O Grupo Fleury está de olho nas oportunidades do mercado de brasileiros sem plano de saúde. Apostando suas fichas em soluções digitais, a companhia, conhecida pela medicina diagnóstica, acaba de lançar um serviço para pessoas físicas que dá direito a consultas online, exames e descontos em medicamentos.
Chamada de Saúde iD, essa nova plataforma foi lançada em setembro de 2020 como um serviço adicional para funcionários de empresas clientes do Fleury. Hoje, cerca de 7 milhões de empregados utilizam a solução, que recebeu um investimento de 50 milhões de reais do grupo no ano passado.
Agora, o Fleury decidiu que era hora de abrir o serviço para pessoas físicas que não possuem plano de saúde. Inicialmente, o projeto tem como meta atender a 5.000 pessoas na cidade de São Paulo, mas, a depender dos resultados, pode ser expandido para outras regiões do país ainda este ano.
Há dois modelos de assinatura, o light e o plus. No primeiro, a mensalidade custa 29,90 reais e dá direto a uma teleconsulta com retorno por mês e a 14 exames mensais feitos nas clínicas a+ Medicina Diagnóstica, que são do grupo. No modelo plus, a assinatura é de 59,90 reais. Basicamente, ela oferece o mesmo que a opção mais econômica, com o diferencial de que o cliente poder realizar também consultas presenciais, se desejar.
Na plataforma, as consultas são feitas por médicos de família e clínicos gerais, que ajudam o paciente a resolver o problema e ainda fazem o controle de doenças crônicas (como hipertensão e diabetes). Todo o histórico de consultas, exames, vacinas e medicamentos utilizados pelos clientes ficam salvos no Saúde iD. Essa ferramenta de histórico médico digital também pode ser acessada gratuitamente por não assinantes.
"Nosso objetivo é dar acesso à saúde de qualidade para os 76% da população que não possuem plano de saúde. Para isso, apostamos no modelo de plataforma", diz Eduardo Oliveira, presidente do Saúde iD. Além das soluções próprias, o aplicativo traz benefícios exclusivos de empresas parceiras como ePharma, Far.Me, Hypera Pharma, Danone Nutricia e Sommos DNA.
O projeto do Saúde iD começou quando o Fleury adquiriu a empresa de gestão médica SantéCorp, fundada por Oliveira, por 15 milhões de reais em 2018. De lá para cá, a missão do executivo passou a ser desenvolver uma plataforma de saúde inspirada nas big techs, como Google e Microsoft, que oferecem uma série de serviços correlatos para os usuários.
Hoje, 640 pessoas trabalham na empresa desenvolvendo principalmente três frentes de negócio: corporativa, para médicos e para o consumidor final.
Na frente corporativa, a empresa oferece seus serviços sem marca para outras companhias utilizarem, como o Bradesco. Assim, quando um cliente da seguradora usa o serviço de telemedicina, ele está navegando em uma plataforma desenvolvida pela Saúde iD sem saber.
No caso dos médicos, a Saúde iD oferece uma ferramenta de consultório digital, que agrega, em um único lugar, a telemedicina, o prontuário, o receituário eletrônico, o sistema de solicitar exames e de trocar documentos com o pacientes. O serviço pode ser usado gratuitamente, mas a partir de um limite de consultas, passa a ser pago.
"O que a gente busca nesse momento é aumentar a nossa base de clientes no modelo B2B [venda para outras empresas], aprimorar as ofertas de produtos para os médicos e trazer mais parceiros para o B2C [venda para o consumidor final]", diz Oliveira.
Segundo o presidente, depois do lançamento da versão para pessoas físicas, o foco da companhia será o lançamento de novas ferramentas para ajudar na eficiência da telemedicina e do diagnóstico remoto.
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