QUATRO AGENTES SÃO ESFAQUEADOS EM REBELIÃO EM SÃO JOSÉ DOS PINHAIS; 6 ADOLESCENTES FUGIRAM
Um dos garotos foi recapturado em seguida. Dos quatro agentes feridos, três foram medicados e liberados e um está em estado grave no Hospital Cajuru
Uma rebelião no Centro de Socioeducação (Cense) de São José dos Pinhais, no bairro Guatupê, resultou em quatro agentes esfaqueados e na fuga de seis adolescentes, no início da tarde de ontem. Um dos garotos foi recapturado logo em seguida e, dos quatro agentes, um está internado em estado grave no Hospital Cajuru, por causa das facadas que levou no rosto e no corpo. Ele passou por cirurgia e ainda não se sabem as sequelas dos ferimentos.
Dirceu de Paula Soares, presidente do Sindicato dos Servidores da Socioeducação (Sindisec), contou que a confusão começou por volta das 14h30, quando os agentes foram liberar os garotos dos alojamentos para o ginásio. Os jovens, armados com estoques (facas improvisadas), esfaquearam quatro, dos sete agentes que atuavam no procedimento do ginásio. Em seguida, seis jovens fugiram pulando muros da instituição.
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O agente esfaqueado com gravidade, explicou o sindicalista, chama-se Joel e já trabalha como socioeducador há 10 anos. Antes, ele trabalhava em Curitiba. Mas, com a inauguração do Cense São José, Joel foi promovido e transferido. Os outros três funcionários esfaqueados foram medicados e liberados com ferimentos sem gravidade.
Denúncia
“Apesar de recém inaugurado (em maio), a estrutura do Cense São José é muito vulnerável. É um projeto arquitetônico mal feito. Os garotos subiram em pontos cegos de vigilância do muro. Aliás, no Cense de São José dos Pinhais sequer tem policiais militares na segurança do prédio. Nem na guarita”, denunciou Dirceu.
O Cense tem capacidade para 78 internos e, até a rebelião, abrigava 74 jovens. Segundo Dirceu, é neste Cense que estão reunidos os garotos mais perigosos, autores de estupros, latrocínios, homicídios e tráfico de drogas. Desde a inauguração, diz o sindicalista, o local já teve alguns tumultos e tentativas de fuga. Mas rebelião, fuga consumada e agentes feridos foi a primeira vez. “Já estava meio que previsto. Eles já vinham chutando portas e grades há alguns dias. Chega fim de ano, eles ficam alvoroçados, querem sair a todo custo”, analisa.
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Dirceu ainda diz que a maioria dos funcionários que lá trabalham ainda não passaram por toda a capacitação que precisariam para atuar com os menores infratores. Ele afirma que os funcionários do Cense São José dos Pinhais foram recém chamados em concurso público e começaram a trabalhar na mesma época da inauguração.
O outro lado
Em nota, a Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos (Seju), negou a rebelião. Confira o texto na integra:
“Na tarde desta terça-feira (15) seis adolescentes fugiram do Centro de Socioeducação São José dos Pinhais que possui capacidade para 78 adolescentes. A unidade encontrava-se com 74 adolescentes. Um já foi recapturado.
Os adolescentes eram deslocados para atividades no ginásio de esportes da unidade, quando agrediram quatro educadores sociais.
É preciso esclarecer que, ao contrário do que vem sendo divulgado pelo Sindicato dos Servidores da Socioeducação, não houve uma rebelião e os educadores não foram esfaqueados.
Os educadores sociais foram imediatamente levados até o Hospital Cajuru e não sofrem riscos. Três educadores já receberam alta e um encontra-se em observação com chances de alta para amanhã. Na ocasião havia nove adolescentes sendo deslocados com uma equipe de dez educadores sociais.
A Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos (SEJU) manifesta solidariedade aos profissionais, e afirma que todos os procedimentos formais estão sendo realizados pela a administração.
Para mais esclarecimentos a Secretaria de Justiça, Trabalho e Direitos Humanos encontra-se à disposição.”
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