sexta-feira, 13 de junho de 2025

Cortes de gastos vão atingir de Farmácia Popular a combate ao tráfico

 

Restrição de R$ 31,3 bi foi anunciada no fim de maio, mas só agora foi feito o detalhamento por ação ou programa atingido em cada ministério

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O governo federal divulgou, enfim, nessa quarta-feira (11/6) o detalhamento dos programas e ações que os ministérios selecionaram para aplicar o corte de gastos públicos. Foi retirado dinheiro de programas sociais, como o Farmácia Popular, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do combate ao tráfico de drogas, entre outros. Ao todo, o Executivo tenta realizar uma economia de R$ 31,3 bilhões com o objetivo de promover o equilíbrio das contas públicas em 2025.

O congelamento de despesas foi anunciado no último dia 22. No dia 30, foi feita a divulgação de quanto cada ministério teria de contribuir para se chegar ao montante de R$ 31,3 bilhões economizados. Nesta quarta, houve a comunicação do detalhamento dos contigenciamentos e bloqueios de recursos dentro de cada pasta.


Ministérios com maiores cortes

  • Ministério das Cidades: R$ 4,288 bilhões.
  • Ministério da Defesa: R$ 2,593 bilhões.
  • Ministério da Saúde: R$ 2,366 bilhões.
  • Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome: R$ 2,123 bilhões.
  • Ministério dos Transportes: R$ 1,487 bilhão.

Com um dos maiores orçamentos da Esplanada, o Ministério da Saúde terá de reduzir o gasto em R$ 2,366 bilhões. Para chegar a esse objetivo, o programa Farmácia Popular teve a maior redução dentre as iniciativas do ministério: R$ 226,8 milhões. A educação bucal vai ter de se contentar com R$ 194 milhões a menos em caixa e serviços de atendimento ambulatorial com R$ 183 milhões a menos.

Os investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTic) em formação e capacitação para o desenvolvimento científico tiveram uma restrição de R$ 435 milhões. A linha é a mais expressiva entre toda a pasta, que precisa restringir R$ 679,9 milhões no orçamento anual.

No Ministério da Previdência Social, o impacto do corte é de R$ 586,4 milhões. Dentro da pasta, o INSS teve a maior restrição orçamentária: R$ 536,7 milhões. O montante foi dividido em duas frentes: atendimento da clientela da previdência (R$ 426,6 milhões) e serviço de processamento de dados (R$ 110 milhões).

Até o combate ao tráfico de drogas foi afetado, pois terá R$ 17,9 milhões a menos para poder restringir a atuação criminosa. O serviço compete ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJ-SP), pasta que terá de economizar R$ 748,5 milhões ao todo neste ano. Desse total, R$ 132 milhões virão do serviço de manutenção da emissão de passaportes e controle de estrangeiros.

Motivo da economia

O objetivo das restrições orçamentárias é cumprir a meta fiscal. Neste ano, o governo precisa atingir déficit zero. No entanto, há uma tolerância que permite variação de 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

Além do corte de despesa, o governo almeja aumentar a arrecadação. Junto com o anúncio do corte de gastos em maio, foi divulgado um aumento na cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A medida teve previsão inicial de arrecadar R$ 20,5 bilhões a mais neste ano. Alvo de críticas, no entanto, o IOF teve recuos em alguns pontos e, nessa quarta, foi divulgado um novo decreto com novas medidas relativas ao imposto.

Para ampliar a arrecadação e controlar as despesas, o governo federal também editou uma Medida Provisória que ataca a arrecadação de empresas de apostas, investimentos que antes eram isentos do Imposto de Renda, entre outros pontos.

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Notícias Gerais

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Comissão debate uso de menores por facções criminosas e desafios das políticas socioeducativas

 

11/06/2025 - 08:33  

Gil Ferreira/Agência CNJ
Agente socioeducativo observa adolescentes em conflito com a lei em quadra de esporte em Unidade de Internação no Distrito Federal
Agente socioeducativo observa adolescentes em unidade de internação

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados realiza, nesta quarta-feira (11), audiência pública para discutir o uso de menores por facções criminosas e as falhas nas políticas socioeducativas.

O debate atende a pedido deputado Roberto Monteiro Pai (PL-RJ) e está marcado para as 16h30, em local a ser definido.

Segundo o parlamentar, o envolvimento crescente de adolescentes em crimes como tráfico de drogas, roubos e homicídios tem agravado o cenário da segurança pública, principalmente em grandes centros urbanos.

Ele alerta que o número de adolescentes apreendidos e encaminhados às unidades socioeducativas vem aumentando, mas as medidas acabam sendo ineficazes por conta de problemas estruturais, como falta de vagas, escassez de recursos e ausência de políticas de reinserção social adequadas.

"Muitos jovens entram e saem do sistema sem que haja uma mudança significativa em suas trajetórias. Para que o trabalho socioeducativo tenha sucesso, é imprescindível um investimento adequado em infraestrutura, profissionais capacitados e programas de reinserção social", diz Monteiro Pai.

"A socioeducação tem impactos diretos tanto na sociedade quanto na segurança pública, pois se baseia na educação escolar e na capacitação profissional para geração de renda, permitindo que o adolescente infrator tenha alternativas reais para abandonar o mundo do crime", explica.

O deputado ressalta ainda que o Parlamento tem papel estratégico na formulação de políticas públicas mais eficazes para a área. "A Comissão de Segurança Pública deve se debruçar sobre essa questão sensível e complexa, aprofundar o conhecimento sobre o tema e apresentar propostas concretas de melhorias", diz.

Da Redação - MB

Fonte: Agência Câmara de Notícias