Segundo operadoras, já são 26 antenas sob o controle dos criminosos, o que afeta 158 mil pessoas em 72 bairros na capital e em mais 3 cidades da Região Metropolitana: São Gonçalo, Niterói e Itaboraí.
Por Paulo Renato Soares e Edvaldo Santos, Jornal Nacional
Facções criminosas do Rio de Janeiro estão avançando no domínio de mais um serviço essencial pra população. Bandidos tomaram o controle de antenas de telefonia e internet em vários bairros da região metropolitana.
Segundo operadoras, já são 26 antenas sob o controle dos criminosos, o que afeta 158 mil pessoas em 72 bairros na capital e em mais 3 cidades da Região Metropolitana: São Gonçalo, Niterói e Itaboraí.
Na capital, entre as áreas afetadas estão Barra da Tijuca, Vila Isabel, Madureira e Campo Grande.
Mapa mostra áreas afetadas por sequestro de antenas de telefonia e internet na cidade do Rio — Foto: Reprodução/Jornal Nacional
O Jornal Nacional obteve imagens dos criminosos entrando nas instalações de uma antena de operadora de telefonia, com o rosto escondido.
"Bandidos armados, criminosos, representante desse crime organizado dizem 'Essa antena está sob a nossa responsabilidade agora. Eu tenho que receber alguma coisa por isso", relatou um técnico de uma empresa.
Moradores se queixam que na pandemia a atuação dos bandidos dificulta sobretudo quem precisa da internet para trabalhar em regime de home office durante a pandemia.
"As operadoras já gravaram mensagens prontas quando se liga para a reclamação dizendo que em função da segurança pública não é possível restabelecer o sistema uma vez que seus profissionais sofrem ameaças de morte com relação à prestação dos serviços feita por bandidos do local", relata um morador de uma área afetada.
Moradores também contaram que grupos criminosos querem impor seu próprio serviço: "Os bandidos estão obrigando o cidadão de bem a fazer um consumo de um produto clandestino, de má qualidade e de roubo que é o que eles fazem".
Em algumas das áreas, o controle de quem pode passar começa já com barricadas.Com os técnicos impedidos de entrar nas instalações para fazer a manutenção, muitas antenas ficam sem serviço e, dependendo do tamanho da área coberta, um único equipamento fora de serviço pode representar quatro mil moradores sem acesso.
O Ministério Público do Rio afirmou que vai solicitar à Polícia Civil a instauração de inquérito sobre os fatos mostrados na reportagem e que irá acompanhar as investigações. A secretaria de Polícia Civil do Rio informou que tem feito operações e fiscalizações com frequência para reprimir os atos ilícitos dessas quadrilhas e que há investigações em andamento para prender os envolvidos.
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