domingo, 19 de agosto de 2018

Um adolescente infrator apreendido morre no Brasil a cada 8 dias

Um adolescente infrator apreendido morre no Brasil a cada 8 dias

Cerca de 54% das mortes deste ano foram classificadas como homicídios

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Cerca de 54% das mortes deste ano foram classificadas como homicídios - Daniel Marenco / Agência O Globo
BRASÍLIA - Assustada ao saber que o filho de 16 anos, apreendido por roubo de celular, tinha discutido com o companheiro de alojamento numa unidade para jovens infratores do Distrito Federal, Karina Aparecida dos Santos Rabelo conta que só se tranquilizou após ser informada pelos funcionários que o garoto, em breve, seria trocado de local. Ao final da visita, numa quarta-feira do mês passado, a mulher repetiu o que vinha martelando nos últimos dois anos, desde que o menino começou a usar drogas.
— Eu disse para ele: meu filho, eu louvo a Deus o fato de você estar aqui, não é por maldade, mas para você poder refletir. Aqui eu sei que você não está na rua, aqui você está seguro. Era o que eu pensava — diz Karina, de 42 anos, com lágrimas nos olhos.
Horas depois do fim da visita, o garoto foi enforcado pelo colega de quarto até morrer. A esperança de ver o filho melhorar com a internação se transformou em desespero. O menino faz parte de uma tragédia recorrente no Brasil.
Em 2018, um adolescente morreu a cada oito dias, em média, dentro de unidades socioeducativas, segundo levantamento feito pelo GLOBO. Foram 26 mortes somente nos primeiros sete meses do ano, seguindo tendência verificada em 2017, quando houve 42 vítimas, o equivalente também a uma ocorrência a cada oito dias

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