terça-feira, 20 de março de 2018

Mais um agente é assassinado, a categoria novamente em LUTO

Estudou, foi aprovado, nomeado e empossado no cargo de agente penitenciário, em busca de estabilidade e melhor condição de vida pra sua família. Após 6 anos em serviço, chegou a mais um plantão de domingo. Apesar de ser um dos piores dias de trabalhar (porque além de zelar pela segurança própria, dos internos e dos visitantes é preciso organizar filas, revistar bolsas e pessoas para evitar entrada de drogas e outros objetos proibidos), o plantão parecia terminar bem: os presos puderam desfrutar da companhia de seus familiares, sem ocorrências.

Mas hoje, pela manhã, Roberto Murilo estava sozinho no último horário do quarto de hora, quando foi impedido de retornar em paz à sua família por detentos que planejavam fugir. Ele seguiu às normas impostas aos agentes de segurança: "uso progressivo da força, uso de arma só em último caso e de preferência, moderadamente, de forma não letal". Esqueceu que criminosos desconhecem essas regras...

Para Roberto, não teve conversa. Não teve chances de defesa. Não teve segunda chance. Morreu a serviço do Estado. Morreu para não responder a processo administrativo ou perder o cargo. Morreu com um tiro disparado da pistola que ele mesmo municiou ao chegar no plantão!

Aqui fora, ficam a dor da perda e a saudade para um filho órfão, que não terá a visita do pai no próximo fim de semana. Uma viúva grávida de um bebê, que não teve a chance de conhecer aquele que o aguardava com ansiedade. Colegas que sofrem a dor por um irmão de farda, mas precisarão seguir trabalhando num sistema penitenciário falido, com o sentimento de revolta e medo de também serem vítimas um dia.

Mas para o Estado, fica uma matrícula a menos e uma sindicância que será arquivada em breve. Afinal, se não houve morte de detentos, não precisam temer às cobranças da OEA e outros órgãos de proteção aos direitos humanos.

PS: No Hospital Otávio de Freitas, o assassino passa bem.

Roberto Murilo, presente!

Um comentário:

  1. Mais um irmão nosso se vai e não vão tomar nenhuma atitude como os vagabundos falam "Não vai dar nada",agora se tivesse sido o Funca iam cair em cima querendo lhe meter uma P.A.

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