segunda-feira, 12 de março de 2018

Policiais civis usarão faixas pretas como sinal de protesto


 

Ato tem como objetivo chamar a atenção para as péssimas condições de trabalho da categoria

Foram confeccionadas ao todo 10 mil faixas pretas
para distribuição à categoria (Foto: Divulgação)
A partir desta segunda-feira (12), agentes policiais, delegados, escrivãos e investigadores do Estado de São Paulo usarão uma faixa preta no braço. O gesto faz parte da campanha Luto pela Polícia Civil, que acontece por tempo indeterminado. Não haverá paralisação. A ideia é chamar a atenção da sociedade para as péssimas condições de trabalho e a defasagem de pessoal e salário dos policiais civis paulistas. 
Organizada pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindipesp), a campanha é uma ação conjunta com a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Adpesp).
Para incentivar a participação dos policiais, os presidentes das entidades, Raquel Galinatti (do Sindipesp) e Gustavo Mesquita (da Adpesp), gravaram mensagens em vídeo, que foram distribuídas em grupos de WhatsApp e publicadas nas redes sociais. O jurista Luiz Flavio Gomes também gravou uma mensagem. 
Foram confeccionadas 10 mil faixas pretas para distribuição gratuita ao policial que quiser aderir. Para conseguir as faixas, basta entrar em contato com os sindicatos. 
“Quando um cidadão perguntar do que se trata a faixa, basta responder que estamos de luto e que, mesmo ganhando o pior salário do Brasil, sob péssimas condições de trabalho e sem policiais para dar conta de todo o serviço, nós, policiais civis, mantemos o nosso compromisso e juramento, trabalhando em prol da sociedade paulista, combatendo a criminalidade”, explica a presidente do Sindipesp, no vídeo da campanha. 
Além da Capital, unidades de São Bernardo do Campo, Campinas, São José do Rio Preto e da região do Vale do Paraíba já confirmaram que entrarão na campanha.
Defasagem
Gustavo Mesquita, presidente da Adpesp, desabafa no vídeo da campanha: “Estamos cansados de ver colegas cumprindo rotinas exaustivas e recebendo o pior salário do Brasil”.
De acordo com o Sindipesp, um delegado de polícia de São Paulo recebe o salário mais baixo do País, comparado a todas as polícias judiciárias dos estados da federação. Aparece no 28º lugar no ranking, com um salário de R$ 10.184,05. No estado do Maranhão, por exemplo, é de R$ 20.549,00. 
A defasagem de pessoal também é grande. Segundo Raquel, o efetivo da Polícia Civil do Estado não acompanhou o crescimento da população e da criminalidade. “Temos um deficit de 12 mil policiais. O efetivo, hoje, é de 40 mil”.
Segundo os sindicalistas, grande parte das delegacias está em condições ruins. As viaturas precisam ser consertadas pelos policiais. Tinta e papel para impressora são escassos. Até papel higiênico falta nas unidades. A polícia judiciária é a única capaz de reunir provas para, de fato, prender organizações criminosas.
Reclamação 
Hoje, o delegado de Polícia de São Paulo recebe o salário mais baixo do País, comparado a todas as polícias judiciárias dos estados da federação. Entre as críticas feitas pelos trabalhadores está o fato de a imensa parte das delegacias estar em condições consideradas ruins. 
As viaturas precisam ser consertadas pelos policiais. Tinta e papel para impressora são escassos. A Reportagem procurou a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Segurança Pública para comentar o protesto. Até o fechamento desta edição, não houve resposta a respeito das críticas feitas pelos sindicalistas

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