Força-tarefa investiga ligação do PCC em morte de PM em Paraisópolis, em SP
Luís AdornoDo UOL, em São Paulo
Força-tarefa da Polícia Civil e da Corregedoria da PM (Polícia Militar) investigam se a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) está envolvida no sequestro e morte da soldado da PM Juliane dos Santos Duarte, 27, na favela de Paraisópolis, zona sul da capital. Juliane estava desaparecida desde a madrugada do último dia 2 e seu corpo foi encontrado quatro dias depois.
Investigadores do caso acreditam que Everaldo Severino da Silva, o Sem Fronteira, preso temporariamente, seja a peça-chave da apuração. A suspeita da polícia é de que ele comandava o tráfico de drogas em Paraisópolis. Segundo a polícia, ele já foi preso por envolvimento na morte de outro PM.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, Silva sabia do homicídio da soldado. A PM afirmou inicialmente que Silva foi detido porque entrou em luta corporal com um policial durante as averiguações na favela.
Segundo suspeito é preso
Na madrugada desta quarta, um homem foi detido após uma denúncia anônima. Felipe Oliveira da Silva, o Silvinho, é suspeito de ter levado a moto da policial até o Alto de Pinheiros, na região oeste da cidade. No Diário Oficial desta quarta, o governo estadual reforçou a recompensa de R$ 50 mil por informações que ajudem a capturar os criminosos.
O comandante-geral da PM, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou que mais de 100 policiais faziam nesta quarta-feira (8) uma operação na favela de Paraisópolis em busca dos criminosos. Segundo a corporação, há homens do Choque, Rota, COE e do 16º Batalhão na favela. Policiais militares buscavam testemunhas que pudessem colaborar com as investigações.
O corregedor da PM, coronel Marcelino Fernandes, diz que a operação não tem prazo para terminar. "Os batalhões de choque estão fazendo policiamento dia e noite na região. Entrevistando e revistando pessoas que entram e saem da comunidade. É uma ocupação territorial", disse.
A Polícia Civil diz que a perícia preliminar no corpo da policial indica que ela teria sido morta no domingo, ou seja, que teria ficado sob a posse dos criminosos por quatro dias.
Uma cápsula de pistola .40, de uso exclusivo das forças de segurança, foi localizada dentro do carro.
Os policiais ainda buscam câmeras de segurança na região onde o carro foi encontrado para tentar identificar quem o dirigia. O delegado Antônio Sucupira, do 89º DP (Distrito Policial), disse que não é possível afirmar se o dono do carro está envolvido com o crime.
A soldado era policial militar havia dois anos e estava lotada em uma companhia que faz patrulhamento no Jabaquara, bairro da zona sul da capital. Juliane morava com a mãe, Cleusa dos Santos, 57, que enfrenta um câncer na medula óssea. Juliane foi enterrada ontem, em São Bernardo do Campo (SP).
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