domingo, 29 de janeiro de 2017

Após 18 meses, obra da Fundação Casa em Piracicaba será retomada

Após 18 meses, obra da Fundação Casa em Piracicaba será retomada
Construção da 2ª unidade na cidade está parada desde julho de 2015. Novo espaço custará R$ 5 milhões e terá capacidade para 56 adolescentes.
27/01/2017 14h06 - Atualizado em 27/01/2017 16h23
Do G1 Piracicaba e Região
Obras da segunda undidade da Fundação Casa está paradas há 18 meses (Foto: Reprodução /EPTV)Obras da segunda undidade da Fundação Casa está paradas
há 18 meses (Foto: Reprodução /EPTV)
Parada há 18 meses, as obras da segunda unidade da Fundação Casa de Piracicaba (SP) serão retomadas no dia 20 de fevereiro, de acordo com informações da assessoria de imprensa da instituição.
O centro socioeducativo está orçado em R$ 5,088 milhões e terá capacidade para atender 56 adolescentes. A previsão é que o trabalho seja finalizado em outubro deste ano.
Iniciada no dia 17 de novembro de 2014, a construção do espaço foi suspensa em julho de 2015 em função do contingenciamento de recursos. Situação que chamou a atenção do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP), que em agosto do ano passado instaurou inquérito contra o governo do estado para questionar a interrupção das obras.

De acordo com o secretário geral da 8ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Piracicaba, Rodrigo Corrêa Godoy, a retomada das obras da Fundação Casa é essencial para minimizar o problema de falta de vagas.
Secretário geral da OAB Piracicaba, Rodrigo Corrêa Godoy (Foto: Moreno Silva/Nova2PE Comunicação)Secretário geral da OAB Piracicaba, Rodrigo Corrêa Godoy
(Foto: Moreno Silva/Nova2PE Comunicação)
“Com demanda maior que a oferta, muitos jovens são transferidos para unidades de outras cidades. Consequentemente, há transtornos com audiências e atraso nos processos. Situação que prejudica a Justiça”, diz.

“Sem contar que o deslocamento para outra cidade faz com que o jovem fique longe de seus familiares que, muitas vezes, têm dificuldade para se locomover até o destino do interno. A presença da família é essencial no trabalho socioeducativo”, acrescenta o advogado.

Casos excepcionais
Apesar de aprovar a construção da nova unidade, Godoy afirma que a medida de internação deve ser a última alternativa. “Ela precisa ser tomada quando não há outras opções. A retirada do adolescente da sociedade para sua internação e ingresso em ações socioeducativas é uma das opções de recuperação destes jovens, mas não a única”, diz.

Para o secretário-geral da OAB, preocupa o alto índice de jovens que são internados nestes centros. “No ponto de vista da OAB, as internações deveriam ser em casos excepcionais. Mas, infelizmente, elas são comuns”.

Obras
A construção da unidade será de responsabilidade da empresa R. Nascimento Construtora e Empreendimentos Ltda. O prédio fica ao lado da unidade existente na cidade, na rodovia Deputado Laércio Corte (SP-147), entre Piracicaba e Limeira (SP). Atualmente, a Fundação Casa de Piracicaba tem capacidade para abrigar 64 jovens e atualmente atende 62.

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores

27/01/2017 10:26Hs

Descontrole

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores

Categoria revela constantes agressões, ameaças, fugas e rebeliões. Governo anunciou edital para gestão compartilhada

