segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Reajuste injusto dos servidores este ano expõe fraqueza e omissão dos sindicatos

 


Ricardo Mota|
Assembleia servidores do Detran / Foto: Sinsdal

Antes de mais nada, deixo claro: não defendo a greve de servidores em áreas essenciais do serviço público, como Educação, Saúde e Segurança, até porque a grande prejudicada é sempre a população.

Mas creio que há caminhos de mobilização disponíveis que podem pressionar os governantes a serem mais justos com os trabalhadores do serviço público.

O que ficou evidente, no entanto, na tímida mobilização dos servidores este ano, foi que o movimento sindical perdeu força e derrapou na sua política dos últimos anos considerando que o governo era comandado por aliados políticos.

Ainda que estejam do mesmo lado ideológico, o que não era o caso, há de se ter sempre claro que os interesses dos dois lados são diferentes: um não quer ser pressionado nem que se apresente suas falhas; o outro precisa pressionar e apontar os dedos para os erros daqueles que têm por obrigação respeitar os trabalhadores – inclusive na questão salarial.

Não faz muito tempo, muitas das atuais lideranças sindicais pressionaram ao limite e sem tréguas os ex-governantes Téo Vilela e Rui Palmeira. E era justo que assim o fizessem, porque este é o papel deles, em qualquer tempo e lugar.

A omissão e a fraqueza de agora, por outro lado, levaram a um prejuízo no bolso daqueles que fazem a máquina pública funcionar.

Assim entendo: os sindicalistas podem e até devem ter partido, mas os sindicatos não.

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