Alckmin pisoteou a educação em SP e agora na eleição diz que ela é “prioridade”
Por Hora do Povo Publicado em 14 de agosto de 2018
Fala que vai “valorizar” os professores depois de deixá-los sem reajuste salarial por 4 anos
O candidato a presidente do PSDB, Geraldo Alckmin, declarou no debate da TV Bandeirantes, na quinta-feira (9), que a educação “nos parece absolutamente prioritária” e que, caso eleito, vai “valorizar o professor”. “Quero dizer que a nossa prioridade vai ser a educação básica”, disse ele, prometendo zerar a fila nas creches das crianças de 4 e 5 anos na pré-escola.
Ele voltou nessas eleições junto com suas promessas tamanho Itú que ele esquece passadas as eleições. A vítima como sempre é a educação. É uma vitrine multicolorida de promessas apresentada antes da eleição que ele estilhaça com uma patada quando está no governo. Ou duas.
Outros setores nem se fala. Mas esses são assuntos para outras matérias.
Após quase 4 anos sem reajustes, no início deste ano de eleição, Alckmin enviou para a Assembleia Legislativa um projeto com ínfimos 7% para o professorado paulista. Porém, de 2015 a 2017, a inflação acumulada foi de 21% no município de São Paulo, segundo a Fipe, e de 16% no Brasil, segundo o Índice Geral de Preços (IGP).
Com o reajuste, o salário-base da categoria passará a ser de R$ 2.459,71 para os professores de Educação Básica I (Fundamental I) e de R$ 2.585,00 para os professores de Educação Básica II (Fundamental II e Ensino Médio). Uma fortuna como se pode ver.
O achatamento dos salários dos professores paulistas é tão grande que eles tiveram que apelar para a Justiça – através do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) – para obter 10, 5% de aumento para toda categoria. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acatou a reivindicação, mas Alckmin recorreu da decisão, e agora tramitam recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Essa é a “valorização” do professor que Alckmin espera levar para o país inteiro caso seja eleito. São Paulo é o estado mais rico da federação. Mas em remuneração dos professores está atrás de estados, como Piauí, Amapá, Amazonas , Tocantins e outros.
Vejam:
1) Maranhão R$ 5.750,00
2) Mato Grosso do Sul R$ 5.390,22
3) Mato Grosso R$ 5. 156,43
4) Tocantins R$ 4.236,01
5) Pará R$ 4.187,48 (O valor é referente à 200 horas mensais para professores do estado do Pará)
6) Amazonas R$ 3.900,00
7) Distrito federal R$ 3.858,87
8) Amapá R$ 3.513,29
9) Paraná R$ 2.831,54
10) Piaui R$ 2.663,16
11) São Paulo R$ 2.585,00
12) Goiás R$ 2.470,00
Piso Nacional R$ 2.455,35
13) Rio Grande do Sul R$ 2.455,35
14) Espírito Santo R$ 2.455,35
15) Santa Catarina R$ 2.455,35
16) Bahia R$ 2.446,46
Os dados são do site Nova Escola (novaescola.org.br), coletados com informações fornecidas pelas secretarias estaduais de educação. Os estados que não aparecem não deram informações ou não possuem 40 horas semanais. Foram divulgados em março de 2018.
Em 2015, os professores realizaram uma greve de 92 dias, que, infelizmente, pela intransigência de Alckmin, não obtiveram nada. E o governador tucano queria ainda descontar os dias parados, mas a Justiça barrou mais essa truculência do tucano. Isso é “valorização” do professor e “prioridade” à educação em tempos de Alckmin.
Outra grande valorização do ensino de Alckmin foram os perversos fechamentos de salas de aulas entre 2015 e 2016. A famigerada “reorganização escolar” tucana. Segundo dados da própria Secretaria de Educação, fora fechadas nesse período mais de duas mil salas no ensino fundamental e médio. Ao todo foram 1.830 salas de aula fechadas nos anos finais do ensino fundamental, entre maio de 2015 e maio de 2016. Já no ensino médio o número de salas fechadas totalizou 450 durante o período, com o agravante de que na comparação com 2015 as matrículas aumentaram em +38.344 para o ano de 2016. Alunos ocuparam as escolas ameaçadas de fechamento e conseguiram salvar 94 unidades dos ataques tucanos. Contudo, em 2017 houve mais fechamentos de salas de aula.
Revelador de como Alckmin trata a educação é a sua proposta de cobrar mensalidade nos cursos de pós-graduação. A repercussão foi bem negativa e ele recuou, ou melhor, procurou disfarçar mais seus intentos funestos contra os universitários. “O primeiro caminho é cobrar a pós-graduação”, disse ele em entrevista na GloboNews, em 3 de agosto. Agora, depois das críticas, diz: “O stricto senso, você não cobra, não cobra. Vamos continuar com pós-graduação gratuita”. Mas é bom ficar de olho nele.
No mais, as propostas de Alckmin para resolver a crise do país são o mesmo do mesmo. A receita dele, no debate da Band, é o mesmo remédio que tem afundado o país nas últimas décadas: “ajuste fiscal”. Além disso, privatização, reforma da Previdência e manter a lei da escravização trabalhista, que fez aumentar o desemprego mais ainda
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