quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Lula promete criar Ministério da Segurança Pública se PEC for aprovada no Congresso


Texto pode deve apreciado pelos parlamentares antes do recesso parlamentar de dezembro

Por 
Ivan Martínez-Vargas
 — Brasília

 


O presidente Lula durante entrevista exibida pela TV Alterosa, em 11 de dezembro de 2025
O presidente Lula durante entrevista exibida pela TV Alterosa, em 11 de dezembro de 2025 Reprodução

RESUMO

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira, que vai recriar o Ministério da Segurança Pública caso a PEC enviada pelo governo federal sobre o tema seja aprovada pelo Congresso.

— Queremos redefinir o papel da Guarda Nacional. Se aprovada a PEC, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública neste país — disse Lula.

Hoje, assuntos de segurança no governo Lula ficam a cargo do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, comandado por Ricardo Lewandowski. Foi a equipe do ministro, inclusive, que formulou a PEC.

Em entrevista exibida pela rede de televisão Alterosa, em Minas Gerais, o presidente voltou a dizer que a PEC é importante para dar ao governo federal a possibilidade de atuar com mais ênfase na segurança pública, hoje uma competência dos governos estaduais.

— Hoje, o poder da segurança pública no Estado é do governador porque ele tem a Polícia Militar e a Polícia Civil. O que queremos aprovar na PEC é como o governo federal pode entrar, qual é o papel da Polícia Federal. Se a gente vai poder interferir, porque veja: no Rio de Janeiro, havia cinco anos que a polícia procurava o assassino de Marielle (Franco, vereadora do Rio assassinada em 2018) e não encontrou. Quem encontrou foi a Polícia Federal — afirmou Lula.

A PEC da Segurança Pública está em análise numa comissão especial na Câmara dos Deputados, que deve votá-la ainda nesta semana. O relator do texto é o deputado Mendonça Filho (União-PE), de oposição. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pretende levar a matéria a plenário na próxima semana.

Em seu relatório, Mendonça tentou afastar o que chama de “lógica centralizadora” do projeto enviado pelo governo Lula e delimitar o alcance de resoluções do CNJ sobre execução penal.

Entre os pontos do relatório de Mendonça, estão:

  • maioridade penal, que parte da Câmara tentou reinserir no debate;
  • a disputa sobre competências federais e estaduais, ponto que mobiliza governadores e secretários de segurança;
  • o equilíbrio entre as atribuições das polícias, especialmente PM, PF e Guardas Municipais;
  • e a preocupação de sobrecarga sobre municípios, que temem assumir responsabilidades sem fonte de custeio.

Mendonça Filho se reuniu nesta quarta-feira com Lewandowski. Na conversa, o ministro teria dito que o Congresso é "soberano" para propor mudanças no texto original, que foi elaborado por sua equipe.

— Eu estive com ele lá no Palácio. O ministro é muito elegante. Ele sabe que eu incorporei todo o dorso da estrutura do texto que foi enviada ao Parlamento. Ele não expôs divergências, é um democrata — relatou Mendonça.

Os integrantes da pasta só se pronunciarão oficialmente quando o relatório de Mendonça for protocolado no sistema da Câmara.

Os principais pontos do parecer foram apresentados por Mendonça em reunião de líderes partidários ocorrida nesta terça-feira.

Entre as principais mudanças, estão a inclusão de um referendo sobre a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos; a perda de direitos políticos para os presos provisórios; o impedimento de progressão de regime para super-crimes, como os delitos contra a vida, estupro seguido de morte e o papel de liderança em facções, entre outros

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