Janes estava com um grupo de colegas. Logo ouviram a explosão e deduziram: o Marcelo se matou.
“Marcelo me procurou há uns dois meses achando que eu poderia suspender sua transferência para a FOC. Ele me disse que não tinha condições psicológicas para atuar ali, pois estava se recuperando de problemas com álcool e drogas”, comenta Janes.
Marcelo era lotado na Unidade Penitenciária 4 (UP-4), também chamada de Papudinha onde são mantidos presos de nível superior e de regime semiaberto. A UP4 é considerada um posto de trabalho light em relação à FOC onde estão as facções e bandidos de alta periculosidade. Com sua transferência para a FOC, Janes ouviu repetidas queixas de Marcelo bem como de vários outros colegas nas mesmas condições.
“Sem a realização de concurso público e um deficit muito grande de agentes, o novo diretor-presidente do Iapen está sufocando os agentes, pegando todo mundo sem se preocupar com a capacidade emocional de cada um”, criticou Janes.
O diretor-presidente do Iapen, Lucas Gomes, que também é agente penitenciário e foi presidente do sindicato da categoria, emitiu nota classificando o caso como um suposto suicídio e que a Polícia Civil estava tomando providências. Questionado sobre se tinha conhecimento dos problemas do funcionário, não respondeu até o momento.
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