
Justiça interdita espaço que abriga 88 adolescentes que cumprem medidas socioeducativas no AP
FCria terá 30 dias para fazer adequações e transferir educandos para outro espaço.
Por John Pacheco, G1 AP — Macapá
17/01/2019 13h32 Atualizado há 11 horas
Agentes da Justiça durante inspeção no prédio que abriga a semiliberdade — Foto: Tjap/Divulgação
Agentes da Justiça durante inspeção no prédio que abriga a semiliberdade — Foto: Tjap/Divulgação
O Juizado da Infância e Juventude de Macapá determinou pela interdição do prédio que abriga a Casa de Semiliberdade, mantida pela Fundação da Criança e Adolescente (Fcria) e responsável por abrigar 88 menores de idade, entre 12 e 18 anos, que cometeram infração e foram sentenciados pela Justiça.
A decisão da juiza Luciana Camargo, que está atuando temporariamente no Juizado, fixou prazo de 30 dias para correção das falhas detectadas em inspeção, além de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento. A casa fica num prédio alugado no bairro Muca, na Zona Sul, e os internados deverão ser abrigados em outro local.
Entre as irregularidades identificadas estavam o baixo número de servidores no local, a ausência de atividades socioeducativas e profissionalizantes necessárias para ressocialização. Durante a inspeção, a juíza detectou que apenas uma educadora estava presente no prédio.
Em nota, a direção da Fcria informou que a medida judicial foi "recebida com surpresa", pois o órgão e a Justiça teriam discutido as adequações no prédio durante audiência em dezembro.
A Fundação da Criança e Adolescente, vinculada ao governo do estado, alegou que está com planejamento para melhorias das atividades no local e que as demandas solicitadas seriam apresentadas em nova audiência no dia 22 de janeiro.
Caso não ocorra o cumprimento em 30 dias a partir da interdição, feita na terça-feira (15), as multas de R$ 10 mil serão aplicadas à diretora da Fcria Natália Façanha e ao governador Waldez Góes.
Juíza Luciana Camargo atua temporariamente no Juizado de Infância e Juventude — Foto: Tjap/Divulgação
Juíza Luciana Camargo atua temporariamente no Juizado de Infância e Juventude — Foto: Tjap/Divulgação
Cesein
Outro local para cumprimento de medidas socioeducativas em Macapá teve a interdição mantida pelo Juizado. O Centro Socioeducativo de Internação Masculina (Cesein) também foi alvo de vistoria e a juíza apontou que nenhuma das melhorias exigidas foi feita pela Fcria.
"Havia várias recomendações feitas pelo Poder Judiciário e não foram respeitados, nem mesmo foi apresentado um cronograma pelo próprio governo e pela FCria", afirmou a juíza.
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