terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Como a instabilidade na infância pode afetar a saúde mental no futuro

 

Estudo investiga como fatores relacionados à infância podem impactar saúde mental no futuro

13/01/2025 21:00

Pesquisadores destacam que o equilíbrio no ambiente doméstico é essencial para um desenvolvimento psicológico saudável – ruttapum2/Depositphotos
Pesquisadores destacam que o equilíbrio no ambiente doméstico é essencial para um desenvolvimento psicológico saudável – ruttapum2/Depositphotos

Uma descoberta marcante da Dinamarca trouxe luz a uma questão delicada: crianças e adolescentes que mudam frequentemente de residência têm 40% mais chances de enfrentar depressão na vida adulta.

O estudo, publicado na prestigiada Jama Psychiatry, analisou os dados de quase 1,1 milhão de dinamarqueses nascidos entre 1981 e 2001, revelando que mais de 35 mil deles foram diagnosticados com depressão após atingirem a maioridade.


A frequência das mudanças: um fator decisivo

Os números falam por si: uma única mudança de casa entre os 10 e 15 anos já eleva o risco de depressão em 41%. No caso de duas ou mais mudanças nesse intervalo, o impacto é ainda mais severo, com o risco subindo para 61%. Essa estatística ressalta a importância de um lar estável durante os anos de formação

A conexão entre a infância instável e a saúde mental

Pesquisadores destacam que o equilíbrio no ambiente doméstico é essencial para um desenvolvimento psicológico saudável.

Clive Sabel, professor de Big Data e Ciência Espacial na Universidade de Plymouth, classificou o estudo como uma evidência inédita de que a constante mudança de bairro na infância está diretamente ligada a problemas mentais na fase adulta, como a depressão.


Essas mudanças exigem que as crianças enfrentem desafios sociais intensos, como reconstruir amizades e adaptar-se a novos ambientes escolares. Essas transições podem desestabilizar os jovens, justamente quando estão formando suas bases de apoio social e emocional.


Consequências que vão além da saúde mental

Além do aumento no risco de depressão, o estudo revelou outros desdobramentos preocupantes associados à instabilidade residencial, como maior propensão ao envolvimento com criminalidade, abuso de substâncias e até tentativas de suicídio. Embora o foco tenha sido na população dinamarquesa, os pesquisadores acreditam que os resultados podem ser aplicados a outras culturas e regiões.

Reconhecendo os sinais e agindo

Entre os sintomas mais comuns da depressão estão a tristeza persistente, irritabilidade, desinteresse em atividades antes prazerosas, alterações no sono e apetite, além de fadiga intensa. Identificar esses sinais precocemente e buscar ajuda profissional é essencial para mitigar os impactos e promover um futuro mais saudável.

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