Cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem de depressão, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2017. Isso corresponde a perto de 6% da nossa população. Números assustadores, embora variem bastante segundo a faixa etária, o grupo social, e o tipo da doença.
Ainda assim, é um problema agudo de saúde pública, que deve ser abordado pela ciência desde suas causas ambientais (violência urbana, pobreza, desemprego), até os mecanismos cerebrais determinantes (circuitos neurais envolvidos, possíveis alvos terapêuticos).
Meu foco de hoje está nestes últimos, baseado em artigo recente publicado na revista Science há poucas semanas. Um grupo de pesquisadores americanos e japoneses utilizou um modelo animal de depressão, e alcançou um nível microscópico inusitado ao revelar o que ocorre nas sinapses dos neurônios do córtex pré-frontal dos camundongos na vigência de estados depressivos e após tratamento com uma substância experimental.
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*Roberto Lent é Professor titular da UFRJ e Pesquisador do Instituto D’Or