As 181 unidade prisionais de SP terão WhatsAppEDU GARCIA/R7/PIXABAY
Até o final do mês de agosto, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) finalizará a implantação do serviço de WhatsApp nas 181 unidades prisionais do estado de São Paulo.
Atualmente, alguns presídios oferecem o atendimento virtual, mas a ideia é levar o aplicativo para todos os estabelecimentos penais.
O objetivo do serviço é facilitar a comunicação entre a família dos reeducandos com a administração do presídio.
Para isso, em julho, a Ouvidoria da SAP organizou um treinamento voltado exclusivamente aos servidores. As aulas foram ministradas na Escola de Administração Penitenciária, em Santana, na zona norte.
No estudo, houve esclarecimentos sobre como instalar o app nos locais de interesse e foi ressaltada a importância do atendimento ao público.
Com o serviço, será possível, por exemplo, obter informações sobre como se cadastrar no rol de visitas, dados sobre pecúlio, envio de correspondência e ainda questões ligadas ao vestuário para visitação.
Essa, segundo a SAP, é uma forma de evitar que o parente tenha que se deslocar ou ligar para o presídio onde seu parente está custodiado.
Para a ouvidora Ana Paula Bento, a comunicação, agora, será facilitada. "Será dado maior transparência nas informações e uma agilidade maior nos questionamentos das pessoas", explica.
É possível acessar os telefones por meio do site da SAP, na aba unidades prisionais. As que contam com o atendimento virtual estarão com o símbolo do aplicativo em verde.
O R7 teve acesso aos relatórios do Núcleo de Situação Carcerária, da Defensoria Pública de São Paulo, onde há diversas imagens e informações sobre como os presos vivem nas penitenciárias do estado. Muitas unidades têm superlotação, infestação de insetos, mofo, comida estragada ou com a presença de bichos... porém, as condições variam em cada unidade
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
Os colchões cedidos aos detentos são de espuma, e o estado de conservação de muitos deles é precário
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
Em algumas celas, pela quantidade de gente presa, é necessário dividir os colchões no chão, já que as estruturas montadas para colocar essas peças geralmente já estão sendo usadas por outras pessoas (veja mais detalhes na próxima imagem)
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
A imagem mostra uma cela com as estruturas montadas para receber os colchões. É possível notar que todas estão em uso. É comum que os detentos recém-chegados acabem no chão
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São PauloApesar de os ingredientes serem entregues pelo estado, os próprios presos é que cozinham. A alimentação é produzida no interior da unidade, em cozinha industrial
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
Nos relatórios, foi possível observar que boa parte das cadeias de São Paulo tem infestação constante de insetos. Esses bichos ficam alojados nas celas com as pessoas
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Baratas, piolhos, muquiranas e percevejos foram alguns dos bichos mais vistos pelos presos
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
A imagem mostra as lesões causadas pelos insetos
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
defensores atuantes no Núcleo de Situação Carcerária mostra as circunstâncias em que as mulheres vivem. Ela diz que algumas "companheiras", como elas chamam as demais presas, estão "definhando sem alimentação", fora as que têm diabetes e não recebem uma nutrição adequada. Ela diz, também, que há pessoas que têm problemas de insanidade e mesmo assim continuam vivendo na cela com as demais
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
O Brasil é o terceiro país com a maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China, de acordo com o banco de dados World Prison Brief
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
De janeiro a junho deste ano, o número de denúncias de tortura de presos mais que triplicou em relação ao do ano inteiro de 2022. Ainda segundo o núcleo, houve 211 registros em 2023 contra 61 no ano passado inteiro. "Muitas vezes, a tortura é naturalizada. Justamente por isso, o STF (Supremo Tribunal Federal) considera que as cadeias no Brasil estão no estado 'inconstitucional' da coisa, com violação massiva dos direitos fundamentais da população prisional", afirma o órgão
Divulgação/Núcleo de Situação Carcerária da Defensoria do Estado de São Paulo
Em nota à reportagem, a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) afirmou que não tolera desvios de conduta dos servidores e que todas as denúncias são investigadas. "Caso comprovada a denúncia, o servidor é afastado e punido de acordo com a legislação", diz a pasta
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