Agentes tentam prender 50 pessoas, 22 delas no estado de São Paulo. Traficante preso em Jundiaí em 2019 foi peça-chave para deflagrar operação desta terça (18). Justiça determinou apreensão de fazendas, aviões, além do bloqueio de R$100 milhões.
Por Isabela Leite, Bruno Tavares e G1 SP, TV Globo e G1 SP — São Paulo
PF realiza operação contra o tráfico internacional de drogas em 12 estados e no DF
A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira (18) uma megaoperação contra o tráfico internacional de drogas em 12 estados e no Distrito Federal.
São cumpridos 139 mandados de busca e apreensão e 50 mandados de prisão (20 prisões preventivas e 30 prisões temporárias).
São Paulo concentra a maior parte dos mandados, sendo 22 de prisão e 60 de busca e apreensão. De acordo com a PF de SP, até as 10h, três pessoas tinham sido presas na capital paulista e outras três no interior. Também foram apreendidos cerca de R$ 77,6 mil em dois endereços no Brás, no Centro de São Paulo.
Helicópteros são apreendidos em operação contra tráfico internacional de drogas
Resumo:
- PF realiza operação para desarticular tráfico internacional de drogas
- Mandados são cumpridos em 12 estados e no DF
- SP concentra maior parte dos mandados
- Investigações começaram em 2018 pela PF de Pernambuco
- Traficante preso no interior de SP em 2019 foi peça-chave para deflagar operação
- Justiça determinou sequestro de bens como aviões, helicópteros e propriedades rurais, além do bloqueio de R$ 100 milhões ligados a investigados na operação
No estado de SP, o objetivo central da operação é a prisão do traficante Caio Bernasconi Braga, conhecido como Alemão.
Procurado desde 2019, o traficante se identifica como agente comercial e usa o nome falso Wilhiam Alexandre Cespedes Prieto, segundo apurado pela TV Globo. Ele estaria ligado à quadrilha chefiada por Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, preso no ano passado em Camburiú.
As investigações começaram há dois anos pela Polícia Federal de Pernambuco. Uma das peças-chave da operação foi o traficante Romilton Queiroz Hosi, preso em Jundiaí, no interior paulista, em março de 2019.
Ele permaneceu foragido da Justiça brasileira por 10 anos e era procurado pela Polícia Federal e pela National Crime Agency – NCA, do Reino Unido.
Operação Além Mar
Batizada de Além-Mar, a operação também ocorre nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e no Distrito Federal.
Os policiais investigam o crime de lavagem de dinheiro, além de buscarem provas para confirmar o envio de drogas para o exterior e o uso de helicópteros para o transporte de cocaína pelo Brasil.
Segundo a PF, toneladas de cocaína foram exportadas para a Europa pelos portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal no Rio Grande do Norte. Entre março e julho, foram apreendidos mais de 1,5 tonelada de cocaína.
A Justiça Federal determinou a apreensão de aviões (7), helicópteros (5), caminhões (42) e imóveis (35) urbanos e rurais (fazendas) ligados aos investigados e ao esquema criminoso, além do bloqueio de R$100 milhões.
Alvos
Em Santa Catarina, segundo o delegado delegado Oscar Biffi, chefe da Delegacia da Polícia Federal em Itajaí, documentos foram apreendidos em um apartamento durante o cumprimento de um mandado de busca em Balneário Camboriú, no Litoral Norte. Ninguém foi preso.
Entenda o esquema
- Segundo as investigações, quatro organizações criminosas atuavam conjuntamente para exportar cocaína para a Europa por meio de portos brasileiros, especialmente no Porto de Natal/RN.
- Três das quatro organizações atuavam em São Paulo, sendo duas na capital paulista e uma em Campinas, no interior do estado.
- Um dos núcleos na cidade de SP operava no Brás e servia como banco, era responsável pelas movimentações financeiras
- A droga vinha do Paraguai e era distribuída por vias áreas em território nacional e internacional por uma das organizações de SP e outra de Campinas
- A quarta organização operava no Recife, e era composta por empresários do setor de transporte de cargas, funcionários e motoristas de caminhão cooptados. O núcleo era responsável pela logística de transporte rodoviário da droga e o armazenamento de carga até o momento de sua ocultação nos contêineres.
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