segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Fundação CASA afirma apuração de qualquer tratamento violento

Servidores acusam direção de Marília de agressão física contra adolescentes
Matéria e Foto: Ana Carolina Godoy
A Fundação Casa de São Paulo afirma que todo e qualquer tratamento violento contra os adolescentes é rigorosamente apurado, com a instauração de processo administrativo e aplicação da devida sanção. A instituição respondeu à denúncia de agressão física feita por servidores contra a direção e a coordenação da Fundação Casa de Marília.
A acusação foi apresentada para a própria instituição, em São Paulo, para o Ministério Público e para a Justiça. E na sexta-feira foi feita ao Jornal da Manhã. Uma das agressões teria ocorrido no dia 23 de dezembro, mas trabalhadores afirmam que o fato já se repetiu várias vezes nos últimos anos.
De acordo com os servidores, a violência ocorre principalmente nos dormitórios, onde não há câmeras de segurança, evitando registros no circuito interno de imagens.
“A Fundação Casa acompanha a ocorrência do dia 23 de dezembro de 2019, em que três adolescentes internados em Marília agrediram outro jovem após uma atividade pedagógica.A situação foi rapidamente controlada pelos funcionários de plantão.
Todos adolescentes receberam atendimento médico no centro e não relataram problemas de saúde. Os jovens passaram pela Comissão de Avaliação Disciplinar (CAD) do centro socioeducativo para aplicar as sanções cabíveis”, relatou a instituição.
A entidade mencionou ainda que a Corregedoria Geral investiga, em sindicância, uma denúncia de agressão contra adolescentes, recebida no início de dezembro do ano passado. As oitivas estão agendadas para o dia 24 de janeiro. Todo procedimento acontece sob sigilo.
Por conta das denúncias de agressão, os servidores informaram que os menores G.L.S.; R.T.; e C.S.L.N. chegaram a comparecer no Fórum no dia 3 de dezembro para serem ouvidos, mas teriam sido ameaçados de transferência para São Paulo caso mencionassem as agressões.
Uma mãe também teria presenciado o filho com sinais de agressão e mencionou ao diretor que iria até a imprensa, mas, da mesma forma, recebeu ameaça de transferência do filho.
“Toda vez que ocorre um ato violento, os meninos são coagidos a dizer que se machucaram de outra forma”, relatou um dos trabalhadores. A acusação mencionou que as agressões têm acontecido nos últimos três anos, no mandato do atual diretor, Marcelo Gil Capelloci, por parte dele próprio e de coordenadores.
A Fundação Casa, em São Paulo, afirmou que nenhum jovem internado pode ser transferido de centro socioeducativo sem a anuência do Núcleo de Movimentação de Adolescentes, órgão da instituição responsável pela liberação de vagas. Além disso, a Corregedoria Geral de Justiça é informada para ciência da transferência.

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