segunda-feira, 5 de abril de 2021

Técnica em enfermagem denuncia morte de Major que pedia socorro antes de morrer

 


O boletim de ocorrência foi resgistrado na manhã desta segunda-feira (05)

Paulo Lemos
da Redação

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A técnica de enfermangem Amanda foi demitida e registrou um boletim de ocorrência na Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), contra o hospital São Judas Tadeu em Cuiabá, por conta de presenciar casos de maus tratos, inclusive com o Major Thiago Martins de Souza, de 34 anos, que chegou a implorar por socorro, Thiago veio a óbito dias depois.

A profissional da área da saúde estava há dois meses trabalhando no hospital, nesse meio tempo ela confirmou que os pacientes internados ficavam "jogados" sem tomar banho, em uma das experiências ela relembra o caso em que uma fisioterapeuta foi atender o policial Thiago e acabou deixando-o roxo, com falta de ar.

 

"A fisioterapeuta jogou a pressão dele ao contrário, ele ficou roxo com falta de ar e eu fiz a pronação nele" denunciou a enfermeira.

 

Amanda ainda contou que o Major pediu socorro para uma amiga através do celular, "Ele pediu através do celular dele: 'Socorro'. É pelo celular que a família dele vai conseguir provar para toda a imprensa, que o Thiago pediu socorro" disse.

 

 As histórias relatadas pela denunciante são fortes e extremamente graves contra o São Judas Tadeu. Em uma troca de plantão ela ainda relembra falas de outras profissionais da área.

 

"Vamos ter que deixar um morrer ou deixar ele morrer, porquê não tem respirador e não tem lugar" contou Amanda.

 

PROBLEMAS HOSPITALARES

Além da mão de obra desqualificada, Amanda contou que falta equipamentos, como: respiradores, sedação, drogas-noradrenalina.

Ela contou que os trabalhadores da saúde estão tendo que usar da criatividade e usar fármacos que só aliviam a dor.

"Eles estão colocando morfina nos pacientes" fez outra denúncia.

 

A DEMISSÃO

Amanda foi demitida no dia 1º de abril, após entrar em uma discussão com o seu chefe da área, quando ela se revoltou com as bárbaries que estavam acontecendo no São Judas. Segundo a denunciante não deu 10 minutos, após dizer que contaria a polícia dos maus tratos, ela foi demitida.

 

Com a repercussão do caso, a técnica em enfermagem ainda disse que foi ameaçada pelo administrador do hospital, se ela contasse os problemas da organização. Con

 

"Ele me ameaçou e disse que eu ia perder meu COREN (Conselho Regional de Enfermagem), eu disse: 'não tem problema'. Eu também denunciei para o COREN, mandei as fotos" relatou.

 

"Entubam de qualquer jeito, os pacientes saem sangue pelo olho, pelo ouvido. (o paciente) Estourado, hemorragia, é muito feio, é muito feio de se ver" conta indignada.

 

GANHOS 

Dentre tantas histórias estarrecedoras, ela fala que as internações são para ganhar dinheiro, os gestores do hospitais querem mais que as famílias se desesperem e internem nos grandes centros de terapias para que eles possam lucrar com isso. Do ponto de vista de lucro, as internações tem sido justamente para lucrar, na maioria dos casos.

 

"É para superfaturar, para ganhar dinheiro. Interna paciente em sofá, o paciente fica com fome fala que vai comer na hora que entrar, que vai comer, mas não come. Filhos vão lá e falam assim, se não for trazer comida para o meu pai, eu trago", aponta erros graves da condução dos tratamentos, diz Amanda.

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