Como a avaliação de desempenho substituirá o tempo de serviço na carreira pública
A Reforma Administrativa apresentada na Câmara dos Deputados prevê mudanças para o serviço público brasileiro, especialmente no que diz respeito à progressão de carreira dos servidores. A proposta, coordenada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), estabelece que o avanço funcional estará diretamente vinculado à avaliação de desempenho individual, substituindo o modelo atual baseado principalmente no tempo de serviço.
Como funciona a progressão atualmente
No sistema vigente, servidores públicos progridem na carreira principalmente pelo critério de senioridade. O tempo de serviço determina quando o funcionário alcançará o próximo nível, independentemente de seus resultados ou contribuições efetivas. Esse modelo, embora ofereça previsibilidade, tem sido questionado por gerar acomodação e desmotivação entre os profissionais.
O relatório da reforma destaca que a utilização da senioridade como critério único tornou-se insuficiente para atender às demandas de uma gestão pública moderna. Servidores dedicados frequentemente sentem-se desestimulados ao perceberem que seus esforços adicionais não resultam em reconhecimento diferenciado.
O novo modelo de avaliação de desempenho
Critérios multifatoriais para progressão
A proposta de reforma estabelece uma avaliação mais abrangente, considerando diversos fatores além do tempo de serviço. Entre os critérios propostos estão:
- Habilidades técnicas demonstradas
- Desenvolvimento de soft skills
- Resultados efetivamente alcançados
- Capacidade de liderança
- Atividades de mentoria
- Alinhamento com objetivos estratégicos do órgão
Os servidores poderão ainda receber bônus por atingimento de metas institucionais, desde que a situação financeira do órgão permita. Essa gratificação não se aplica a agentes políticos.
Exemplo prático da mudança
O documento apresenta um caso ilustrativo: uma analista que atualmente progride apenas por tempo de serviço passaria a ter suas entregas, participação em capacitações e desenvolvimento de competências considerados nas avaliações periódicas. Programas de formação continuada, como os oferecidos pela ENAP, contariam pontos na trajetória profissional.

Estabilidade do servidor permanece garantida
A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, enfatizou que a estabilidade dos servidores públicos permanece inegociável na proposta. Em entrevista ao Jornal da Record, a ministra explicou que a estabilidade funciona como proteção para o Estado brasileiro, tornando o servidor mais diligente e íntegro.
Durante o estágio probatório, entretanto, o profissional poderá ser exonerado caso seja verificada inaptidão para o exercício das funções. A estabilidade continua sendo vista como instrumento que permite ao servidor denunciar irregularidades sem temer perseguições políticas.
Impactos nos concursos públicos
Novas diretrizes para seleção
A reforma traz mudanças para os concursos públicos. Antes de publicar novos editais, o governo deverá realizar um dimensionamento da força de trabalho para identificar necessidades reais de contratação. As seleções priorizarão carreiras transversais, permitindo que profissionais atuem em múltiplos órgãos.
Progressão com múltiplos níveis
Cada carreira pública deverá ter pelo menos 20 níveis de progressão. A reforma possibilita a realização de concursos para níveis superiores de experiência, permitindo que profissionais já qualificados ingressem em posições mais elevadas. Para evitar distorções, estabelece-se um limite de 5% do quadro para essas excepcionalidades.
A Reforma Administrativa propõe ampliar a atuação do Concurso Nacional Unificado (CNU). O objetivo é assegurar que esse modelo seja mantido nas próximas gestões e adquira um caráter ainda mais nacional, possibilitando a participação de estados e municípios nesse tipo de instrumento de seleção.
Próximos passos da tramitação
A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) com as alterações previstas deve ser oficialmente protocolada na Câmara dos Deputados nos próximos dias. O texto já conta com mais da metade das assinaturas necessárias para iniciar sua tramitação formal.
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Dúvidas frequentes
- Como será calculada a progressão na carreira após a reforma? A progressão considerará avaliações de desempenho com múltiplos critérios, incluindo resultados alcançados, habilidades técnicas, capacitações e alinhamento estratégico.
- Servidores atuais serão afetados pelas mudanças? As regras específicas de transição ainda serão definidas durante a tramitação da PEC no Congresso Nacional.
- Os concursos públicos vão acabar com a reforma? Não. Os concursos continuarão existindo, mas com novas diretrizes, incluindo possibilidade de seleção para níveis superiores e priorização de carreiras transversais.
- Quando a reforma entrará em vigor? A PEC ainda precisa ser protocolada e passar por todo processo legislativo na Câmara e no Senado. O prazo dependerá da tramitação no Congresso.

Yasmin Santos
Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), redatora do Grupo Sena Online
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