Na manhã dessa terça-feira (17) a diretora Josiane Aponi acompanhou um fato gravíssimo que aconteceu no Centro CASA Paulista. Um Agente de Apoio Socioeducativo foi gravemente ferido em seu posto de trabalho por volta das 22h da segunda-feira (16).
O plantão, como sempre defasado, contava com apenas o servidor que foi ferido em um posto, monitorando o corte de cabelo, e um outro servidor, acompanhando os adolescentes no banheiro, quando um adolescente pediu para que o Agente abrisse mais uma sala para atividades. O servidor respondeu ao interno que não poderia fazer isso por conta da falta de funcionários para monitorar o posto e que logo haveria o procedimento de recolhimento.
Após este momento cerca de oito adolescentes que já haviam sido influenciados começaram a desferir socos, chutes e pontapés no trabalhador que se salvou apenas depois que a gaiola de proteção foi aberta para que ele se protegesse nela. O servidor agredido teve cortes profundos na cabeça, luxações no rosto e nas mãos.
O plantão contava com 35 adolescentes divididos em dois módulos e estavam trabalhando apenas três servidores e um coordenador.
Infelizmente esta é a realidade dos Centros Socioeducativos espalhados pelo estado de São Paulo, falta de efetivo, servidores afastados por vários motivos de doenças adquiridas nos seus locais de trabalho, transferências compulsórias quando o servidor se nega a entrar no seu posto por falta de segurança e o principal: a falta de respeito e omissão da gestão da Fundação CASA.
Os servidores trabalham no seu limite psicológico, não sabendo, ao saírem de suas casas para exercer o seu trabalho, se voltarão com o seu sustento para seus familiares.
Depois que as câmeras de monitoramento foram instaladas para punir os servidores, com a desculpa esfarrapada que são para a segurança desses e dos internos, os adolescentes se tornaram indisciplinados na sua totalidade.
As punições impostas aos trabalhadores por se defender, tentando conter o adolescente, é sempre aplicada com rigor e contra o servidor, enquanto os adolescentes saem sempre como vítimas e são, muitas das vezes, punidos com sanções que não agregam em nada na sua socioeducação ou ressocialização pois, depois de uma ou duas passagens pela instituição, o adolescente volta ainda mais conhecedor de que qualquer indisciplina que cometer não “dará em nada”.
Temos um novo presidente, mas estamos muito descrentes que alguma coisa irá mudar em favor dos trabalhadores, principalmente depois de terem sido publicadas algumas falas do novo presidente, onde entendemos que o objetivo dele não vislumbra a categoria, mas sim, aos adolescentes.
Enquanto isso os servidores continuam sendo humilhados, espancados e até mortos por estas ações prejudiciais, como a que aconteceu ontem no Centro CASA Paulista.
O SITSESP, através de seus diretores e da diretora Josiane, está acompanhando de perto a situação do trabalhador e lhe dando todo respaldo.
Já estamos em nossos limites e a pergunta que fica é: será que teremos mais uma temporada de fatalidades contra o trabalhador dentro desta instituição?
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