terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Reforma de Bolsonaro deve exigir de servidor 65 anos de idade para aposentadoria integral Nova regra para Previdência valeria só para quem ingressou após 2003

Reforma de Bolsonaro deve exigir de servidor 65 anos de idade para aposentadoria integral Nova regra para Previdência valeria só para quem ingressou após 2003. Vinculação ao salário pode acabar Geralda Doca, Daniel Gullino e Rennan Setti 04/12/2018 - 04:30 / 04/12/2018 - 14:45 Fachada do posto de atendimento da Previdência Social na Avenida Presidente Vargas, no Rio. Foto: Ana Branco / Agência O Globo Fachada do posto de atendimento da Previdência Social na Avenida Presidente Vargas, no Rio. Foto: Ana Branco / Agência O Globo BRASÍLIA - A proposta de reforma da Previdência elaborada pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, prevê que servidores públicos que ingressaram na carreira antes de 2003 só poderão se aposentar com integralidade (recebendo o último salário) e paridade (tendo direito ao mesmo reajuste salarial que os ativos) se atingirem idade mínima de 65 anos. Ainda não se sabe se haverá diferença de idade para homens e mulheres. Essa regra já fazia parte da reforma que foi apresentada pelo presidente Michel Temer ao Congresso e sofreu forte resistência do lobby do funcionalismo. No entanto, a nova equipe econômica avalia que é preciso manter o discurso de combate aos privilégios para ganhar apoio à reforma. PUBLICIDADE A exigência da idade mínima tornaria mais igualitários os regimes dos servidores e dos trabalhadores do setor privado. Isso, no entanto, não impactaria quem está na ativa e já atingiu os requisitos mínimos para aposentadoria. Essas pessoas já têm direitos adquiridos. RECEBA AS NEWSLETTERS DO GLOBO: email@email.com.br CADASTRAR Já recebe a newsletter diária? Veja mais opções SAIBA MAIS Reforma da Previdência: entenda como é o regime de capitalização, que Bolsonaro quer adotar no Brasil Imagem da matéria Militares se aposentam bem antes que servidores e empregados do setor privado Imagem da matéria Estado do Rio já comprometeu R$ 128 bi em royalties para pagamento de aposentadorias Imagem da matéria Quer poupar para a aposentadoria? VGBL é porta de entrada para planos de previdência Imagem da matéria Ao mesmo tempo, a proposta prevê a desvinculação das aposentadorias do salário mínimo e a antecipação do benefício para idosos e deficientes da baixa renda que não contribuem para o regime previdenciário e são enquadrados na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). Hoje, esse grupo tem direito a um salário mínimo quando atinge 65 anos de idade. A ideia é que a partir de 55 anos esses beneficiários já possam ter alguma renda. Uma possibilidade é receber R$ 150 com 55 anos, R$ 200 com 57 anos e R$ 250 com 60 anos. Os valores vão crescendo gradualmente até que a pessoa chegue aos 65 anos. O valor cheio, no entanto, pode acabar ficando abaixo do salário mínimo, pois também seria desvinculado. Essa modalidade, chamada de assistência fásica (por etapa), seria opcional e só valeria para os benefícios assistenciais. PUBLICIDADE ‘Não tem açodamento’ A desvinculação do salário mínimo está dentro do plano geral de desindexação da economia que a equipe de Bolsonaro pretende implementar. A avaliação é que isso ajuda a derrubar o argumento de que a aposentadoria não pode ser inferior ao piso nacional por ser considerada cláusula pétrea da Constituição. Segundo fonte a par das discussões, o presidente já deu as linhas gerais: não quer mudanças abruptas nem deixar alguns segmentos em “grande desconforto” para votar a matéria. Será a reforma possível, disse a fonte, acrescentando que a proposta precisa ter consistência técnica para dar uma resposta ao mercado. O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou ontem que a ideia do novo presidente é fazer a reforma da Previdência sem correria. Segundo ele, o governo não quer um remendo, mas um modelo que dure 30 anos. PUBLICIDADE SAIBA MAIS Reforma da Previdência será feita sem 'açodamento', diz Onyx Imagem da matéria Saiba o que muda na aposentadoria com aumento da expectativa de vida do brasileiro Imagem da matéria Fundos previdenciários de