Adolescentes flagrados em furto de carro em Ribeirão Preto, SP, são encaminhados à Fundação Casa
Ao serem apreendidos, um deles afirmou que estava na 7ª passagem pela Delegacia da Infância e Juventude. Segundo juiz, média de 1,2 mil adolescentes é apreendida por ano na cidade por crimes.
Por Jornal da EPTV 2ª Edição
04/04/2018 21h09 Atualizado 04/04/2018 21h09
A Justiça decidiu encaminhar à Fundação Casa os dois adolescentes de 14 anos apreendidos na terça-feira (3) após o furto de um carro em Ribeirão Preto (SP). O pedido foi feito pelo promotor da Infância e Juventude Carlos Alberto Goulart Ferreira.
Após a apreensão pela Polícia Militar, um dos adolescentes afirmou que estava na sétima passagem pela Delegacia da Infância e Juventude (DIJU) e que a intenção era vender o carro furtado a um desmanche.
Segundo o juiz da Vara da Infância e Juventude de Ribeirão Preto Paulo César Gentile, uma média de 1,2 mil adolescentes é apreendida por ano na cidade por envolvimento em crimes.
Furto em frente ao Fórum
O carro foi furtado em frente ao Fórum de Ribeirão Preto, na Zona Leste. De acordo com a polícia, os adolescentes entraram em um restaurante e pegar a chave de um carro sobre a mesa de um dos clientes. As câmeras de segurança de um estabelecimento vizinho registraram o momento em que a dupla saiu em direção a um Volkswagen Jetta estacionado na rua. Eles levam 14 segundos para abrir o carro e sair no veículo.
A PM foi chamada e interceptou os adolescentes na Avenida Capitão Salomão, no bairro Campos Elíseos, na Zona Norte. Eles tentaram fugir, mas foi foram pegos pelos policiais.
Na delegacia, um dos adolescentes afirmou que praticava crimes nos intervalos das vendas de panos de prato nos cruzamentos da cidade. Ele também admitiu outros roubos de motos, carros e bicicletas.
Nesta quarta-feira, os suspeitos passaram pela audiência de custódia prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) para análise dos crimes cometidos e das condições sociais. Segundo o promotor, os dois estão envolvidos com o tráfico de drogas.
“A gente nota que essas pessoas são facilmente recrutadas pelo crime organizado por que são completamente vulneráveis nas suas condições. É interessante notar que toda essa gama de adolescentes infratores sempre aprende o errado e vai aprender o certo, talvez, nos complexos da Fundação Casa”, diz Ferreira.
Justiça
Segundo o promotor, medidas de internação são necessárias quando o adolescente já tem antecedentes criminais. Infrações de menor potencial , no entanto, devem ser avaliadas com cautela.
“Quando você identifica o menino que vive em condições precárias, que não tem apoio da família, o crime que ele praticou não é considerado grave, mas ocasional, a gente tem que trabalhar com o menino e com a família pra tentar resgatar a dignidade dele.”
Para o juiz, crimes envolvendo menores de idade são situações de perplexidade, uma vez que a sociedade não espera que uma criança ou um adolescente tenha um comportamento criminoso.
“Por trás de um adolescente infrator sempre haverá um adulto, um pai, uma mãe que é negligente, que se omite, ou que é incapaz de manter o filho no bom caminho, ou haverá um adulto que encaminha e favorece a permanência desse adolescente na criminalidade”, afirma Gentile.
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