Socioeducadores denunciam demissões em massa e assédio moral nas unidades que abrigam menores infratores
Socioeducadores se reuniram na porta do Centro Educacional São Miguel para protestar
Cerca de 100 socioeducadores que  trabalhavam nos Centros Educacionais destinados ao recolhimento de adolescentes infratores foram demitidos nas últimas semanas. A maioria, com muitos anos de serviços prestados, foram dispensados do trabalho e até agora não receberam seus direitos trabalhistas.
A denúncia foi feita ao vivo no programa “Ceará News”, da Rede Plus de Rádio FM, na manhã desta sexta-feira (27), pelo presidente do recém-criado Sindicato dos Socieducadores do Estado do Ceará, Haroldo Ribeiro. Segundo ele,  as demissões em massa pegaram de surpresa os profissionais que trabalhava há anos nas unidades sediadas em Fortaleza, um total de 13.
Ainda de acordo com o líder da categoria, até mesmo profissionais que estavam de licença para tratamento de saúde foram apanhados de surpresa ao serem comunicados  que  haviam sido demitidos. Muitos estavam na função há vários anos, como é o caso de um deles (identidade preservada) que trabalhava há, pelo menos, 21 anos na função.
Conforme Ribeiro, cerca de 90 por cento dos funcionários dos centros educacionais s ao terceirizados, o que implica que todos estão á mercê de demissões sumárias à qualquer momento, já que não critérios para a permanência em seus cargos.
A categoria revela, ainda, que mesmo com a criação de um novo órgão estadual para gerir o sistema, as ameaças, agressões físicas, perseguições e assédio moral de diretores aos sócioeducadores continuam. Ele revela que tentativas de  motins, rebeliões, fugas, depredações ao patrimônio  público e continuam a fazer parte da rotina dos centros  educacionais, e que os profissionais que lidam diretamente com os adolescentes infratores são os que mais se submetem a ameaças e agressões, já que são corriqueiras as ocorrências de localização de armas, celulares e drogas nos centros.
Resposta
Em nota, a Superintendência  do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas)de enviou à Redação a seguinte nota:
“A Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas), em virtude da transição dos serviços relacionados ao sistema socioeducativo, anteriormente executados pela Stds, lançou Edital de seleção  para escolha de novas entidades para atuar na gestão compartilhada das unidades socioeducativas.
O Edital foi elaborado de acordo com as diretrizes do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo,  notadamente quanto a definição do quantitativo de pessoal, bem como foram redimensionados vários serviços  com a finalidade de conferir maior qualidade e efetividade e adequá-los aos limites financeiros e orçamentários  aprovados para 2017. Em razão do processo de mudança, todos os colaboradores foram desligados, e as readmissões nos novos  termos de colaboração celebrado entre a Seas e as organizações da sociedade civil estão sendo realizadas de  forma gradativa, dentro do limite de vagas aprovado.
Os colaboradores que não forem readmitidos comporão banco de reserva para posterior contratação, no caso do  surgimento de vagas. Além disso, a Seas deverá publicar em breve o Edital para a Seleção Temporária para preenchimento de funções  no sistema socioeducativo, sendo: 964 vagas para Socioeducador; 50 vagas para Assistente Social; 49 vagas  para Psicólogo e 17 vagas para Pedagogo.”
Por Fernando Ribeiro

sábado, 28 de janeiro de 2017

Ex-interno da Fundação Casa de Botucatu vai jogar na Europa




Ex-interno da Fundação Casa de Botucatu vai jogar na Europa


Destaque na Copa São Paulo de Futebol Junior deste ano, quando marcou o mais belo gol da competição jogando pelo o União Barbarense, ele foi contratado pelo Rio Ave, equipe que disputa a primeira divisão do futebol português.Uma história que servirá de exemplo para milhares de jovens que buscam oportunidades na vida, apesar das adversidades impostas de forma implacável pela desigualdade social. Jadson da Silva, 18 anos, ex-interno da Fundação Casa, vai jogar futebol na Europa em 2017.
Jadson é natural de São Manuel e viveu uma adolescência conturbada. Se envolveu com drogas aos 14 anos, quando chegou pela primeira vez à Fundação Casa de Botucatu. Na instituição sempre se mostrou habilidoso com a bola nos pés e era sempre o destaque nos campeonatos internos.
Após 1 ano em Botucatu, tentou iniciar a carreira no futebol, mas as dificuldades foram enormes e Jadson sofreu para alcançar seu sonho. Aos 16 anos voltou para a Fundação Casa em Botucatu e por ali ficou mais um ano, mas o sonho de jogar futebol nunca foi abandonado.
“O interessante é tentar tirar ele dessa vida, não é fazer virar jogador. O importante é dizer que é possível, pois se não fosse jogador ele seria um bom médico, um bom engenheiro, mecânico”, disse o tricampeão do mundo e ídolo do Corinthians Zé Maria, famoso botucatuense que exerce função diretiva na Fundação Casa em entrevista ao programa ‘Tá na Área’ do canal SPORTV.
Uma reportagem especial produzida em Botucatu pelo canal por assinatura dá destaque para a vida do jogador. Recentemente Jadson retornou à Fundação Casa de Botucatu, mas desta vez para passar sua experiência de vida para os internos. Ele proferiu palestra para meninos da Unidade e contou tudo o que passou para alcançar o sonho de sua vida

sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Justiça suspende veto e militares poderão ter tatuagens em sp






