Agente da Fundação Casa foi morto no dia em que completava 51 anos

Francisco Calixto foi agredido por 5 internos durante rebelião em Marília. Agente foi morto com cabo de vassoura enfiado na garganta, diz polícia.
Mariana Bonora*, em Do G1 Bauru e Marília
O agente socioeducativo da Fundação Casa morto durante uma rebelião dos internos em Marília (SP) fez aniversário na terça-feira (4), mesmo dia que o motim foi deflagrado. Francisco Calixto, que completava 51 anos, foi rendido e agredido por cinco internos com um cabo de vassoura quando tentava impedir a fuga dos menores, que se rebelaram por volta das 21h.
Agente socioeducativo foi assasinado por internos da Fundação Casa (Foto: Reprodução/TV TEM)
Agente socioeducativo foi assasinado por internos
da Fundação Casa (Foto: Reprodução/TV TEM)
A situação só foi controlada na madrugada desta quarta-feira (5). “Infelizmente um funcionário foi morto com uma brutalidade terrível. As informações iniciais constam que os menores o seguravam e um teria introduzido um cabo de vassoura em sua garganta, provocando a sua morte”, explica o delegado Valdir Tramontini.
O agente, que era conhecido pelos amigos como Chiquinho, trabalhava há 15 anos na Fundação Casa e segundo os colegas gostava bastante da função que exercia. Familiares e amigos divulgaram mensagens de homenagem ao agente nas redes sociais. Em uma das mensagens, a nora de Francisco comenta o fato da morte dele ter acontecido no mesmo dia que ele fazia aniversário.
O corpo de Francisco será velado nesta tarde, no Velório Municipal, e o enterro está marcado para 8h30 desta quinta-feira (6) no Cemitério da Saudade.
Família de Francisco publicou nas redes sociais mensagem para agente (Foto: Reprodução/Facebook/Flaviane Soares)
Família publicou nas redes sociais mensagem para agente (Foto: Reprodução/Facebook)
O motim
Além de Francisco, outros quatro funcionários e três voluntários de uma igreja, que faziam um culto no local quando os menores se rebelaram, foram rendidos. Dois agentes ficaram feridos e foram encaminhados para a Santa Casa de Marília. Um deles teve alta e o outro foi transferido para o Hospital das Clínicas. Dezoito internos fugiram, mas três deles foram recapturados nesta manhã e cinco deles à tarde e encaminhados para Central de Polícia Judiciária.
“A fuga foi justamente no momento em que eles dominaram os funcionários e também um grupo religioso que fazia um trabalho dentro do estabelecimento. Neste momento eles acabaram pulando os muros e não havia a presença da polícia aqui”, diz o policial militar Marcelo Martins.
Dois suspeitos de matar o agente foram identificados e detidos.  Eles foram levados à Central de Polícia Judiciária e aguardam a decisão de transferência de unidade. A polícia deixou a sede da Fundação Casa durante a madrugada desta quarta-feira e a segurança do local foi retomada por agentes socioeducativos. Na manhã de quarta-feira, Jadir de Borba, corregedor-geral da Fundação Casa de São Paulo esteve na instituição para avaliar a situação.
Em nota, a Fundação Casa informou que "os jovens envolvidos na fuga que permaneceram no centro e os que forem recapturados passarão por uma Comissão de Avaliação Disciplinar (CAD), que vai determinar as possíveis sanções. O Judiciário e familiares dos jovens serão informados da ocorrência."
A instituição informou ainda que vai prestar total apoio e solidariedade à famiília do agente morto durante a rebelião. Segundo a nota, a Corregedoria Geral da Fundação Casa vai instaurar sindicância para apurar as circunstâncias em que ocorreu a morte do servidor e a fuga dos 18 adolescentes. A Polícia Civil também vai investigar o assassinato.
* Com informações Guilherme Lopes e Romeu Neto, da TV TEM.
Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência (Foto: Reprodução/TV TEM)
Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência (Foto: Reprodução/TV TEM)