaixo).
Segundo a Fundação Casa, a Porterc não pagou os salários dos vigilantes responsáveis pelo controle de entrada e saída, como guaritas e portões eletrônicos, além da segurança patrimonial. O governo paulista afirma que o pagamento foi repassado para a empresa “rigorosamente em dia” e que, por descumprimento das regras de licitação, todos os contratos foram rompidos em fevereiro.
O governo foi questionado sobre quais são as unidades que tinham contrato com a empresa, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem. A GloboNews apurou, no entanto, que a situação ocorre nas unidades de Osasco, Raposo Tavares, Pirituba, Jardim São Luis e Vila Leopoldina, além de Rio Claro, Jundiaí e Piracicaba.
A Porterc Segurança Patrimonial Ltda foi procurada, mas não respondeu aos questionamentos sobre o descumprimento contratual até a última atualização desta reportagem.
Vulnerabilidade e fuga
A vulnerabilidade na segurança das unidades foi evidenciada durante a fuga de oito internos da Unidade Vila Leopoldina. Segundo funcionários, adolescentes que estavam sendo medicados na enfermaria pegaram um funcionário pelo pescoço.
Os agentes que estavam no pátio abriram a “gaiola” para ajudar o funcionário que era mantido refém e, neste momento, de acordo com funcionários, alguns internos saíram correndo.
Uma vigilante ainda tentou fechar a porta da guarita, mas como não há tranca, os adolescentes entraram e pegaram um alicate. Alguns internos saíram pelo portão de veículos, outros apertaram o botão que fica na guarita e escaparam pelo portão de pedestres.
A unidade Casa Leopoldina tem capacidade para 70 jovens e atendia 53 internos no dia da fuga. Até o momento, um adolescente foi capturado pela Polícia Militar, que continua com as buscas na região. O caso foi registrado como dano, associação criminosa, lesão corporal e evasão mediante violência contra a pessoa no 91° DP (Ceasa).
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