segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Doria promete 'desestatização' e quer criar agências reguladoras




Doria promete 'desestatização' e quer criar agências reguladoras
Ele defendeu descredenciamento de organizações sociais pouco eficientes. Um dia após ser eleito prefeito, ele concedeu bateria de entrevistas.
03/10/2016 14h38 - Atualizado em 03/10/2016 14h53
Do G1 São Paulo
O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (3) que manterá seus planos de "desestatização" com projetos de privatização e informou que criará "pequenas agências reguladoras" – novos órgão públicos – , para fiscalizar e monitorar as organizações sociais (OSs) credenciadas que possuem contratos com a Prefeitura. De acordo com Doria, os novos órgãos atuarão nas áreas de saúde, educação, esporte e cultura.

Doria não detalhou quantas agências serão criadas. Em relação às privatizações os projetos para o Anhembi e o Autódromo de Interlagos, que deverão ajudar a aumentar a receita da capital. O prefeito eleito concedeu uma série de entrevistas ao longo desta segunda, um dia após receber 53,29% dos votosválidos dos paulistanos. De manhã ele falou com o Bom Dia SP e a GloboNews, da TV Globo. No início da tarde, foi entrevistado no SPTV.
No SPTV, o tucano foi perguntado sobre se a privatização é sinônimo de eficiência, considerando que mais da metade da rede de saúde já é administrada por organizações sociais. Ele respondeu que sim, desde que haja bom gestor, acompanhamento e supervisão.

"Falta supervisão, falta acompanhamento. Precisa ter pequenas e eficientes agências reguladoras para fazer acompanhamento do comportamento das OSs, para que elas sejam eficientes todos os dias e cumpram a sua missão. Há OSs que cumprem bem e OSs que cumprem mal esse papel. As que cumprem mal tem que ser ser advertidas para corrigir e melhorar. E, se não melhorarem, descredenciá-las. Aliás, esse é um bom caminho", explicou.

"Vamos criar pequenas agências reguladoras, para área de saúde, educação, esporte e cultura. [Hoje] não há", explicou.

Desestatização
Na entrevista concedida à GloboNews, Doria destacou que é preciso reduzir o tamanho da Prefeitura e iniciar um programa de "desestatização" porque o orçamento do município para 2017 está previsto em R$ 51 milhões – R$ 3 bilhões a menos que a receita deste ano.

“Vamos fazer um amplo programa de desestatização. Vamos diminuir o tamanho da Prefeitura de São Paulo sem gerar desemprego, até porque aqueles que atuam em empresas com instituições administradas pela Prefeitura de São Paulo terão prioridade no emprego com o setor privado administrando”, informou.
“Vamos privatizar o parque Anhembi, os três modelos, Sambódromo, o Palácio das Convenções e o Centro de Exposições. Vamos privatizar também o Autódromo de Interlagos, sem perder a função pública do Parque de Interlagos, cujo acesso será livre", completou.
Aumento de velocidade nas marginais
De manhã, na entrevista do Bom Dia São Paulo, Doria disse que irá manter o valor da tarifa da passagem de ônibus e aumentar a velocidade das marginais Tietê e Pinheiros em sua primeira semana de governo.
“Na semana seguinte muda [velocidade das marginais]. Só não muda no dia seguinte porque nós precisamos mudar a sinalização conforme determina o Código Nacional de Trânsito. As velocidades nas marginais vão para 90, 70 e 60 [km/h]. O restante da cidade vamos manter e rever, ponto a ponto, necessidade de revisão”, afirmou o prefeito eleito. A mudança da velocidade das marginais foi um dos assuntos mais polêmicos e que gerou maior número de críticas ao prefeito Fernando Haddad (PT).
No início da tarde, na entrevista do SPTV, Doria também disse que manterá todos os radares instalados na cidade, mas que retirará da Guarda Civil Metropolitana a tarefa de multar motoristas. (veja vídeo abaixo)

"Nós não vamos tirar os radares, vamos tirar a Guarda Civil Metropolitana com as pistolinhas que estão na ruas diuturnamente, 14 horas por dia multando a população, em cima de viadutos, de colunas, atrás de árvores, fazendo 'pegadinha', quando a Guarda Civil Metropolitana devia estar nas ruas protegendo a população", afirmou.

Creches nos terminais
O prefeito eleito disse que pretende criar creches nas terminais de ônibus e nas estações de metrô. "Exatamente isso que nós vamos fazer: [criar creches nos] terminais de ônibus e também vamos conversar com governo do estado para utilizar alguns terminais de metrô, áreas disponíveis em alguns terminais onde algumas creches poderão ser implantadas", disse. (veja vídeo acima)
Segundo Doria, a ideia é que as creches tenham vaga para entre 60 e 80 crianças nas estações do metrô e de 120 a 150 nos terminais de ônibus. "Com funcionamento em horário estendido também. Não faz sentido as creches funcionarem atés cinco horas [da tarde]", completou

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