Os planos de saúde Qualicorp e SulAmérica, além da Associação Nacional de Hospitais Privados (ANAHP), foram notificados nesta sexta-feira (12) pelo Procon-SP para prestar esclarecimentos sobre reajustes de preços aplicados aos consumidores.
Com a pandemia da Covid-19, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) aprovou, em setembro de 2020, a suspensão de reajustes dos contratos de todos os tipos de plano de saúde.
Os valores, que não foram aplicados no ano passado, começaram a ser cobrados a partir de janeiro e serão diluídos ao longo de 2021. O Procon-SP, que vê a medida como preocupante, já solicitou a redução imediata do reajuste anual que seria aplicado aos planos coletivos.
A Qualicorp e a SulAmérica precisam explicar os reajustes anuais e as mudanças bruscas de preços por faixa etária, que estão entre as maiores reclamações de quem contrata os planos. Os planos coletivos não têm reajuste regulado pela ANS e o aumento para o consumidor depende de vários fatores, como custos e uso do convênio. Já os planos individuais têm seu reajuste regulado pela ANS, que coloca um limite máximo.
Segundo o Procon-SP, a Associação Nacional de Hospitais Privados explicou que não interfere nas negociações individuais entre associados e operadoras, e confirmou que houve redução na utilização de serviços de saúde em 2020 com base em dados da ANS.
Para o Procon, diante da redução dos custos, fica claro que os índices de reajustes utilizados estão elevados e as operadoras estão buscando lucros desproporcionais em meio à situação da pandemia.
O que dizem as empresas
A Qualicorp informou que o reajuste anual e por faixa etária são definidos pelas operadoras, conforme previsão em contrato e regulamentação da ANS. Disse ainda que na função de administradora de benefícios, “a empresa busca negociar o menor reajuste e oferece alternativas para que seus clientes possam manter o acesso a planos de saúde de qualidade.”
A SulAmérica disse que não se manifesta sobre procedimentos administrativos em andamento, e ressaltou que “atende rigorosamente todas as determinações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).”
A CNN procurou a Associação Nacional de Hospitais Privados e aguarda um posicionamento.
(*Sob supervisão de Daniel Fernandes
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