quinta-feira, 30 de maio de 2019

Internos da Fundação CASA fazem rebelião e 3 funcionários ficam de reféns, vejam o vídeo




Por G1 Sorocaba e Jundiaí
 


Internos da Fundação Casa fizeram rebelião em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV TEM Internos da Fundação Casa fizeram rebelião em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV TEM
Internos da Fundação Casa fizeram rebelião em Jundiaí — Foto: Reprodução/TV TEM
Cerca de 15 internos da Fundação Casa, em Jundiaí (SP), fizeram uma rebelião na manhã desta quinta-feira (30), segundo informações da Polícia Militar.
Armados com objetos da própria unidade, os adolescentes fizeram três funcionários reféns. A ação durou 30 minutos e foi controlada por volta das 10h30. Não há informações de feridos.
Apesar de a PM confirmar que houve a rebelião na unidade, a direção da Fundação Casa negou a informação à equipe de reportagem da TV TEM e disse apenas que registrou uma confusão entre os adolescentes em uma das salas da unidade. Mesmo assim, um boletim de ocorrência será registrado pela direção.
Ainda conforme a direção da unidade, uma sindicância deverá ser aberta para apurar e punir os responsáveis, que vai de cortes nos horários de visitas e a não participação em atividades externas.
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Internos da Fundação Casa fazem rebelião em Jundiaí, diz polícia
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Índice de reincidência entre jovens que cumprem medidas socioeducativas é de 22,6%

Índice de reincidência entre jovens que cumprem medidas socioeducativas é de 22,6%

Conforme os dados da unidade judiciária, dos 75 adolescentes alcançados pela extinção ou progressão da medida, 17 reincidiram

