Tristeza, irritabilidade, dificuldade de concentração e exaustão podem caracterizar sofrimento psíquico profundo
Capacidade de manter as aparências é justamente o que torna o quadro tão difícil de identificar - (crédito: Freepik)
crédito: Freepiktranstornos ansiosos, burnout ou até colapsos emocionais. “A pessoa pode continuar exercendo suas funções com excelência, mas às custas de um enorme esforço interno. Isso não significa que ela esteja bem”, enfatiza.
Mas o que causa a depressão funcional? Apesar de não haver uma única causa, segundo o especialista, o desenvolvimento da depressão funcional pode estar ligado a fatores genéticos, históricos, comportamentais e ambientais. Situações como estresse prolongado, excesso de responsabilidades e cobranças externas também são gatilhos recorrentes, sobretudo quando a pessoa não conta com uma rede de apoio ou tempo para descanso. “Traços de personalidade, experiências adversas, pressão social e contextos profissionais desgastantes estão entre os fatores envolvidos”, aponta Carlos Manoel.
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Para identificar os sinais do transtorno, o especialista observa que mudanças sutis no comportamento ou na maneira de se expressar podem ser um alerta para familiares e amigos. Ele destaca frases como “estou cansado o tempo todo” ou “nada mais faz sentido”, bem como o afastamento de atividades antes prazerosas, são indicativos de que algo pode estar errado. “A forma como esses sinais se manifestam varia conforme a personalidade, a idade, o gênero e o contexto de vida. Por isso, é importante estar atento e aberto ao diálogo”, reforça o professor.
Tratamento e acolhimento
Embora a depressão funcional não seja um diagnóstico formal, Carlos Manuel reforça que o tratamento segue os mesmos princípios de outros quadros depressivos: psicoterapia, medicação (quando indicada) e mudanças no estilo de vida. “O diferencial está em como o quadro é compreendido e como a pessoa responde ao cuidado. O acompanhamento deve respeitar a experiência individual”.
De acordo com o professor, a psicoterapia oferece um espaço de acolhimento e escuta, a medicação pode aliviar sintomas mais intensos, além dos hábitos saudáveis, como sono adequado, prática de atividades físicas e respeito aos próprios limites. Em paralelo, o professor considera o apoio de familiares, amigos e colegas essencial. “As redes de apoio são fundamentais para que a pessoa não se sinta sozinha. Escutar sem julgar é um gesto simples que faz muita diferença”.
Carlos Manuel frisa que, se houver sofrimento persistente, sensação de sobrecarga emocional, perda de interesse por atividades ou dificuldade para lidar com a rotina, não é preciso esperar que o quadro se torne grave. “Buscar ajuda precocemente é um ato de cuidado e responsabilidade consigo mesmo”.
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