quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Sem nova previdência, salários de todos os servidores serão parcelados

Sem nova previdência, salários de todos os servidores serão parcelados

Estão sendo geradas duas folhas de pagamento. Uma integral e outra com o pagamento dividido em duas parcelas

A pressão do Palácio do Buriti para a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLC) que muda as regras da previdência dos servidores do GDF continua. Nesta quarta-feira (13/9), o GDF anunciou que estão sendo geradas duas folhas de pagamento referentes ao mês de setembro. Caso a proposta seja aprovada pela Câmara Legislativa, os salários serão pagos integralmente. Porém, se os deputados distritais não autorizarem a reforma, todos os funcionários, inclusive aposentados e pensionistas, receberão os proventos em duas parcelas: 70% no quinto dia útil de outubro e o restante no dia 15.
No mês passado, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) havia dito que apenas os servidores com salários acima de R$ 7,5 mil teriam os salários parcelados. Na noite desta terça (12), após reunião com a equipe econômica, houve uma alteração nos planos. Apenas os servidores da segurança pública não sofrerão com as mudanças.
Cumprindo agenda em Vicente Pires, nesta manhã, Rollemberg voltou a destacar a importância da proposta: “Estamos com uma estratégia de convencimento. Conversando com todos os setores da sociedade. Não se pode ter no DF servidores de primeiro e segundo escalões. Eles são todos iguais. Todos aqueles que estão no mesmo regime devem contribuir para a aposentadoria de todos”.
Nesta terça (12), governistas passaram o dia com papel e caneta na mão: até agora, o Palácio do Buriti conta com apenas 12 dos 13 votos exigidos para que o PLC n° 122/2017 seja aprovado. Outro entrave é que, por força de decisão judicial, a Câmara Legislativa está impedida de votar o projeto feito pelo governo.
O Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT) deferiu liminar impetrada pelos petistas Wasny de Roure e Ricardo Vale, que reclamam de o processo legislativo não ter sido respeitado. A CLDF e o GDF recorreram, respectivamente, ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Superior Tribunal Federal (STF) e aguardam julgamento.
O que prevê o PLC nº 122/2017A proposta do Executivo prevê a junção do Fundo Financeiro (FF) com o Fundo Capitalizado (FC). Hoje, o FF mantém os aposentados que entraram nos quadros do governo até 31 de dezembro de 2006. Com 58 mil beneficiários e 52 mil servidores da ativa contribuintes, a reserva fechou 2016 com um rombo de R$ 2,1 bilhões.
Já o FC tem 34 mil funcionários da ativa contribuintes, que custeiam a aposentadoria de apenas 152 pessoas. Todos eles ingressaram no serviço público após 31 de dezembro de 2006. Nesse caso, o superávit é de R$ 3,7 bilhões.
Além da fusão desses fundos, o projeto do GDF cria uma previdência complementar para novos servidores públicos. Se aprovado, o PLC n° 122 limitará a aposentadoria ao teto do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), hoje de R$ 5,5 mil. Quem quiser ganhar acima desse valor quando se aposentar terá que contribuir com uma aposentadoria complementar.
O substitutivoOs deputados distritais elaboraram uma alternativa ao projeto do governo local. O documento prevê que o Instituto de Previdência dos Servidores do DF (Iprev) restitua ao GDF o valor pago a título de auxílio-doença de 2010 a 2016. Ao longo desse período, o instituto deveria ter arcado com as despesas dos segurados, da mesma forma como acontece no Regime Geral de Previdência. No entanto, o GDF quitou a dívida do auxílio, mantendo os recursos no Iprev.
Assim, o projeto dos deputados propõe o reconhecimento de uma dívida do Iprev com o GDF de R$ 260,9 milhões. Em valores corrigidos pelo INPC, o montante chega a R$ 306,7 milhões.

Outra novidade da proposta dos parlamentares é reter, até o fim do ano, 50% da contribuição patronal destinada ao Fundo Capitalizado (FC), uma das duas reservas geridas pelo Iprev. Esses recursos — que representariam um aporte mensal de R$ 27 milhões ao GDF — seriam usados exclusivamente para pagar aposentadorias e pensões. Dessa forma, o rombo atual seria amenizado.
O GDF considera a proposta lesiva ao instituto. O Executivo afirmou ter realizado cálculos e constatado que o déficit do fundo financeiro aumentaria R$ 445,7 milhões, caso o substitutivo seja aprovado

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