Alexandre Baldy foi preso pela PF em operação contra irregularidades na Saúde. Decreto publicado no Diário Oficial de terça (4) autorizou afastamento por dois dias. Ele reassumiu o cargo nesta quinta (6). Secretaria de Transportes diz que pedido é rotineiro e não tem relação com a prisão.
Por G1 SP — São Paulo
O secretário dos Transportes Metropolitanos do governo de São Paulo, Alexandre Baldy de Sant'Anna Braga, pediu afastamento do cargo dois dias antes de ser preso, na manhã desta quinta-feira (6), em sua casa, na Zona Oeste de São Paulo, pela força tarefa da Lava Jato.
A informação consta em decreto publicado no Diário Oficial de terça (4), no qual o governador João Doria (PSDB) autorizava o afastamento do secretário nos dias 4 e 5 de agosto para "tratar de assuntos de interesse particular."
Nas redes sociais, Baldy divulgou fotos informando que estava em Brasília.
De acordo com a PF, na manhã desta terça (6), foram apreendidos R$ 90 mil em um imóvel do secretário em Brasília.
Questionada, a secretaria de Transportes Metropolitanos disse que o pedido é rotineiro. "Quando ele não está em São Paulo, ele se afasta. É de praxe. Ele não precisa dizer para onde vai. É um assunto pessoal".
90 mil apreendidos pela Polícia Federal, em endereço ligado a Baldy no DF
Alexandre Baldy é um dos alvos da Operação Dardanários, que apura desvios na Saúde no Rio de Janeiro e em São Paulo, envolvendo órgãos federais.
Ele foi deputado federal por Goiás e ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer, e é apontado por atos suspeitos antes de assumir a pasta no governo de São Paulo.
Segundo a investigação, o político usou da influência dos dois cargos para intermediar contratos, sobre os quais ganharia um percentual.
A TV Globo apurou ainda que, entre os contratos investigados, estão o de Organizações Sociais (OSs) com o Hospital de Urgência da Região Sudoeste Dr. Albanir Faleiros Machado (Hurso), em Goiás; com a Junta Comercial Goiana e com a Fundação Nacional de Saúde (Funasa/Fiocruz).
Baldy teria oferecido vantagem a um colaborador para não entregar o esquema.
Secretário de Transportes de SP, Alexandre Baldy, é preso em operação da PF
Mais cedo, por meio de nota, a secretaria dos Transportes Metropolitanos disse que "colaborou junto à PF enquanto estiveram no prédio. Após as buscas, nenhum documento ou equipamento foi levado pela Polícia Federal."
Também por meio de nota, o governador João Doria (PSDB) afirmou que as acusações contra Alexandre Baldy não têm relação com a atual gestão no Governo de São Paulo. "Portanto, não há nenhuma implicação na sua atuação na Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na condição de Governador de São Paulo, tenho convicção de que Baldy saberá esclarecer os acontecimentos e colaborar com a Justiça."
Operação
A prisão do secretário é uma das seis expedidas pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do RJ na operação.
Também são cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Petrópolis (RJ), São José do Rio Preto (SP), Goiânia e Brasília.
A operação é um desdobramento das investigações realizadas no âmbito das operações Fatura Exposta, Calicute e SOS.
Os suspeitos responderão pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo a PF, dardanários são "agentes de negócios, atravessadores que intermediavam as contratações dirigidas".
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