A paciência dos trabalhadores em transportes rodoviários definitivamente chegou ao fim. A imunização da categoria tornou-se pauta coletiva de motoristas e cobradores do estado de São Paulo – que prometem cruzar os braços, caso não sejam incluídos na lista de prioridade da vacina. A paralisação geral está prevista para o dia 20 de abril e ainda pode envolver motoboys, caminhoneiros, motoristas de aplicativo e outros transportadores.
O encontro de líderes sindicais, realizado na sede do Sindmotoristas, foi marcado pela definição de um drástico plano de luta que abrangerá os 645 municípios de São Paulo. “A sociedade está se contaminando dentro dos ônibus que seguem superlotados. Motoristas e cobradores estão morrendo por conta do ambiente em que trabalham e as autoridades estão se fazendo de cegas “, disse o deputado federal e presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.
20 DE ABRIL, DIA DA PARALISAÇÃO
De acordo com a FTTRESP (Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de São Paulo), as autoridades municipais terão até quinze dias para se manifestar, posicionando as entidades sobre a inclusão dos profissionais na lista de vacina. Caso contrário, haverá paralisação no sistema.
“Chegamos ao limite da nossa paciência. Estamos assistindo nossos colegas morrendo por estarem exercendo a sua profissão. As empresas continuam lucrando, despreocupadas com a vida de seus funcionários, portanto são solidariamente responsáveis por esse caos”, disse Pestana, presidente da federação.
DISCURSOS, FORÇA E REPRESENTATIVIDADE
O Secretario Geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier (Chiquinho), e o secretário de Saúde, Mi, fizeram uma retrospectiva de todas as ações realizadas pelo sindicato desde o início da pandemia, destacando a manutenção do emprego da categoria. “Até agora, tivemos 2 mil casos suspeitos, 1.373 casos confirmados e 131 mortes registradas”, lembraram.
Representando Ricardo Patah, presidente da UGT, Josimar fez uma avaliação do grave cenário nacional, lembrando o preocupante número de casos no país, que tem chegado a quase 4 mil mortes em 24 horas.
Brinquinho, vereador de Guarulhos, mostrou sua preocupação com a falta de planos das autoridades para a recuperação da economia do país.
Paulinho Eustasia, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), também defendeu a importância da imunização dos profissionais.
“A situação está muito grave e não devemos pagar com nossas vidas pela irresponsabilidade dos governantes que não unificam o combate ao novo coronavírus”, afirmou Luizinho da NCST.
“Em tempos que pregam pela proibição das aglomerações, o transporte público segue como se nada estivesse acontecendo, como se o vírus não circulasse nos veículos. Temos que nos unir e mostrar a força da categoria”, afirmou José Carlos Negão, representante da CTB.
Félix de Barros, representando a Força Sindical, mostrou-se favorável a unidade dos sindicatos na luta pela vacina, afirmando que esse é o único caminho para que haja a visibilidade das reivindicações.
TAMBÉM ESTIVERAM PRESENTES
Participaram do encontro os diretores do Sindmotoristas, Tega, secretário de Habitação, Luciana, secretária da Mulher, Jucelino, secretário de Esporte e Lazer, Nailton, secretário de Manutenção, Cipó, secretário dos Aposentados, Crizinho, secretário de Imprensa, Mirandinha, secretário do DIEESE e Osório, secretário Jurídico.
Além dos diretores do Sindmotoristas, marcaram presença no evento líderes de outras entidades como Natalício, presidente do SINDICARGAS-SP e sua diretoria, Ualace, vice-presidente do SINDBEB, Dirceu e Luciane, diretores do SIMTRATECOR, Gerson, SINDMOTOSP, presidente do Sindicato dos Rodoviários de São José do Rio Preto, Ceará, presidente do SIMTETAXISP, Francisco Israel, presidente do Sindicato dos Rodoviários de Caraguatatuba, Paulo Ataíde, presidente do Sindicato dos Rodovíarios de Jundiaí, Daniel Rodrigues (Rato), Sindicato dos Condutores de S. J. Rio Preto.
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