servidores já somam R$ 148 bi, mas fiscalização é falha Imagem da matéria Cidades pequenas são exemplos de boa gestão de fundos previdenciários Imagem da matéria - O governo não tem açodamento - disse o ministro, durante entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde a equipe de transição se reúne. Ele disse que a meta é aprovar a reforma em 2019, mas admitiu que será preciso convencer tanto o novo Congresso quanto a sociedade, e que isso leva tempo: - A tramitação congressual vai estar pari passu com o convencimento dos parlamentares e da sociedade. Para conseguir isso, não dá para ser no afogadilho. Queremos aprovar no primeiro ano, mas temos que reconhecer que nossa dificuldade passa por um Congresso que vem bastante renovado. Os técnicos que estão trabalhando no desenho da reforma pretendem fechar o texto ainda em janeiro para apresentá-lo ao Congresso na abertura do ano legislativo. Nesse momento, explicou uma fonte, “estamos pinçando pontos comuns em várias propostas”. A reforma de Temer não seria aproveitada integralmente porque estaria contaminada e “dificilmente, seria aprovada”. PUBLICIDADE Segundo um interlocutor do governo de transição, a nova proposta “não será a de A, B, C ou D”, mas uma nova proposta, com pontos positivos de todas elas. O que muda é a dosagem e a duração da fase de transição para a entrada em vigência das regras mais duras. Isso significa que será definida uma idade mínima progressiva até 65 anos, mas que ela poderá subir ainda mais de acordo com o aumento da expectativa de vida. Há possibilidade ainda de ser fixada uma idade diferenciada para mulheres com filhos. Além disso, mudanças no valor da pensão e no cálculo da aposentadoria farão parte da proposta. Custos da capitalização Para novos trabalhadores, a ideia é criar um regime de capitalização em que cada um contribuirá para uma conta individual de aposentadoria. No regime atual, de repartição, os trabalhadores na ativa financiam a aposentadoria dos mais velhos. A capitalização será acompanhada de mudança no regime de contribuição previdenciária, baseado atualmente na folha de pagamento, considerada deteriorada por causa da informalidade e das novas modalidades no mercado de trabalho. A ideia é arrumar uma fonte de recursos segura para arcar com o custo do regime atual, que perderá receitas com a capitalização. PUBLICIDADE O diretor executivo da agência de classificação de risco Fitch Ratings, Rafael Guedes, disse que o país tem poucas condições de arcar com os custos de eventual adoção do regime de capitalização na Previdência. Segundo ele, o sistema é caro porque seca a fonte de financiamento do regime de repartição. Ao separar recursos captados hoje para aposentadorias do futuro, reduz-se as verbas que financiam os benefícios do presente. Em sua opinião, a transição só seria possível se a reforma do atual regime for mais agressiva: - A capitalização tem custo alto. As contas fiscais do país não permitem esse gasto inicial. ANTERIOR A festa de uma das maiores feiras de tecnologia de Las Vegas PRÓXIMA Jovens querem mais vagas para aprendizes, diz pesquisa RECOMENDADAS PARA VOCÊ Abra sua conta no maior banco de investimento da América Latina. Abra sua conta no maior banco de investimento da América Latina. BTG Pactual Comprar PETR4 pode ser melhor que Bitcoin? Veja análise. Comprar PETR4 pode ser melhor que Bitcoin? Veja análise. Toro Investimentos O segredo antirrugas da vovó que foi presa por aparentar ter 21 O segredo antirrugas da vovó que foi presa por aparentar ter 21 Beleza Feminina Brasileiros ganham a primeira Universidade de Investidores gratuita do mundo Brasileiros ganham a primeira Universidade de Investidores gratuita do mundo Toro Radar Curso gratuito ensina iniciantes a investir na Bolsa Curso gratuito ensina iniciantes a investir na Bolsa Toro Radar 5 dicas para você viver de renda 5 dicas para você viver de renda BTG Pactual MAIS DE ECONOMIA VER MAIS Portal do AssinanteAgência O GloboFale conoscoExpedienteAnuncie conoscoTrabalhe conoscoPolítica de privacidadeTermos de uso © 1996 - 2018. Todos direitos reservados a Editora Globo S/A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização.

Nenhum comentário:

Postar um comentário