domingo, 29 de janeiro de 2017

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores

27/01/2017 10:26Hs

Descontrole

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores

Categoria revela constantes agressões, ameaças, fugas e rebeliões. Governo anunciou edital para gestão compartilhada

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores
Socioeducadores se reuniram na porta do Centro Educacional São Miguel para protestar
Cerca de 100 socioeducadores que  trabalhavam nos Centros Educacionais destinados ao recolhimento de adolescentes infratores foram demitidos nas últimas semanas. A maioria, com muitos anos de serviços prestados, foram dispensados do trabalho e até agora não receberam seus direitos trabalhistas.
A denúncia foi feita ao vivo no programa “Ceará News”, da Rede Plus de Rádio FM, na manhã desta sexta-feira (27), pelo presidente do recém-criado Sindicato dos Socieducadores do Estado do Ceará, Haroldo Ribeiro. Segundo ele,  as demissões em massa pegaram de surpresa os profissionais que trabalhava há anos nas unidades sediadas em Fortaleza, um total de 13.
Ainda de acordo com o líder da categoria, até mesmo profissionais que estavam de licença para tratamento de saúde foram apanhados de surpresa ao serem comunicados  que  haviam sido demitidos. Muitos estavam na função há vários anos, como é o caso de um deles (identidade preservada) que trabalhava há, pelo menos, 21 anos na função.
Conforme Ribeiro, cerca de 90 por cento dos funcionários dos centros educacionais s ao terceirizados, o que implica que todos estão á mercê de demissões sumárias à qualquer momento, já que não critérios para a permanência em seus cargos.
A categoria revela, ainda, que mesmo com a criação de um novo órgão estadual para gerir o sistema, as ameaças, agressões físicas, perseguições e assédio moral de diretores aos sócioeducadores continuam. Ele revela que tentativas de  motins, rebeliões, fugas, depredações ao patrimônio  público e continuam a fazer parte da rotina dos centros  educacionais, e que os profissionais que lidam diretamente com os adolescentes infratores são os que mais se submetem a ameaças e agressões, já que são corriqueiras as ocorrências de localização de armas, celulares e drogas nos centros.
Resposta
Em nota, a Superintendência  do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas)de enviou à Redação a seguinte nota:
“A Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), em virtude da transição dos serviços relacionados ao sistema socioeducativo, anteriormente executados pela Stds, lançou Edital de seleção  para escolha de novas entidades para atuar na gestão compartilhada das unidades socioeducativas.
O Edital foi elaborado de acordo com as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,  notadamente quanto a definição do quantitativo de pessoal, bem como foram redimensionados vários serviços  com a finalidade de conferir maior qualidade e efetividade e adequá-los aos limites financeiros e orçamentários  aprovados para 2017. Em razão do processo de mudança, todos os colaboradores foram desligados, e as readmissões nos novos  termos de colaboração celebrado entre a Seas e as organizações da sociedade civil estão sendo realizadas de  forma gradativa, dentro do limite de vagas aprovado.
Os colaboradores que não forem readmitidos comporão banco de reserva para posterior contratação, no caso do  surgimento de vagas. Além disso, a Seas deverá publicar em breve o Edital para a Seleção Temporária para preenchimento de funções  no sistema socioeducativo, sendo: 964 vagas para Socioeducador; 50 vagas para Assistente Social; 49 vagas  para Psicólogo e 17 vagas para Pedagogo.”
Por Fernando Ribeiro

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