quinta-feira, 1 de março de 2018

Facções criminosas já atuam nos centros socioeducativos do Ceará, alerta juiz

Facções criminosas já atuam nos centros socioeducativos do Ceará, alerta juiz

Segundo o juiz da 5ª Vara da Infância Juventude, Manuel Clístenes, os adolescentes também são divididos por facções criminosas dentro dos centros
Os jovens infratores são divididos por facção,<br /> segundo juiz (FOTO: Reprodução Cedeca Ceará)
Além de dominarem alguns bairros de Fortaleza, as facções criminosas também estão presentes nas unidades socioeducativas do Ceará, segundo o juiz da 5ª Vara da Infância Juventude, Manuel Clístenes.
Os Centro Educativo Patativa do Assaré, no bairro Ancuri, e no Centro Socioeducativo Cardeal Aloísio Lorscheider, no Planalto Ayrton Sena, são as unidades onde a situação é mais crítica. As informações são da Rádio Tribuna Band News FM.
Assim como nas penitenciárias tradicionais, os jovens são distribuídos conforme a facção a qual pertence. Na visão do juiz, a medida aconteceu após a ocorrência de diversas ameaças, lesões corporais e tentativas de homicídios dentro das unidades.
“Recentemente, tivemos uma tentativa de homicídios, vários casos de lesões corporais. O clima está bastante intenso”, detalha Manuel.
Os casos não afetam apenas os jovens, mas também os familiares. Por esse motivo, exigem que os adolescentes sejam separados para evitar a ocorrência de crime. Para Clístenes, os cuidados redobrados foram adotados para evitar qualquer ocorrência extrema. Essa situação impede a realização de atividades coletivas, como aulas, como é o caso  do Centro Aloísio Lorscheider. “Muitos deles estão nesse sistema desde os 12 anos, então já estão comprometidos com as facções”, ressalta.
O titular da Superintendência do Sistema Estadual do Sistema Socioeducativo, Cássio Franco, por sua vez, aponta a existência da interferência do crime organizado nos jovens, mas descarta a atuação e o domínio dessas facções dentro dos centros socioeducativos.
“A grande questão não é a presença dessas facções dentro dos centros, mas sim o temor que essas organizações causam nos bairros onde os garotos moram e, portanto, são forçados a realizarem ameaças e medidas de repressão dentro dos centros”, acredita.
O titular também acrescenta que as unidades dividem os jovens conforme os bairros que moram e que as atividades são realizadas de forma coletiva. “A gente começou a deixar essa divisão que ocorresse dentro dos centros. E isso só é possível com a identificação do perfil individual dos jovens, para saber se ele está envolvido com o crime organizado ou uma consequência por uma ameaça dessas questões”, afirma.
No caso de vínculo dos jovens com facções e ameaças externas, o superintendente afirma que o setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública realiza investigações. No mês de novembro de 2017, quatro adolescentes foram retirados à força do Centro Semiliberdade Mártir Francisca, no bairro Sapiranga, e mortos em seguida. A ação foi associada às facções criminosas

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