quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Metrô e CPTM vão pagar até R$ 1,4 milhão por mês para PMs de folga atuarem nas estações

 


Acordo foi firmado na quarta (28) e publicado no Diário Oficial desta quinta (29). Medida prevê 180 agentes a partir de outubro e ocorre após crescimento da violência e assaltos nas plataformas e vagões.

Por g1 SP — São Paulo

 


Usuários aguardam trem em plataforma da Linha 3-Vermelha do metrô na Estação Sé, na Zona Central de São Paulo, durante a manhã. O transporte teve problemas e pessoas precisaram desembarcar nas linhas — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Usuários aguardam trem em plataforma da Linha 3-Vermelha do metrô na Estação Sé, na Zona Central de São Paulo, durante a manhã. O transporte teve problemas e pessoas precisaram desembarcar nas linhas — Foto: Bruno Rocha/Fotoarena/Estadão Conteúdo

A Polícia Militar e a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) assinaram, nesta quarta-feira (28), um convênio para que 180 policiais reforcem a segurança nas estações e linhas da capital.

Eles trabalharão em regime de Diária Especial por Jornada Extraordinária de Trabalho Militar (DEJEM), contratada pelo Metrô.

O custo mensal do convênio poderá chegar a R$ 1,4 milhão, de acordo com a quantidade de PMs que aderirCom 15 meses de vigência, a partir de outubro de 2022, a parceria poderá ser prorrogada até o limite de cinco anos.

Segundo o Metrô, uma comissão paritária, formada por membros do Departamento de Operações do Metrô e da Área Operacional da PM, definirá semestralmente as estações que receberão maior reforço de segurança.

Por adesão voluntária, os policiais militares concorrerão às 180 vagas abertas na DEJEM do Metrô. Com esse novo convênio, o Estado contará com 346 PMs trabalhando na segurança das linhas do Metrô e da CPTM - 166 já atuavam na DEJEM da CPTM

Violência em vagões e plataformas

Ao menos 16 casos de violência foram registrados neste ano no sistema de transporte metropolitano de São Paulo, segundo um levantamento feito pela TV Globo.

Os dados foram obtidos com vítimas, a Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Militar, além do Metrô e da CPTM.

Na semana passada, um passageiro foi esfaqueado no peito após discussão no vagão do Metrô Liberdade.

Houve duas ocorrências em que a vítima foi baleada no transporte metroviário. Em seis casos, ocorreu esfaqueamento. Outros sete registros são de roubos, sendo um deles um arrastão. Todas as ocorrências foram registradas dentro dos trens, nas plataformas ou nas dependências das estações.

Do total, 14 casos foram registrados no Metrô e um, na CPTM. A Linha 3-Vermelha do Metrô lidera, com seis ocorrências, seguida da Linha 2-Verde, com quatro. A Linha 1-Azul teve um registro, assim como as linhas 4-Amarela e 15-Prata. O caso envolvendo a CPTM ocorreu na estação da Luz.

Em janeiro, um passageiro foi baleado nas nádegas durante uma tentativa de roubo dentro da estação Santa Cecília, da Linha 3-Vermelha.

Segundo a Polícia Militar, o autor do disparo cometeu um roubo do lado de fora e fugiu para dentro da estação, onde tentou cometer outro crime. O passageiro reagiu, tomou uma coronhada na cabeça e um tiro na região das nádegas. O criminoso foi preso.

Em março, quatro pessoas foram detidas por seguranças do Metrô após furtarem um celular de uma mulher dentro da estação Brigadeiro, da Linha 2 – Verde.

No início de maio, um passageiro foi atingido por uma facada após um desentendimento na estação Brás, da Linha 3 – Vermelha. A vítima foi socorrida por funcionários do Metrô e levada ao hospital. Já o agressor foi detido e encaminhado à delegacia.

Duas semanas depois, um homem foi esfaqueado durante uma tentativa de roubo na estação Trianon-Masp, da Linha 2 - Verde. O roubo ocorreu em uma escada de acesso à estação, na Avenida Paulista. O jovem sofreu um ferimento na mão e foi encaminhado ao hospital.

Em junho, um homem foi esfaqueado dentro da estação da Luz da CPTM. A vítima foi atingida no saguão inferior da estação, socorrida pelo Samu e levada para um pronto socorro da região. O agressor foi detido por agentes da estação.

Agosto teve cinco registros de violência no Metrô. No dia 3, um homem foi esfaqueado dentro da estação da Luz.

No mesmo mês, um policial reagiu com disparos após sofrer uma tentativa de roubo dentro da estação Higienópolis-Mackenzie, da Linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro. Um dos três criminosos ficou ferido. Ele fugiu com dois comparsas levando o celular de uma mulher que estava com o policial. O assaltante foi detido na região e levado para um hospital.

No dia 23 de agosto, um homem furtou um celular na plataforma da estação Anhangabaú, da Linha 3-Vermelha. Na fuga, ele entrou na passarela de emergência da estação. Os trilhos precisaram ser desenergizados, e o suspeito foi preso pelos seguranças do Metrô.

Já no dia 29, um adolescente de 16 anos foi roubado por três suspeitos, um deles armado com uma arma de fogo na plataforma da estação Conceição, da Linha 1-Azul. Ele teve o celular roubado. Os criminosos fugiram.

Um arrastão foi registrado no dia 30 na estação Tatuapé, da linha 3-Vermelha. Três suspeitos roubaram sete estudantes que estavam na plataforma.

Os últimos quatro casos foram registrados na última semana, já em setembro. No dia 1°, três passageiros discutiram por causa do uso da máscara dentro de um trem na estação Vila Prudente, da Linha 15-Prata do Metrô. Armado com uma faca, o homem que estava sem máscara atingiu outros dois. As duas vítimas foram atendidas em um pronto socorro da região, e o agressor foi detido pelos seguranças da estação.

No dia 2, um passageiro teve o celular roubado dentro do trem, quando chegava à estação Sé, da Linha 3-Vermelha. Os criminosos fugiram.

No dia 4, outros dois casos foram registrados no Metrô. Na Linha 3-Vermelha, um passageiro teve o celular roubado na estação República.

Já na Linha 2-Verde, uma mulher foi roubada por um indivíduo que estava armado com uma faca. A vítima estava dentro do trem e chegava à estação Sumaré quando teve a bolsa roubada. O criminoso fugiu.