quarta-feira, 31 de julho de 2019

Guerra entre facções no Pará favorece expansão da milícia, diz procurador

Guerra entre facções no Pará favorece expansão da milícia, diz procurador

  • Membro do Ministério Público paraense afirma que grupos formados por policiais militares estão crescendo e disputando o mercado da droga no estado
A disputa entre facções de traficantes de drogas no Pará por territórios e poder abre a oportunidade para o crescimento das milícias no estado.  A avaliação é do promotor militar Armando Brasil, membro do Ministério Público paraense responsável por investigar a conduta de policiais militares. O estado vive momentos de tensão após 58 detentos serem assassinados dentro do presídio de Altamira, no norte do estado, na segunda-feira 29. De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário (Susipe), os mortos pertenciam à facção Comando Vermelho e foram executados pela Comando Classe A. “Belém é refém de um confronto entre a milícia, que ninguém impediu de crescer, e o tráfico de drogas”, resume o promotor.
O caso ocorrido em Altamira é o segundo maior massacre em presídios brasileiros desde o Carandiru, em 1991, que terminou com 111 mortos, e joga luz sobre os graves conflitos entre facções de criminosos na região metropolitana de Belém e no interior do Pará. “Toda vez que as facções se digladiam, as milícias se aproveitam do vácuo e ganham mais força. E esses grupos já perceberam que a venda de drogas é altamente lucrativa”, avalia o promotor. “Talvez só o Rio de Janeiro sofra mais com os milicianos do que nós.”
No lugar da proibição do consumo de drogas, como foi a característica dos primeiros grupos de milicianos surgidos no Rio de Janeiro e mesmo no Pará, o que há, atualmente, é que esses grupos perceberam que o comércio de entorpecentes ilícitos é altamente rentável. “No Pará, a disputa envolve técnicas de crueldade e terror. Milícia e tráfico chegam a disputar até as pessoas que são recrutadas para suas fileiras”, explica Armando Brasil.
De acordo com dados da última edição do Mapa da Violência, elaborado pelo IPEA e lançado neste ano com dados de 2017, o Pará registrou taxa de 54,7 a cada 100 mil habitantes — acima da média nacional de 31,6 casos a cada 100 mil habitantes. Muitas dessas mortes, argumenta o promotor, são resultado dos confrontos entre milicianos e traficantes. Brasil cita o exemplo de uma chacina ocorrida em maio deste ano no bairro Guamá, um dos mais populosos de Belém. Um grupo formado por quatro policiais militares invadiu um bar e executou onze pessoas. Os suspeitos do crime já foram presos e denunciados pelo Ministério Público, mas ainda não está clara qual a motivação das mortes. Segundo o promotor, a principal linha de investigação é de que o bar funcionasse como um importante ponto de venda de drogas no bairro, disputado por milicianos e traficantes.
Brasil, que há dezoito anos investiga casos de crimes cometidos por policiais militares, acredita que a diversificação das atividades da milícia ocorreu sem que o Estado fosse capaz de reagir. “Além da milícia urbana, que quer o controle do tráfico de drogas, há grupos milicianos que atuam na zona rural, no interior. São policiais que prestam serviços para mineradora e fazendeiros”, exemplifica. “A situação  no Pará é bem grave.

Servidores do sistema socioeducativo fecham Eixo Monumental em protesto por melhores condições de trabalho




Por G1 DF
 


Servidores do socioeducativo protestam no Eixo Monumental — Foto: Wagner Araújo/Arquivo pessoalServidores do socioeducativo protestam no Eixo Monumental — Foto: Wagner Araújo/Arquivo pessoal
Servidores do socioeducativo protestam no Eixo Monumental — Foto: Wagner Araújo/Arquivo pessoal
Servidores do sistema socioeducativo fecharam parte do Eixo Monumental, em Brasília, no fim da manhã desta quarta-feira (31). A categoria reivindicou melhores condições de trabalho (veja abaixo).
O ato começou por volta das 11h, quando os agentes se concentraram na Praça do Buriti – em frente à sede do governo. Em seguida, acompanhado de um carro de som, o grupo saiu em marcha em direção ao Tribunal de Justiça. Até as 13h, duas faixas da via N1 estavam bloqueadas.
Ao G1, o presidente do sindicato, Wagner Araújo, disse que a categoria reivindica adicional de insalubridade e "itens básicos", como água potável nas unidades e rádios comunicadores para os funcionários.
"Recentemente, a unidade de São Sebastião ficou três dias sem água. Teve um princípio de motim, e os servidores ficam em meio à precarização do sistema pela falta de atuação das autoridades."
Já a Secretaria de Justiça e Cidadania do DF informou que foi avisada das reivindicações por meio de ofício enviado pela categoria. Segundo a pasta, os pedidos estão sendo avaliados pelo GDF.
"Insalubridade, por estar em fase de judicialização, está ainda sob análise. GTIT e Voluntário depende da viabilidade orçamentária. A aquisição de rádios está em fase de licitação", afirmou a pasta em nota.
Atualmente, tramita na Justiça do DF uma ação da categoria que pede adicional de insalubridade. O processo corre desde 2015 e, de acordo com o sindicato, os recursos devem ser analisados nesta quarta-feira