Trabalhadores da limpeza urbana, grupo que inclui motoristas dos caminhões de coleta porta a porta, cobram imediata imunização e argumentam que serviço é essencial, mesmo nos períodos mais críticos da pandemia.
Por G1 SP e SP2 — São Paulo
Equipes da limpeza urbana se manifestaram na manhã desta terça-feira (8) no Centro de São Paulo pela priorização da categoria na imunização contra a Covid-19 — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
A Prefeitura de São Paulo apresentou nesta terça-feira (8) um mandado de segurança pedindo que os trabalhadores de limpeza urbana mantenham em operação as equipes necessárias para a coleta de lixo, por se tratar de serviço essencial. A categoria iniciou na manhã desta terça uma paralisação de 24 horas e reivindica vacinação contra a Covid-19.
O grupo inclui as equipes de varrição das ruas, de recolhimento de resíduos porta a porta, e os motoristas de caminhões de coleta. Pela manhã, manifestantes foram vistos na Praça Patriarca, na Sé e no Pateo do Collegio. Segundo o sindicato, cerca de 18 toneladas de lixo deixarão de ser recolhidas nesta terça.
Os integrantes do SIEMACO, sindicato que representa os trabalhadores da limpeza urbana na capital, e do STERIIISP, sindicato que representa os motoristas da limpeza urbana, argumentam que estão entre os grupos mais expostos ao risco de contágio pelo coronavírus, na medida em que o serviço é essencial e não é interrompido em nenhum momento da pandemia, mesmo nos mais críticos.
Eles afirmam que já protocolaram diversos pedidos por prioridade na imunização ao governo do estado, à Prefeitura de São Paulo, à Câmara Municipal e à Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), mas que não obtiveram qualquer resposta.
“Uma demonstração de descaso total com esses trabalhadores e trabalhadoras que tanto fazem pela nossa cidade e pelos paulistanos”, escreveram em nota. “A medida enérgica é a única forma encontrada para chamar a atenção e obter apoio da população e das autoridades, para a vacinação imediata das categorias”, continuaram.
Na segunda-feira (7), o grupo foi recebido pela secretária estadual de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen da Silva, mas, de acordo com a categoria, “sem sucesso”.
Algumas cidades paulistas já vacinam a categoria, como em São Roque, na região de Sorocaba e Jundiaí. Em Poá, na região de Mogi das Cruzes, os trabalhadores da limpeza urbana recebem a "xepa", que são as doses remanescentes.
O que diz o governo
O G1 questionou o governo do estado se há previsão para imunização da categoria, mas não obteve retorno sobre esta questão. Em nota, a gestão João Doria (PSDB) disse que o Programa Estadual de Imunização (PEI) segue as diretrizes do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde, que define os públicos-alvo a serem imunizados.
O governo também destacou que está em diálogo com todos os representantes de associações, inclusive com o SIEMACO e com o STERIIISP.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que em março imunizou todos os coletores e profissionais que trabalham com Resíduos de Saúde (RSS), por considerá-los mais vulneráveis, e que dialoga com o SIEMACO e com o governo do estado para ampliar a vacinação para os profissionais da limpeza urbana.
A gestão municipal também esclarece que a abertura de novos grupos depende da chegada de novas doses de vacina, enviadas pelo Ministério da Saúde e que segue os calendários definidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) e pelo Programa Estadual de Imunização.
Sobre a paralisação, a Amlurb disse que não foi notificada formalmente sobre a greve, e que, por se tratar de um serviço essencial, foi desrespeitada a lei geral de greve, que determina a comunicação com 72 horas de antecedência sobre qualquer paralisação, além da manutenção de ao menos parte da equipe no serviço. "Pelo descumprimento e para garantir a prestação do serviço essencial à população, a Prefeitura vai tomar as medidas legais cabíveis", acrescentou a gestão.
O G1 também pediu posicionamento da Câmara Municipal sobre a ausência da categoria nos grupos prioritários de imunização contra a Covid-19 e, até a última atualização deste reportagem, não obteve resposta.
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9 de jun de 2021 às 08:17
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