quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Muro Alto e Cupe: uma amostra da privatização das praias

 

Uma imagem aérea mostra um grande complexo de prédios em construção próximo a uma praia. A área inclui várias estruturas em diferentes estágios de desenvolvimento, com guindastes e equipamentos de construção visíveis. Ao fundo, há o mar, uma faixa de areia e uma paisagem verde ao redor, além de alguns prédios já prontos mais afastados. Uma estrada passa ao lado do canteiro de obras, onde há veículos e outros equipamentos.

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero

A PEC 03/2022, conhecida como PEC das Praias, voltou à discussão na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania nesta quarta-feira (04). Com novas emendas e alterações no texto original incorporadas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), a proposta que prevê mudanças significativas na propriedade e gestão dos terrenos de marinha no Brasil que pertencem à União teve sua votação adiada mais uma vez.

Apesar de não citar expressamente a privatização das praias, retirar da União a responsabilidade desses terrenos pode dar margem para dificultar ainda mais o acesso da população ao litoral brasileiro.

Mesmo sem a PEC, as praias de Pernambuco já vivem essa realidade.

Um belo exemplo são as praias de Muro Alto e Cupe, em Ipojuca, no litoral sul. Nós percorremos aproximadamente sete quilômetros, entre a praia de Gamboa e o Pontal do Cupe, e encontramos ao menos 35 empreendimentos entre hotéis, residenciais e resorts à beira-mar, mais sete em construção. Todos eles ocupando terreno de marinha e formando uma barreira de imóveis que impedem o acesso da população.

Em 5,5 quilômetros da praia de Muro Alto existem apenas seis acessos públicos. A distância entre eles passa de 900 metros. Em alguns trechos seria necessário percorrer quase um quilômetros para chegar a um desses acessos. Sem contar a extensão do próprio acesso, geralmente ladeados por dois muros altos, para conseguir chegar à praia livremente.

A foto mostra uma visão do nível do solo de uma obra em andamento. Uma cerca de metal azul cobre a frente da construção, que está em fase de acabamento. À direita, há um caminho de terra com uma placa branca avisando sobre proibição de acesso, exceto para moradores credenciados. A placa está desgastada. No fundo, há palmeiras, vegetação e alguns prédios prontos. O céu está parcialmente nublado.

Para um pedestre, chegar à praia de Muro Alto requer longas caminhadas

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero

No Cupe, percorremos cerca de 1,5 quilômetros e contamos quatro acessos, um deles quase impossível de passar, mesmo a pé. Em um desses acessos, a Alameda Loly, para chegar à praia o banhista tem de caminhar 325 metros disputando espaço com buggies entre os muros do hotel Ocaporã e da pousada Tabapitanga.

Em um artigo publicado no Congresso em Foco, Ronaldo Christofoletti, presidente do Grupo de Especialistas em Cultura Oceânica da Unescoaponta os pontos de alerta incluídos na proposta. “A privatização dos terrenos de marinha pode levar a um modelo de desenvolvimento econômico que amplifica a desigualdade social e reduz os benefícios coletivos”, afirma.

Essas áreas são protegidas por regras específicas e a proposta busca transferir a posse desses terrenos para estados, municípios ou para iniciativa privada, se já os ocuparem. “Grandes empreendimentos em áreas litorâneas frequentemente resultam em exclusão, transformando o acesso às praias em um privilégio de poucos”, completa Ricardo.

Votação suspensa

A votação foi suspensa temporariamente, sem nova data prevista, por um pedido de vista coletiva solicitado por senadores e senadoras. Esta medida possibilita que os parlamentares analisem melhor as alterações realizadas no texto.

Durante a discussão o Senador Rogério Carvalho (PT/SE), fez o alerta: “a constituição hoje não estabelece nenhum requisito para que as pessoas tenham acesso à praia. Ele (o senador Flávio Bolsonaro do PL/RJ) condiciona ao plano diretor o que pode ser ou não pode ser livre acesso, portanto, ele piora o projeto de lei dele. Os ricos que mais têm terreno de marinha fazendo especulação imobiliária ficam livres de pagar o laudêmio e de indenizar a União”.

A foto mostra uma rua de terra cercada por muros e prédios em construção de ambos os lados. O muro à esquerda exibe imagens de um projeto arquitetônico de um possível resort, com piscinas e áreas de lazer. Os prédios de concreto estão inacabados, com aberturas para janelas e portas. Ao fundo, há palmeiras altas e um caminhão estacionado. O local parece ser uma área em desenvolvimento, possivelmente turística.

A distância entre um acesso e outro é de quase um quilômetro

Crédito: Arnaldo Sete/Marco Zero
AUTOR
Foto Jeniffer Oliveira
Jeniffer Oliveira

Jornalista formada pelo Centro Universitário Aeso Barros Melo – UNIAESO. Contato: jeniffer@marcozero.org.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Comissão aprova projeto que prevê piso salarial de R$ 5,5 mil para assistente social

 

Proposta segue em análise na Câmara dos Deputados

02/12/2024 - 13:08  

Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Audiência Pública - Redução da idade de desligamento compulsório no Serpro. Dep. Erika Kokay (PT-DF)
Erika Kokay: é preciso oferecer melhores condições de trabalho aos profissionais

A Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados aprovou proposta que fixa o piso salarial do assistente social em R$ 5,5 mil para carga de trabalho de 30 horas semanais. O valor será reajustado todo ano pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

O texto aprovado é o substitutivo da relatora, deputada Erika Kokay (PT-DF). Ela promoveu ajustes em uma versão da Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família para o Projeto de Lei 1827/19, do deputado Célio Studart (PSD-CE), e apensados. A proposta original previa piso de R$ 4,2 mil.