27 January de 2017 | 23h36
A Justiça deu liminar requerida pelo Ministério Público suspendendo parte do edital de concurso para ingresso na Polícia Militar de São Paulo. O pedido foi feito no âmbito de uma ação ajuizada pelo Ministério Público diante de uma representação sobre o concurso público para preenchimento de vagas de soldado PM de 2ª Classe.

O edital estabelecia que o candidato poderia ter tatuagens, exceto quando esta fosse 'visível na hipótese do uso de uniforme que comporte camisa de manga curta e bermuda, correspondente ao uniforme operacional de verão'.

O promotor de Justiça Otávio Ferreira Garcia destacou, na petição inicial, que o Supremo Tribunal Federal fixou tese sobre o assunto.

De acordo com o STF, editais de concursos públicos não podem estabelecer restrições a pessoas com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores constitucionais

Mais estrutura para atendimento a jovem infrator

Mais estrutura para atendimento a jovem infrator

Construção de nova sede para delegacia especializada é um dos projetos

Geraldo Tadeu
O prefeito Alex de Freitas se reuniu com representantes da Sesp
A Prefeitura de Contagem fortalece a parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para qualificar o atendimento socioeducativo de adolescentes infratores. O prefeito Alex de Freitas se reuniu com o subsecretário da Sesp, Danilo Emanuel Salas, para avaliar projetos de ressocialização destes jovens.

Entre as prioridades está a oferta de cursos profissionalizantes e vagas de emprego para o adolescente em regime semiaberto, além da construção de uma nova sede para a Delegacia de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad) de Contagem. “É nosso dever colaborar para o resgate destes jovens, dando a eles a oportunidade de trilhar novos caminhos”, destacou Alex de Freitas.

O secretário municipal de Defesa Social, Décio Camargos, também participou da reunião. Segundo ele, terrenos públicos serão avaliados em Contagem quanto à possibilidade da construção da Dopcad. “Também vamos garantir o suporte adequado, por meio da Guarda Municipal, no trabalho de prevenção e abordagem do jovem infrator”, disse.

Danilo Salas reiterou a importância da parceria entre a prefeitura e a Sesp. “Vamos providenciar dados, levantar recursos e estabelecer fluxos para que essas propostas se concretizem. Tais projetos são fundamentais para a elaboração e implementação de uma política de atendimento mais efetiva na cidade”.

