sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

Novo presidente da Fundação Casa fala sobre casas de custódia e atenção à saúde mental dos reeducandos

 


FOTO: ALÉM DAS CASAS DE CUSTÓDIA E ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL DOS JOVENS, O EX-JUIZ DISSE QUE VAI INVESTIR EM PARCERIAS COM OS MUNICÍPIOS (FOTO: DIVULGAÇÃO)


O novo presidente da Fundação Casa, João Veríssimo Fernandes (PSD), conhecido como Juiz João, tomou posse no cargo na manhã desta sexta-feira (13). Um dos nomes do Grande ABC na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele disse que vai investir nas parcerias com os municípios, aprimorar o sistema de casas de custódia, além de reforçar o acompanhamento dos jovens após a saída deles da Fundação Casa.

Em um evento realizado na sede da própria instituição, com a presença do secretário de Justiça e Cidadania Fábio Prieto, do secretário de Desenvolvimento Social Gilberto Nascimento, da ex-presidente da Fundação, Berenice Giannella, entre outras autoridades, João relembrou sua trajetória como juiz e comentou que irá dar atenção especial à saúde mental dos reeducandos. "A questão dos menores com problemas psiquiátricos que ainda estão internados me preocupa muito, além da empregabilidade. Não adianta devolver o jovem à sociedade se ele não tiver educação e oportunidades. Vamos reforçar isso para que ele não cometa novos atos infracionais e precise retornar à Fundação Casa", comentou.

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Antes de assumir o cargo, João disse ter conhecido alguns reeducandos da capital paulista e falou sobre a importância das casas de custódia, uma opção anterior à internação na Fundação Casa. "É impossível que um menor de 12 anos ameace tanto a sociedade, em alguns casos, a ponto de estar institucionalizado. Nós temos sim problemas, mas precisamos ouvir para ter essa visão. É preciso implantar a casa de custódia para receber essa criança que não precisa ir para a Fundação e muitas vezes conviver com adolescentes mais perigosos. Ninguém nasce querendo cometer ato infracional, precisamos refletir sobre isso e cuidar dessas pessoas", falou.

Até o início deste ano, antes de receber o convite para a presidência da instituição, Fernandes estava como assessor jurídico especial na prefeitura de Santo André. Indicação de Gilberto Kassab (PSD) para o cargo, o fato mostra a influência política do prefeito Paulo Serra (PSDB) junto à gestão estadual.

João é o primeiro presidente que vai se dedicar exclusivamente à Fundação Casa nos últimos cinco anos. Em parte deste período, o então secretário de Justiça e Cidadania Fernando José da Costa acumulava os dois cargos. Oficialmente na cadeira a partir de agora, ele também comentou que pretende avaliar a quantidade de funcionários da instituição. "Já pedi para as áreas técnicas um esboço das prioridades da Fundação Casa. Acho que temos uma folha de pagamento muito alta, quero verificar essa necessidade já que o número de adolescentes internados diminui a cada ano", explicou. No ano passado, o então presidente disse que a queda na quantidade de internos foi de 53% nos sete anos anteriores.

Na época, Fernando José da Costa disse que a baixa ocupação pode ser associada a uma série de fatores, entre eles a mudança institucional no modelo de gestão dos centros, que extinguiu a antiga Febem (Fundação Estadual do Bem Estar do Menor), em dezembro de 2006, para Fundação Casa, que passou a aderir às diretrizes de atendimento e execução de medida socioeducativa previstas no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo).

Chancelado pelo chefe
O secretário da Justiça também elogiou a carreira de João e disse "confiar plenamente" no novo presidente. "Ele tem experiência, é uma pessoa altamente qualificada e é uma homenagem ao Grande ABC ter gente da região trabalhando no governo. A Fundação é referência internacional, agora precisamos manter o que já conquistamos", disse Fábio Prieto.

Investimentos nas unidades do Grande ABC
No ano passado, os seis centros socioeducativos do Grande ABC (sendo dois em São Bernardo, dois em Santo André, um em Mauá e outro em Diadema) mantidos pela Fundação Casa receberam um investimento total de R$ 7,5 milhões do governo estadual para reformas de infraestrutura e inclusão digital nas unidades

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