Jovem cumpria medida socioeducativa na unidade de Irapuru; denunciante afirma que distância prejudicou atendimento e falecimento poderia ter sido evitado
Denúncia feita à reportagem de O Imparcial, por uma pessoa que não quer ser identificada, por receio de represálias, afirma que o falecimento do jovem Juan Barreto Pereira, 17 anos, de Presidente Epitácio, ocorrido no dia 24 de maio, poderia ter sido evitado, caso o adolescente estivesse cumprindo medida socioeducativa na unidade da Fundação Casa (Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente) de Presidente Bernardes - situada a 25 quilômetros de Presidente Prudente, que teve suas atividades encerradas em 29 de março. No entanto, na data da morte por complicações no coração, o adolescente estava internado na unidade de Irapuru, localizada a 128 quilômetros da cidade de residência do jovem e a 76 quilômetros de Prudente, onde ele veio a falecer, no HR (Hospital Regional Doutor Domingos Leonardo Cerávolo). Em nota, a Fundação Casa afirma que sua Corregedoria Geral instaurou sindicância para apurar o ocorrido.
“Se ele tivesse sido internado em Presidente Bernardes seria resolvido a tempo seu problema de saúde no HR em Prudente, mas foi socorrido na região, distante da casa, sem os procedimentos corretos. Esse adolescente era para estar vivo. Estamos falando de um adolescente de 17 anos, filho único de uma mãe professora de creche”, pontua a denunciante. “Temos uma morte que poderia ser evitada. Houve omissão. A mãe já vinha pedindo para eles olharem com carinho, pois o adolescente já reclamava em ligações. Ele foi entubado em Dracena até chegar em Prudente e isso poderia ser evitado”, enfatiza.
O caso foi compartilhado nas redes sociais pela deputada estadual Maria Izabel Azevedo Noronha, Professora Bebel (PT), que é a segunda presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), entidade que foi contra o encerramento das atividades da Fundação Casa em Presidente Bernardes. “As políticas de desmonte dos serviços públicos e de implementação do Estado mínimo por parte do governo têm graves consequências na vida da população. Um caso recente se relaciona ao fechamento da unidade em Presidente Bernardes, de forma unilateral, apesar dos protestos das famílias e de entidades”, argumenta. “Essa desativação já causou uma trágica consequência. Um dos adolescentes que foi transferido para Irapuru, faleceu. Se estivesse em Presidente Bernardes, teria sido atendido no Hospital Regional de Presidente Prudente e sua vida poderia ter sido preservada”, complementa.
Fortalecendo unidades
Sobre o caso, a Fundação Casa afirma que prestou toda assistência ao adolescente no centro Casa Irapuru, onde ele cumpria medida socioeducativa há oito meses e recebia atendimento médico semanal. Frisa que, ao relatar falta de ar, foi imediatamente encaminhado à Santa Casa de Dracena, que deu seguimento ao caso, adotando os procedimentos médicos pertinentes.
Quanto à suspensão de atividades em alguns centros socioeducativos, argumenta que tais medidas garantem respeito ao dinheiro do contribuinte, otimizando recursos para toda população e fortalecendo unidades com maior demanda, redistribuindo funcionários, inclusive profissionais da saúde, melhorando o tratamento aos jovens internados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário