segunda-feira, 27 de julho de 2020

PCC quer estabelecer a África como entreposto do tráfico


Brasil, Brasília, DF, 21/08/2001. Marcos Willian Herbas Camacho, o Marcola, considerado o líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), presta depoimento na Comissão Especial de Combate à Violência em Brasília. - Crédito:JOEDSON ALVES/ESTADÃO CONTEÚDO/AE/Codigo imagem:47711

No dia 13 de abril deste ano, Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho, saiu do quarto de hotel de luxo onde morava para fumar um cigarro olhando o movimento das ruas de Maputo, capital de Moçambique, na África. Ele mal sabia que, naquele momento, estava sendo vigiado por autoridades brasileiras e teria os últimos segundos de liberdade depois de 21 anos foragido da Justiça. Fuminho é considerado por investigadores um dos principais fornecedores de cocaína da facção criminosa PCC, o Primeiro Comando da Capital, para países da Europa.

Mais do que a prisão de um “braço direito” do líder máximo da facção, Marcos Willian Herbas Camacho, o Marcola, a detenção de Fuminho confirmava uma suspeita de investigadores brasileiros. O continente africano é o novo alvo da maior facção criminosa brasileira para expandir o comércio de drogas e se esconder da Justiça, conforme explica o promotor Lincln Gakyia, do ministério público de São Paulo. Gakiya, que investiga o PCC há 15 anos, diz que a facção só não é considerada uma máfia porque ainda não conseguiram lavar o dinheiro do crime de forma mais refinada, principalmente no exterior. Segundo o promotor, o grupo já está lavando dinheiro utilizando doleiros envolvidos em casos de corrupção da Operação Lava Jato. Atualmente, a maioria das investigações sobre o PCC seguem em sigilo. Ainda segundo o promotor, os investigadores brasileiros tentam, com a ajuda de autoridades internacionais, seguir o rastro do dinheiro da facção e brecar a disseminação.

*Com informações do repórter Leonardo Martins 

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