terça-feira, 22 de agosto de 2017

Agente é feita refém durante rebelião em centro socioeducativo


Agente é feita refém durante rebelião em centro socioeducativo de Formosa

A vítima foi feita refém no momento em que servia a refeição dos internos. Procurado, o diretor da unidade preferiu não comentar o assunto

 
   
 postado em 22/08/2017 10:20 / atualizado em 22/08/2017 11:35
Arquivo Pessoal
Internos do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Formosa, no Entorno do Distrito Federal, atearam fogo em colchões e fizeram uma servidora de refém na noite dessa segunda-feira (21/8). O ato ocorreu no momento em que as refeições estavam sendo servidas nos alojamentos da unidade. Cerca de 80 menores participaram da rebelião. Hoje, a situação ainda é preocupante. Segundo Roberto Conte, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Sistema Socioeducativo do Estado de Goiás (Sindsse/GO), nesta manhã, agentes perderam o controla e já há adolescentes feridos. A Polícia Militar do Goiás deve invadir o local. 
 
Desde a última sexta-feira (18/8), os adolescentes já demonstravam revolta e depredavam o local, de acordo com Maria da Conceição, 31, a mulher que esteve sob poder dos infratores de 19h30 até às 23h30 de ontem. Ao entregar a refeição em uma ala com 14 internos, ela foi surpreendida por um adolescente que conseguiu fugir e a segurou pelo pescoço de forma violenta. 

Além de ameaças de morte, a servidora, que trabalha há cinco anos no Case Formosa, sofreu ferimentos na região do pescoço, braços e mãos."Furaram minha mão e usaram um vergalhão de ferro e instrumentos cortantes para me assustar. Foram horas de pânico e estou com medo de voltar ao trabalho", disse. Ela reclama que a direção não toma atitudes para que os servidores trabalhem com segurança. 
 

Novas regras

Roberto Conte, do Sindsse/GO, o motivo da rebelião são as novas regras impostas pela direção da unidade. Desde a semana passada, a direção exigiu a presença de ao menos um servidor - homem ou mulher - dentro da ala dos menores. Isso, segundo os internos, tira a privacidade e causa desconforto. Além disso, há uma nova escala de trabalho a ser cumprida pelos funcionários - 12h por 36h - o que, segundo o presidente, também tem estressado os menores. "Esse caso de Formosa não é pontual, é corriqueiro em Goiás. As unidades estão depredadas , as condições de trabalho são péssimas e há descaso das autoridades", afirmou. 
 
Depois de cerca de cinco horas de negociações entre os internos, Polícia Militar de Goiás (PMGO) e autoridades da Vara da Infância e Juventude do Estado de Goiás, a situação se acalmou, de acordo com Conte. A reportagem tentou contatar o diretor do Case Formosa que preferiu não comentar sobre o caso. O Grupo Executivo de Apoio a Crianças e Adolescentes (Gecria - GO), que responde pela Unidade, ainda não se posicionou sobre a rebelião, assim como a PMGO

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