Pixação: a história por trás da alternativa "brava" de São Paulo aos grafites

Pixação: a história por trás da alternativa "brava" de São Paulo aos grafites

Derivado de capas de álbuns de metal pesado, a escrita de rua distintiva de São Paulo está enraizada em um desejo de protestar contra a desigualdade na maior cidade do Brasil. Mas alguns pichadores agora temem seu trabalho está sendo "vendido para fora '. Fotografias: Pablo Lopez Luz
A caligrafia de rua de São Paulo é derivada de tipos de letra usados ​​por bandas de heavy metal em suas capas de álbuns.
 A caligrafia de rua de São Paulo é derivada de tipos de letra usados ​​por bandas de heavy metal em suas capas de álbuns. Fotografia: Pablo Lopez Luz
If Brasil "não é para principiantes", como o compositor Antonio Carlos Jobim disse uma vez, em seguida, sua grande centro urbano, São Paulo, certamente não é para os fracos de coração. Não são só as ruas barulhentas, a desigualdade socioeconômica extrema, os prédios abandonados e os toxicodependentes que perambulam a notória "Cracolandia" que dá à minha cidade natal as suas bordas ásperas. É o que está escrito nas paredes, também.
Há uma pintura preta grossa em virtualmente cada parede ou fachada aqui. Quando meu amigo fotógrafo Pablo Lopez Luz veio visitar, foi a primeira coisa que lhe chamou a atenção: "O que é com todo o graffiti", ele perguntou. "Não é de graffiti", eu respondi, "é pixação ".
À primeira vista, é difícil distinguir os dois estilos, mas há diferenças importantes. No caso do grafite - seja ele marcando ou bombardeando - as letras são mais redondas e estilizadas graças ao copioso uso de mistura, sombreamento e outras técnicas. A cor é outro elemento importante: quanto mais brilhante, melhor na maioria dos casos, em imagens e figuras também.
Por contraste pichadores , como praticantes são chamados, (às vezes soletrado pichadores ) raramente criam visuais, apenas letras. Sua caligrafia onipresente é composta de linhas retas e bordas afiadas, dando suas criações - PixOs - um olhar irregular. Eles também são primariamente negros (o verbo "pichar" em português significa cobrir com alcatrão). Mas só porque os pixos são monocromáticos e menos estilizados não significa que eles não têm história ou significado sócio-cultural.
São mais de 5.000 pixadores ativos em São Paulo agora.
São mais de 5.000 pixadores ativos em São Paulo agora. Fotografia: Pablo Lopez Luz
O uso das paredes da cidade de São Paulo como tela não é novo. Na década de 1930, os candidatos políticos escreveram slogans de campanha por toda parte. No final dos anos 1960, quando os estudantes tomaram as ruas para expressar sua dissidência contra o governo militar do Brasil, spray frases pintura como " Abaixo um ditatura " ( "abaixo a ditadura") nas paredes de edifícios públicos tornou-se um ato importante de protesto .
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O estilo que agora identificamos com a pixação surgiu pela primeira vez em São Paulo nos anos 80. Politicamente, o país estava passando por uma transição gradual para a democracia, mas a política não era a única coisa na mente da juventude de São Paulo - assim como o heavy metal.
O gênero musical que se desenvolveu no Reino Unido e nos EUA ganhou um forte seguimento em São Paulo. Além da força bruta de bandas como Iron Maiden, Judas Priest, AC / DC e Metallica, Paulistano jovens também foram atraídos para o seu álbum de covers - em particular, a Runic de inspiraçãofonte dessas bandas utilizadas para marcar-se.
Na verdadeira moda brasileira, os jovens de São Paulo canibalizaram essa prática estrangeira. Assim começou a evolução da pixação distintiva desta cidade: um estilo de escrita urbana que tem inspirado inúmeros pixadores a apresentar suas próprias variações sobre esse tipo de caligrafia - segundo estimativa, existem apenas mais de 5.000 pixadores ativos apenas em São Paulo.
Em seu nível mais básico, pixação é sobre vaidade, fama e auto-promoção, razão pela qual a grande maioria dos PixOs são ou apelidos pessoais ou os nomes de particulares griffes (coletivos). A fama no mundo da pixação é basicamente um jogo de números - tanto que os pixadores experientes se gabam de ter deixado sua marca em quase todas as paredes da cidade. Atualmente, um dos pichadores mais famosos e prolíficos de São Paulo passa pelas RAPDOS Moniker, uma variação da palavra Rápido .
Na forma mais básica de pixação, role de chao, tanto os alvos quanto os riscos são relativamente baixos.
Na forma mais básica de pixação, papel de chao , ambas as metas e os riscos são relativamente baixos. Fotografia: Pablo Lopez Luz