“Além de reconhecer a importância do serviço social, o piso poderá estabelecer condições para a oferta de melhor atendimento à população”, disse Erika Kokay. Ela lembrou que, em 2019, 56% dos profissionais recebiam até R$ 3 mil mensais.

Atualmente, são cerca de 242 mil assistentes sociais registrados no Brasil, segundo o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS). “É o segundo país no mundo em número de assistentes sociais, mas ainda não existe um piso salarial”, observou o deputado Célio Studart (PSD-CE), na justificativa que acompanha a versão original.

Próximos passos
A proposta tramita em caráter conclusivo e ainda será analisada pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para virar lei, terá de ser aprovado pela Câmara e pelo Senado.

Da Reportagem/RM
Edição – Marcelo Oliveira

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Menores são levados a Fundação Casa após usarem canivete em assalto no Parque Ecológico

 


Por volta de 15 horas de sexta-feira (29) guardas civis foram avisados via rádio de um roubo ocorrido pela Avenida Engenheiro Fábio Roberto barnabé no Jardim Esplanada, em  Indaiatuba (SP). Um indivíduo de posse de um canivete estaria rendendo outros adolescentes pelo  Parque Ecológico . Uma equipe da Rondas Ostensivas Com Motos de Indaiatuba (ROMI) deslocou para o local onde deparou com a testemunha já com os autores do roubo detidos. Logo a frente a GCM localizou as irmãs também envolvidas no crime. 


Tudo começou quando a  vítima estava no Parque Ecológico com mais três amigos, e  foram surpreendidos por um individuo, que  portava um canivete e sob grave ameaças anunciou o assalto. Neste momento foram cercados por mais trêsadolescentes, sendo um menino e duas meninas  todos menores de idade. 
 As vitimas foram obrigadas  a fazer  transferência via pix para a conta de um deles, em seguida pegaram a corrente da vítima e fugiram. Diante da situação uma testemunha foi atrás do bando e foi possível capturar dois deles, e  localizar  o canivete .  Com a chegada da GCM, foram informados sobre a participação de duas garotas no roubo, as quais sendo suas irmãs, que foram localizada nas imediações.

Na busca pessoal foi localizado nos pertences do autor do assalto uma porção e um cigarro de  maconha que ele declarou que é para consumo próprio. Diante do fato tudo foi conduzido ao plantão policial, onde todos foram  apreendidos e levados a Fundação Casa em Campinas-SP.

Com informações: Boletim de Ocorrência 

Comissão aprovou proposta que assegura jornada de 30 horas semanais para assistente social do serviço público

 

O texto também define 15 de maio como Dia Nacional do Assistente Social

03/12/2024 - 15:02  

Mário Agra/Câmara dos Deputados
Discussão e votação de propostas legislativas. Dep. Laura Carneiro (PSD - RJ)
Laura Carneiro: "O assistente social é um profissional essencial"

A Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que assegura jornada de trabalho de 30 horas semanais para o assistente social do serviço público. 

O texto aprovado foi o substitutivo da relatora, deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), ao Projeto de Lei 2635/20, do deputado Gervásio Maia (PSB-PB). 

A Lei 12.317/10 já assegura ao assistente social jornada de 30 horas semanais, mas, segundo o autor, a legislação deixou dúvidas se a jornada de 30 horas é aplicável ao serviço público.

Abrangência
Pelo texto aprovado, a jornada valerá para todos os ocupantes de cargo, emprego ou função de assistente social, independentemente da esfera de atuação ou do regime jurídico, incluindo aqueles que, qualquer que seja a designação ou nomenclatura de seu cargo, exerçam funções, atividades ou tarefas que exijam habilitação profissional de assistente social. 

“O assistente social é um profissional essencial para a oferta de serviços do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e demais políticas públicas correlacionadas, inclusive e principalmente quando vinculados ao serviço público”, afirmou Laura Carneiro. “Por esse motivo, entendemos meritória a proposta”, acrescentou. 

O texto também define 15 de maio como Dia Nacional do Assistente Social.

A relatora excluiu do projeto original  trecho que previa desconto de 50% na contribuição para o conselho da categoria em caso de reconhecida emergência de saúde pública.

O texto aprovado estabelece prazo de 180 dias para que o governo federal regulamente o limite de 30 horas semanais para assistentes sociais que ocupam cargo público, emprego público e função pública, sem redução da remuneração.  Profissionais da iniciativa privada com contrato de trabalho em vigor terão direito à adequação da jornada de trabalho, sendo proibida a redução do salário.

Próximos passos
A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

Reportagem - Lara Haje
Edição - Geórgia Moraes

Fonte: Agência Câmara de Notícias

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Acordo Paulista vai aceitar créditos em precatórios nas parcelas

 

Resolução conjunta foi publicada no Diário Oficial do estado

seg, 02/12/2024 - 15h32 | Do Portal do Governo 
Governador Tarcísio de Freitas em lançamento do Acordo Paulista. Foto: Governo de São Paulo/Divulgação

Para incentivar ainda mais a adesão ao Programa Acordo Paulista, o Governo do Estado, por meio da Procuradoria Geral do Estado de São Paulo (PGE/SP), passará a aceitar créditos em precatórios e créditos acumulados de ICMS no pagamento das parcelas dos acordos de transação.

Publicada no diário oficial do dia 28 de novembro, a Resolução Conjunta PGE/SFP nº 5, de 27 de novembro de 2024 autoriza a utilização dos créditos para quitação integral das parcelas, a partir da última a vencer. A resolução é um ato conjunto entre a Procuradoria Geral do Estado e a Secretaria da Fazenda e Planejamento e entrará em vigor no prazo de 30 (trinta) dias após a publicação.

Leia a reportagem completa na Agência SP