terça-feira, 22 de junho de 2021

Metrô de SP avisa a funcionários que vai cumprir determinação do TRT de reajuste de 7,79%

 


Impasse agora é sobre retirada de sindicato de imóvel que foi leiloado pela companhia

ADAMO BAZANI

A Companhia do Metrô de São Paulo comunicou aos funcionários nesta segunda-feira, 21 de junho de 2021, que vai cumprir em julho decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e pagará os 7,79% de reajuste salarial e em benefícios determinado pela justiça paulista.

Como mostrou o Diário do Transporte, o julgamento ocorreu no dia 02 de junho de 2021.

A categoria fez uma greve no dia 19 de maio de 2021, o que causou transtornos nos deslocamentos na capital paulista, provocando superlotação em ônibus, mesmo durante a pandemia de covid-19 quando uma das principais recomendações das autoridades de saúde é não criar condições para aglomerações.

No julgamento, por decisão unânime, com 11 votos a zero, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou os seguintes pontos:

– Reajuste de 7,79% sobre todas as cláusulas econômicas, incluindo salários e tickets (vale reeleição e vale alimentação)

– Redução Temporária do Adicional Noturno para 40% por seis meses

– Redução Temporária do Adicional de Férias para 60% por seis meses

– Congelamento por um ano da gratificação por tempo de serviço

– Abono salarial de R$ 2295 a ser pago em 31 de janeiro de 2022

– Pagamento da Segunda Parcela da PR (Participação nos Resultados) sem a especificação de valor

– Não abusividade da greve que ocorreu no dia 19 de maio de 2021, o que na prática garante que os trabalhadores não sejam demitidos e nem tenham descontos pelas horas de greve.

O acordo vale para os filiados ao Sindicato dos Metroviários.

Já para os empregados filiados ao Sindicato dos Engenheiros, que aceitou proposta do Metrô e não levou a campanha salarial ao dissídio coletivos, os reajustes serão:

– 2,61% sobre salários, vale-alimentação e vale-refeição a partir de janeiro de 2022, não retroativo.

– Pagamento do abono salarial em 31 de março de 2022, equivalente aos salários normativos atuais dos metroviários.

– 60% de adicional de férias, sendo R$ 2.295,06 como parcela fixa e mais 0,6 vezes a diferença entre o salário nominal e a parcela fixa.

– Adicional noturno de 35% sobre o salário base

– Pagamento da segunda parcela Participação de Resultados de 2019 em 31 de janeiro de 2022, mediante formalização de acordo.

– Pagamento da gratificação por tempo de serviço aos empregados que completaram o quinto ano de vigência do vínculo empregatício até 30 de abril de 2021. Para os que já receberam a gratificação, não haverá o acréscimo de 1% a cada ano que vier a ser completado. Já para os empregados com menos de cinco anos até 30 de abril de 2021 será paga a gratificação de acordo com os anos de vínculo empregatício de forma proporcional.

SEDE:

Entretanto, apesar de a questão da campanha salarial estar se encaminhando para o final, os impasses entre Metrô e metroviários continuam.

O motivo é a sede da entidade trabalhista, de propriedade do Metrô que leiloou o terreno em 28 de maio de 2021, quando recebeu proposta de R$ 14,4 milhões da UNI 28 SPE Ltda, representada por Juliana Gomes Rocha Bouvier, arquiteta Coordenadora de Ciência Urbana e Novos Negócios na Porte Engenharia e Urbanismo.

Diário do Transporte mostrou que no dia 17 de junho de 2021, o Metrô enviou um “ultimato” à direção da entidade trabalhista pedindo que o imóvel, que fica na Rua Serra do Japi, na região do Tatuapé, fosse desocupado no dia 23 de junho.

No dia 23, o sindicato promete fazer uma manifestação no local contra a retirada.

O Metrô alega que para enfrentar a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19 e para deixar a gestão e operação mais eficientes e racionais, busca receitas extra-tarifárias, como se desfazer de imóveis e outros bens que não são usados para a prestação de serviços aos usuários.

Relembre:

https://diariodotransporte.com.br/2021/06/18/metro-de-sao-paulo-entrega-ultimato-para-sindicato-dos-metroviarios-devolver-o-predio-que-utiliza-desde-1990/

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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