A Pixação também trata da visibilidade, particularmente do tipo que só pode ser alcançado através de atos audaciosos de coragem. Na sua forma mais básica, rolê de Chão ou "pavimento de cruzeiro", os alvos são paredes eo risco é relativamente baixo - embora ainda seja uma ofensa criminal que carrega um potencial pena de prisão.
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A forma mais extrema é a Janela de Prédio ( "window building"), para o qual o sucesso é medido em termos de altura. Os Pixadores - geralmente em equipes de dois - escalam a fachada de um edifício agarrando-se às janelas das janelas e puxando-se para cima, chão a piso, deixando seus pixos à medida que sobem. Os pixos do telhado exigem tripas eo equipamento certo - tinta preta e um rolo de pintura ligado a uma vassoura -, mas às vezes isso não é suficiente, e para estender seu alcance, os pixadores têm que balançar os corpos sobre a borda do telhado.
Esses atos ousados, no entanto, não chegou perto de escalada , ou "buildering", em que pichadores escalar o exterior de um edifício de exploração em seus externa cabo pára-raios . Esta é uma maneira particularmente perigosa para escalar um edifício considerando que os grampos usados ​​para fixar este cabo para a fachada não são construídos para suportar o peso de uma pessoa. Para piorar as coisas, as escaladas são executadas à noite por um pixador solitário.
Não surpreendentemente, acidentes são comuns - e às vezes fatal. Mas para o pixador que procura adrenalina, o pay-off vale o risco. Ao dimensionar o edifício de tal forma, eles podem acessar grandes seções de uma fachada que nunca foram tocados por outro pixador. Este tipo de imóveis é difícil passar por aqui em São Paulo, e quase impossível para aqueles que furar a rolê de Chão e Janela de Prédio , onde a competição por espaço é dura.
Em formas mais extremas, o sucesso é medido pela altura.
Em formas mais extremas, o sucesso é medido pela altura. Fotografia: Pablo Lopez Luz
Além da fama, visibilidade e adrenalina, a motivação mais importante para os pixadores é a raiva - principalmente dirigida contra a cidade. Ao contrário do graffiti (que muitos pixadores rejeitam como sendo "muito comercial" e um "esquema de embelezamento"), a pixação procura degradar positivamente o ambiente urbano. Como disse um pixador, a pixação é "um assalto à cidade".
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Essa relação hostil está enraizada na própria linguagem da pixação. Por exemplo, os pixadores nunca usam o termo "tinta" ou "spray". Em vez disso, eles preferem " arrebentar ", " detonar " ou " escancarar " ( "esmagar", "blow-up" e "destruir"). Alguns monogramas típicos de pixador traduzem como "choque", "neurose", "morte", "susto", "pesadelo", "perigo" e "ataque noturno".
Esta raiva para com a cidade é muito mais do que bravata adolescente ou raiva juvenil. Ela está enraizada em um sentimento de injustiça social que está intrinsecamente conectado com o padrão de urbanização desigual que começou na década de 1940 e continua até hoje. Buscando reformar São Paulo em uma cidade moderna, os reformadores e reforçadores de elite das décadas de 1940 e 50 iniciaram ambiciosos projetos de renovação urbana. Além de melhorias infraestruturais, um programa de ampliação de ruas, a construção de um parque urbano maciço (Parque Ibirapuera) e outros projetos de embelezamento, a principal característica da renovação urbana paulistana foi o seu arranha-céu modernista.
Impulsionado pelo crédito fácil, desenvolvedores ambiciosos e aspirações para um horizonte de Nova York, São Paulo experimentou um boom de construção sem precedentes no imediato pós-guerra. Alguns dos edifícios modernistas mais conhecidos da cidade remontam a este período, incluindo David Libeskind Conjunto Nacional , de Franz Heep Edifício Itália , e icónica em forma de S de Oscar Niemeyer edifício Copan .
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Mas, embora esses projetos de renovação urbana possam ter beneficiado os paulistanos que viviam e trabalhavam no centro de São Paulo, eles tiveram um efeito adverso sobre a vida dos residentes da classe trabalhadora da cidade. Para transformar São Paulo na cidade moderna imaginada, grandes porções foram demolidas, especialmente os prédios "antiquados" localizados no centro da cidade habitado pelos trabalhadores pobres. Incapazes de encontrar moradia acessível no centro da cidade, os paulistanos da classe trabalhadora ficaram com duas más opções: juntar-se aos pobres urbanos em uma favela da cidade ou mudar para a periferia. A maioria escolheu a periferia.
