Além de cuidados com saúde, carnes e combustíveis também pesam no bolso do brasileiro.

Por Caroline Nunes — Rio de Janeiro

 


Os medicamentos ocupam o topo da lista de itens que mais pesam no orçamento do brasileiro, aponta pesquisa
Os medicamentos ocupam o topo da lista de itens que mais pesam no orçamento do brasileiro, aponta pesquisa Freepik

Um em cada três lares brasileiros admite sofrer com a redução de renda em 2024, é o que revela a pesquisa Hibou Bolso do Brasileiro. De acordo com o levantamento, quando questionados sobre os itens e serviços que mais pressionam o orçamento familiar, 45% dos brasileiros apontaram os medicamentos como o maior vilão. Na sequência, aparecem os planos de saúde (37%).


A maior preocupação — e gastos — com saúde é justificada principalmente pela Covid-19, que provocou um maior desejo do brasileiro em se manter saudável no pós-pandemia, aponta a vice-presidente de Estratégia da Hibou, Lígia Mello.

— Por isso, a busca por alternativas como um plano mesmo que simples ou o consumo de produtos como suplementos e vitaminas aumentou. Além disso, hoje, qualquer situação faz o brasileiro passar por uma farmácia já tentando resolver a “dor” ou “ desconforto” logo no início. Um hábito que era menos comum antes da pandemia — analisa.

Outros itens também pesam no bolso

A pesquisa — que ouviu 1.658 brasileiros entre 18 e 21 de maio — indicou que, além de medicamentos e planos de saúde, carnes (33%) e combustíveis (32%) também aparecem na lista de itens mais citados quando o assunto é maior peso no bolso. Confira o ranking completo:

  • Farmácia (medicamentos) - 45%
  • Plano de saúde - 37%
  • Carnes - 33%
  • Combustível - 32%
  • Manutenção do carro - 21%
  • Legumes e verduras em geral - 20%
  • Cesta básica - 19%
  • Aluguel - 15%
  • Grãos (arroz, lentilha, feijão) - 12%
  • Produtos de limpeza - 12%
  • Laticínios (leite, iogurte, queijo) - 12%
  • Escola - 8%
  • Vestuário - 7%

A pesquisa indicou ainda que 41% dos entrevistados tentou ou pegou dinheiro emprestado nos últimos meses. Desse universo, mais da metade chegou a solicitar por empréstimos a um banco. A vice-presidente de Estratégia da Hibou observa que esse é um hábito que, apesar de desafogar momentaneamente, pode se transformar em uma bola de neve sem planejamento financeiro, "saltando (a dívida) de uma instituição para outra".

Redução de custos no supermercado

Em relação às medidas adotada para reduzir gastos, a tentativa de diminuir custos se concentra principalmente no supermercado. Lá, os brasileiros reduzem quantidades no carrinho (resposta de 49% dos entrevistados), deixam de colocar alguns itens (46%) ou substituem as marcas habituais por outras mais baratas (44%).

— O que se percebe é um desejo de manter o padrão de qualidade conquistado nas últimas décadas, onde a dona de casa prefere "ficar sem" esse mês do que sentir que deu um passo atrás. Por mais que essa não seja a melhor realidade, ao menos mostra um aprendizado sobre o que eles também esperam das marcas e do mercado — analisa Mello.

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