Manaus – Levantamento realizado pela Vara de Execução de Medidas Socioeducativas do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) aponta que ficou em 22,6% o índice de reincidência entre os jovens em cumprimento de medidas socioeducativas, no meio fechado – nos centros socioeducativos de Manaus (Dagmar Feitoza, Senador Raimundo Parente e Internação feminina) –  que tiveram extinção da medida ou progressão para o meio aberto, no último ano.
Conforme os dados da unidade judiciária, dos 75 adolescentes alcançados pela extinção ou progressão da medida, 17 reincidiram. Três deles voltaram ao sistema socioeducativo pela internação em unidade especializada e os outros 14 ingressaram no sistema penal por prática de crimes após os 18 anos.
Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa é um dos locais que recebem adolescentes que cumprem medidas socioeducativas (Foto: Raquel Miranda/GDC)
Segundo o juiz de Direito Luís Cláudio Chaves, titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas, o índice está abaixo de outros Estados da Federação, onde foram realizados levantamentos semelhantes, como São Paulo (32%) e Minas Gerais (30%).
E, na avaliação do magistrado, a comparação com a reincidência verificada no caso de presos adultos, que está em torno de 70%, conforme dados nacionais divulgados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), sugere que o redirecionamento socioeducativo é um instrumento importante, que pode se contrapor aos argumentos que defendem a necessidade de redução da maioridade penal.
Atuação das instituições e ressocialização
As audiências concentradas que vêm sendo realizadas diretamente nos centros socioeducativos desde meados de 2018 e o atendimento realizado com os socioeducandos e suas famílias, pelas equipes multidisciplinares das unidades de internação, assim como da unidade judiciária, somado ao devido cumprimento da Lei do Sistema Nacional Socioeducativa (SINASE) e os princípios norteadores do ECA – tais como a excepcionalidade e a brevidade das medidas socioeducativas -, estão entre os motivos que o juiz Luís Cláudio Chaves destaca para manutenção dos baixos índices de reincidência (em torno de 20%) registrados até aqui. As audiências concentradas são conduzidas pelo juiz titular, com a participação da promotora de Justiça Luíssandra Chíxaro de Menezes e os defensores públicos Juliana Linhares e Clóvis Roberto Soares Barreto.
“A VEMS é recente, tem pouco mais de um ano. Estamos nos dedicando a dar maior efetividade ao sistema de garantias de direitos dos adolescentes, estando frequentemente dentro das unidades de internação, garantindo efetividade ao Estatuto da Criança e do Adolescente, assim como à Lei nº 12.594/12 (SINASE). A estrutura da unidade de execução está mais presente dentro dos centros socioeducativos, onde as equipes multidisciplinares têm identificado o perfil de cada adolescente e o tipo de ato infracional praticado. A ideia é possibilitar aos adolescentes uma escuta diferenciada e isso inclui, também, ouvir suas famílias. Conferimos um rosto ao adolescente e eles vêm sendo tratados como as pessoas em formação que são”, explica o juiz Luís Cláudio.
O Ministério Público atua como fiscal da execução das medidas e vem buscando o redirecionamento do adolescente que retorna à sociedade sem apresentar risco a ele mesmo e às pessoas.
“Ressalto a importância do acompanhamento do jovem nas medidas socioeducativas em meio aberto. É o que verificamos na audiência concentrada, detectamos que ele tem condições de progredir na medida, sair do meio fechado para o meio aberto. Nesse ponto é que vem a grande importância de acompanhar e fiscalizar as politicas públicas realizadas no meio aberto, pois esse trabalho das equipes psicossociais de meio aberto é intensificado e voltado para que o menor de fato seja redirecionado à família, à escola, ao aprendizado, à projetos, como o Menor Aprendiz e outras atividades, para que evite a reincidência”, explica a Promotora de Justiça da Vara de Execução, Luíssandra Chíxaro de Menezes.
O Defensor Público Clóvis Roberto Soares Barreto, explica que a DPE está voltada para a garantia dos direitos dos adolescentes em conflito com a lei para que não volte ao meio fechado.
“A Defensoria se preocupa em garantir que os jovens recebam, durante o processo socioeducativo, medidas adequadas para que não volte a transgredir as regras impostas pela sociedade e retomem o pleno desenvolvimento de suas vidas, evitando que, no futuro, sejam mais um número no sistema prisional”, explica o Defensor.
Impacto na internação
Os números positivos das audiências concentradas também impactam na ocupação das unidades masculinas: o Centro Socioeducativo Dagmar Feitoza tem capacidade para receber 64 socioeducandos em regime fechado, possuía 88 adolescentes e, após as audiências,conta atualmente com 51 internos; o Centro Senador Raimundo Parente tem capacidade para 34 internos, possuía 51 e atualmente conta com 11 internos.
A unidade de internação feminina é uma exceção, segundo dados da própria Vara de Execução, o Centro Socioeducativo de Internação Feminina não trouxe variações, pois as meninas sempre apresentaram menor índice de cometimento de atos infracionais e o centro que oferece 20 vagas, está, atualmente, com 7 internas.

MP entra com ação para que policiais militares de São Paulo parem de fazer escolta de presos

MP entra com ação para que policiais militares de São Paulo parem de fazer escolta de presos

Serviço deveria ser feito exclusivamente pelos agentes da Secretaria da Administração Penitenciária.