A vida lá era, e ainda é, desafiadora. Longe do centro de São Paulo, onde a maioria dos empregos está concentrada, os bairros periféricos também careciam dos serviços públicos básicos associados à vida urbana moderna, incluindo um sistema de esgoto adequado, água corrente, estradas pavimentadas, eletricidade, hospitais e escolas. Um residente antigo descreveu vivendo na periferia como "como viver no deserto". Como resultado, São Paulo ganhou a reputação de ser uma das cidades mais desiguais do mundo, dividida entre os ricos do centro e os que não têm a periferia.
A raiva que os pixadores sentiram - e ainda sentem - pela cidade deve ser compreendida no contexto desse padrão desigual de desenvolvimento urbano. Nas palavras de um conhecido pixador, "Pixação é um reflexo da ausência do estado na vida daquela pessoa que decidiu se tornar um pixador". Não é por acaso que a grande maioria dos pixadores é proveniente do periférico de São Paulo Vizinhanças e, tão importante, que seus alvos preferidos tendem a ser os edifícios modernistas centralmente localizados - especialmente aqueles projetados por arquitetos famosos.
Os Pixadores também têm como alvo locais históricos como a fonte Ramos de Azevedo no centro de São Paulo.
Os Pixadores também têm como alvo locais históricos como a fonte Ramos de Azevedo no centro de São Paulo. Fotografia: Pablo Lopez Luz
Nos últimos anos, pichadores foram ícones do modernismo paulista alvo, incluindo a construção de Wilton Paes de Almeida e famosos pavilhão de Niemeyer localizado dentro do Parque do Ibirapuera . Os pixadores também mancharam locais que fazem parte do patrimônio histórico da cidade, incluindo a fonte Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo. Quanto mais sagrado o site, mais atraente é como um alvo para seus pixos.
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Muitos pixadores aproximam seu ofício em termos de política. Como um pixador colocou num recente documentário de João Wainer, "Nós praticamos a guerra de classes". Outros são mais românticos, esperando que seus pixos, ao manchar a aparência das áreas mais privilegiadas da cidade, incentivem os Paulistanos Refletir sobre o modo como moradores da classe trabalhadora vivem - especialmente aqueles na periferia.
Sem surpresa, no entanto, a reação mais comum a uma parede cheia de pixos é o ressentimento. Para os funcionários municipais e as "vítimas" da pixação, os pixadores são vândalos cujas criações - que um observador chamou de "praga urbana" - devem ser erradicadas a todo custo.
Autoridades locais e moradores estão envolvidos em uma batalha para conter o fluxo de pixação desde o início dos anos 80, quando a prática surgiu pela primeira vez. No entanto, apesar das câmeras de segurança de alta tecnologia, grupos de vigilância de bairro, intimidação policial, leis draconianas e uma unidade sanitária especial dentro da prefeitura dedicada a encobrir pixos, a pixação é mais popular e difundida em São Paulo do que nunca.
Como qualquer pixador lhe dirá, a ilegalidade é o que mantém a pixação "fresca" - eo que a distingue dos graffiti (que não é consistentemente ilegal). Nos últimos anos, como grafiteiros de São Paulo, como osgemeoscomeçaram a atrair notoriedade internacional - com as principais exposições na Tate Gallery em Londres e outros locais - políticos em São Paulo tornaram-se mais tolerante com grafite, e mesmo orgulhosa do seu local de Raízes. Pixação, por outro lado, permanece totalmente ilegal e pichadores continuar a rodar (gíria para ir para a cadeia).
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As autoridades da cidade podem não ser páreo para a pixação, mas há sinais de que as forças do mercado que co-optaram graffiti e transformaram-na em uma expressão urbana "aceitável" agora esperam fazer o mesmo com a pixação. A Pixação - e a imagem do pixador como figura subversiva - já foi apropriada por marcas internacionais como a Puma para vender seu vestuário. Uma fonte de inspiração pixação, Adrenalina, pode ser baixado por US $ 25 e, em 2012, a 7ª Bienal de Berlim de Arte Contemporâneaconvidou um grupo de pichadores para fazer uma "intervenção artística".
Enquanto alguns pixadores aderiram à idéia de marketing como uma forma de arte "legítima", outros são muito mais críticos. Nos últimos anos, um grupo invadiu várias galerias de arte nos bairros mais badalados de São Paulo que exibiam (e vendiam) obras de pixadores e fotografias de pixos. Em um ato de protesto, eles cobriram todas as peças com tinta preta e slogans pintados como "sell-out" e "a rua não precisa de você". Para esses pixadores, garantir que a pixação permaneça uma expressão marginal da periferia urbana - ao contrário de uma mercadoria comercializável - é essencial para sua própria sobrevivência.
Marcio Siwi é um candidato a doutorado em história na Universidade de Nova York, cujo trabalho explora o desenvolvimento urbano pós-guerra ea produção cultural em São Paulo e Nova York.
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