ENTREVISTA COM IURE TEIXEIRA – DIRIGENTE SINDICAL DO SITSESP – SEC. POLÍTICA SINDICAL E FORMAÇÃO
QUAL É O PROJETO DE TRABALHO DA PASTA DE POLÍTICA SINDICAL E FORMAÇÃO?
A pasta de Política Sindical e Formação tem o trabalho de trazer formas de mobilizar e lutar em defesa dos agentes do sistema socioeducativo. No momento, estou realizando um curso de formação sindical e a ideia é trazer essa experiência para os demais diretores e, posteriormente, expandir para a categoria. Este curso dá subsídios para entendermos o significado da luta em defesa dos nossos direitos, a ideia é realizar esse curso e envolver a categoria. Temos que conhecer a nossa história, houve organização e luta para consolidar a ferramenta dos trabalhadores que é o sindicato. Conhecer a importância dos dirigentes, de ouvir as demandas e de fazer a luta com a base. Sindicato não é somente dirigentes sindicais, quem faz o sindicato é toda a categoria.
A categoria tem que estar junto e fazer a luta de forma coletiva. Temos que conhecer como conquistamos nossos direitos, como a classe trabalhadora lutou. As redes sociais são muito importantes, mas temos que nos mobilizar, temos que dar subsídios para que a categoria se mobilize.
A nossa categoria deu um voto de confiança à Gestão Reconstrução e Luta, querendo mudanças, para trazer um projeto de luta, de mobilização, de construção na base, com diálogo permanente e, de fato, termos uma atuação maior.
Também queremos estender nossas parcerias, com institutos e outros sindicatos, para trazer estudos, estatísticas, pesquisas do mundo sindical, para a organização e formação da nossa categoria. Temos que ampliar nossos horizontes.
NA ATUAL CRISE, COMO O SINDICATO PODE ESTAR FORMANDO E AUXILIANDO A CATEGORIA EM DEFESA DOS SEUS DIREITOS?
A perda de direitos esta aí, considerando a reforma trabalhista e a previdenciária. A gente vê isso acontecendo com a nossa categoria. Atualmente enfrentamos as demissões dos aposentados, são coisas que precisamos acompanhar. A base muitas vezes não tem informação sobre a legislação, ficando bem confusa e preocupada, por isso o SITSESP, por meio do departamento jurídico, está realizando lives com temáticas que venham a esclarecer a categoria. Temos que entender aquilo que nos ataca, principalmente agora na pandemia, quando os governos estão aproveitando para retirar conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras e ainda enfrentamos a Fundação CASA que está trazendo à tona o tema da terceirização.
A categoria tem que participar da formação, seja presencialmente ou de forma virtual. A formação é o desafio da secretaria de formação sindical, envolver a categoria para que possamos conquistar nossas reivindicações.
Temos a necessidade de dialogar na ALESP com todas as bancadas, nós temos uma categoria heterogênea, com diversas ideologias e preferências partidárias, mas isso não se sobrepõe aos interesses da categoria. Nós temos que cobrar os deputados para que levem adiante nossas reivindicações, temos que ocupar todos os espaços possíveis de luta em defesa da categoria. Também temos que nos unir a outros sindicatos, os ataques afetam não somente nossa categoria, e sim ao conjunto da classe trabalhadora. Nossa categoria é de luta, vamos nos unir para defender e conquistar direitos.
COVID-19 NO INTERIOR DO ESTADO. QUAL É SUA AVALIAÇÃO?
Eu trabalho na unidade de Osasco, que pertence a DRM4, que é a Regional da Raposo Tavares. O primeiro caso de covid-19 em um adolescente foi na unidade de São Luiz, devido a esse diagnóstico, às intervenções do SITSESP e a denúncia do Sindicato dos profissionais da psicologia, o teste da COVID-19 foi realizado. Foi pedida a intervenção na unidade para evitar a proliferação do vírus, mas a lentidão da Fundação fez com que vários adolescentes e trabalhadores fossem contaminados. A partir daí começaram a realizar alguns testes de forma bem reduzida, principalmente atendendo unidades da capital.
Em 1°e julho foi realizado o teste na unidade na qual trabalho, em Osasco, e foi constatada a COVID-19 em adolescentes e trabalhadores. Meu teste deu negativo. É importante dizer que a testagem geral na categoria é o mínimo que governo e a Fundação devem fazer, levando em consideração que o correto seria a testagem geral de forma periódica. Por exemplo, eu fiz o teste dia 1° de julho e, na realidade em que vivo com adolescentes contaminados, deveria haver testagem geral de forma periódica. A Fundação não nos valoriza.
A testagem é essencial para podermos verificar o avanço do vírus nas unidades da Fundação e ver as melhores formas de combate. É o Instituto Butantã o responsável pela realização dos testes, eu perguntei para a gerente de saúde da Fundação CASA se existe um cronograma fixo para atender as unidades, porém a resposta é que não existe um cronograma fixo.
A gente sabe que tem muitas unidades onde não foram realizados os testes. Nós já fomos notificados de contágio de servidores em algumas dessas unidades. Acompanhando a imprensa a gente vê que a COVID-19 está se alastrando para o interior. Já temos unidades como a de São José do Rio Preto e Campinas onde foi feito o teste, foi detectado servidores e adolescentes contaminados. É preocupante ver isso acontecer, sabendo que não chegaram os testes. Além disso tem a flexibilização que está gerando mais aglomerações, isso tende a expandir a pandemia de COVID-19. A Fundação não está tomando as medidas necessárias para garantir a testagem, por isso o SITSESP continua cobrando e denunciando.
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