Por Walace Lara, SP2
 

Ministério Público move ação contra o governo do Estado
O Ministério Público (MP) de São Paulo entrou com ação contra o governo do estado exigindo que policiais militares parem de fazer a escolta de presos. O serviço deveria ser feito exclusivamente pelos agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
Nos últimos anos, cresceu o número de PMs fazendo esse trabalho. Em 2018, foram 107.242 escoltas feitas por policiais militares, contra 89.214 em 2017, um aumento de 20%.
Só no ano passado, mais de 242 mil policiais, em 101 mil viaturas, deixaram de cumprir suas obrigações na área da segurança pública para fazer o trabalho dos agentes da SAP. Esse número é maior que o efetivo total da PM do estado porque um mesmo policial faz várias escoltas ao longo do ano.
Para o MP, isso vem prejudicando o policiamento, especialmente nas cidades do interior. Presos da capital são levados ao Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste, por agentes da SAP, enquanto os do interior são escoltados por carros da PM, com quatro agentes no veículo.
Segundo o coronel Benedito Roberto Meira, ex-comandante geral da Polícia Militar no estado, esse trabalho custa caro para a PM (que banca o custo dos carros, do combustível e da diária dos policiais) e para a população.
“Muitas rondas escolares deixaram de acontecer, deixaram de existir, justamente porque o efetivo foi remanejado para fazer exclusivamente escoltas. Outro programa de policiamento que foi prejudicado, principalmente no interior, é o programa de Força Tática”, disse.
Na ação, o MP diz que "os números de escolta e de utilização de policiais militares são bastante expressivos, mostrando a dimensão do problema. O documento aponta que, somente em 2018, as escoltas custaram à PM “cerca quase R$ 72 milhões”. Esse gasto não foi ressarcido nem compensado pela Secretaria da Administração Penitenciária.
A Promotoria também já havia aberto um inquérito para investigar o desvio de função dos policiais que são colocados para fazer escolta.
Para o promotor Valter Santin, o PM que faz escolta faz falta na segurança pública. “Se ele é retirado das ruas, desse trabalho normal, para fazer escolta durante o transporte de presos do sistema penitenciário, as cidades têm uma redução do seu policiamento, consequentemente uma maior vulnerabilidade em relação aos crimes locais.”
A Procuradoria Geral do Estado informou que a Justiça já indeferiu em primeira e segunda instâncias um pedido de liminar do Ministério Público sobre o tema, e que a defesa do Estado será apresentada dentro do prazo legal.
Já a SAP informou que tem trabalhado ativamente com o poder Judiciário para que seja ampliado o número de audiências por videoconferência e, desta forma, diminuir os gastos com a locomoção e escolta de presos.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Agentes socioeducativos poderão ser considerados agentes de segurança

Agentes socioeducativos poderão ser considerados agentes de segurança

Projeto que tramita na Alepe visa adequar a função dos agentes enquanto profissionais que atuam na área da segurança pública do Estado
Editoria de Política
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A mudança da nomenclatura e o pagamento da gratificação de risco são demandas dos agentes socioeducativos, que estiveram presentes na Alepe na última terça (28)
Tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um Projeto de Lei que prevê a mudança de nomenclatura de Agente de Apoio Socioeducativo para Agente de Segurança Socioeducativo (ASSE). De acordo com a justificativa do projeto, a iniciativa visa "criar maior identidade entre este cargo e o que ele representa", aproximando a atividade do agente socioeducativo com o do agente penitenciário, devido as similaridades entre as duas funções. 
"Prioritariamente estamos defendendo a mudança de nomenclatura, entendendo que a nossa função do dia a dia é eminentemente de segurança pública e portanto queremos que essa injustiça seja corrigida e que estejamos dentro de um sistema usufruindo também dos benefícios dos trabalhadores da segurança pública", afirmou o agente socioeducativo Antônio Teixeira, integrante de uma comissão de agentes que esteve presente nas galerias da Alepe na última terça-feira (29). 
Essa nomenclatura já está prevista na Classificação Brasileira de Ocupações, do Ministério do Trabalho e Emprego e no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), que regulamenta a execução das medidas socioeducativas para adolescentes que praticam atos infracionais. 
O projeto versa sobre as atribuições dos ocupantes do cargo de ASSE, a exemplo do trabalho preventivo e ostensivo de segurança, "visando preservar a integridade física e mental dos adolescentes e demais profissionais". Em seu artigo 5º, determina que os agentes sejam contratados através de concurso público, em regime de Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com jornada de trabalho de 40 horas semanais e 200 horas mensais. 
Gratificação
Em discurso na Alepe na última terça-feira (28), o deputado Estadual Joel da Harpa (PP), autor do projeto, defendeu o pagamento de gratificação de risco para os agentes socioeducativos. Além da mudança da nomenclatura, o adicional é outra demanda defendida pelos profissionais. “Existem servidores mais antigos, já efetivos, que recebem adicional de risco de vida. É injusto termos pessoas trabalhando nas mesmas condições, mas só algumas delas recebendo a gratificação”, afirmou o deputado.